Nintendo Chronicle

Nintendo Chronicle #1: O obscuro início

A partir dessa semana, você vai conferir em detalhes a história da Nintendo aqui no Nintendo Blast. No Nintendo Chronicle , contaremos o ... (por Gustavo Assumpção em 05/01/2009, via Nintendo Blast)

A partir dessa semana, você vai conferir em detalhes a história da Nintendo aqui no Nintendo Blast. No Nintendo Chronicle, contaremos o início da Big N a mais de 100 anos, passando pela criação das grandes franquias até o sucesso atual do Wii e do DS. Nessa primeira parte, o foco é na história da Nintendo antes de se tornar uma empresa do ramo de games. E não se esqueça: toda semana tem um capítulo novo de uma das histórias mais impressionantes de superação de que se tem notícia.

 
Como não esperar sucesso de uma empresa que possui logo no nome o significado de “Equipare-se aos céus”? A história da Nintendo é recheada de elementos inesperados, apostas frustradas e decisões oportunistas. Ela começa muito antes do lançamento do NES como muitos imaginam. A empresa Nintendo (ainda com o subtítulo de Koppai) foi criada em 23 de setembro de 1889 por Fusajiro Yamauchi um sonhador japonês que não tinha ambição que sua empresa se tornaria uma das maiores de todos os tempos no ramo de diversão. O interessante é observar que há uma certa polêmica quanto a data de fundação da empresa. Há relatos que Fusajiro apenas continuou os negócios da família e que a velha Nintendo teria surgido aproximadamente 80 anos antes! Naquele período a  empresa era apenas uma pequena fábrica de cartas artesanais muito tradicionais na cultura nipônica chamadas Hanafuda (imagem), então feitas com casca de árvore pintadas a mão.

As Hanafudas acabaram fazendo bastante sucesso, tanto que Yamauchi investiu em outros tipos de cartas obtendo grande sucesso mas não o mesmo resultado. Em 1907 a Nintendo estava obtendo um crescimento tão bom que firmou acordos internacionais para a distribuição da sua produção para fora do território japonês. 

Em 1929 Fusajiro estava com a idade avançada e não conseguia mais cuidar dos negócios da Nintendo. O fundador decide então passar o controle da empresa para Sekiryo Kaneda, esposo de sua filha Tei Yamauchi (o interessante é que após o casamento, Sekiryo assumiu o uso do sobrenome Yamauchi).

Quatro anos após assumir o controle dos negócios, Sekiryo começou um processo grande de reestruturação na empresa que culminou na mudança para um prédio maior, construído especialmente ao lado do primeiro. Não foi só o local de instalação da empresa que mudou: o próprio nome da Nintendo passou a ser Yamauchi Nintendo & Co, um meio de fortalecer os laços familiares da empresa.

O crescimento da Nintendo era grande ano a ano até que Sekiryo sofre um derrame cerebral em 1949. O então presidente decidiu em seu leito de morte passar o comando da empresa para seu neto de apenas 21 anos. Seu nome: Hiroshi Yamauchi (foto).

Hiroshi desde o início adotou uma postura bastante forte no comando da empresa. Investiu em alternativas inovadoras e que em nada lembravam os objetivos originais da família. Hiroshi comprou uma frota de táxi e uma rede de hotéis sem abandonar os principais objetivos da empresa que ele foi incubido de administrar: a produção de cartas e o crescimento no ramo de diversões.

Em 1950, em meio a mais crescimento, a Nintendo deu um importante passo rumo ao sucesso ao assinar um contrato com a Disney para a criação de cartas com personagens do famoso desenhista. Naquele momento, o nome Nintendo deixava o território japonês e passava a ser conhecido, mesmo que timidamente, no resto do mundo.

Um ano mais tarde, a empresa muda de nome pela terceira vez e passa a se chamar Nintendo Karuta por iniciativa de Hiroshi. Nesse mesmo ano a empresa ganha uma sede ainda maior mostrando que os negócios iam bem. Hiroshi se consagrava na presidência com atitudes acertadas, lucros crescentes e acionistas satisfeitos.

Na década de 60, Hiroshi investe ainda mais em outros ramos fundando uma rede de TV, uma rede alimentícia que fabricava macarrão instantâneo (o conhecido Miojo) e até mesmo motéis! E o que dizer do bizarro aspirador de pó Charitory também distribuído pela Nintendo (foto)? Mas ao contrário das outras empreitadas, essas não obtiveram o resultado esperado e acabaram falindo deixando a empresa numa situação difícil.

A verdade é que a venda de cartas já não era tão rentável desde o fim das Olimpiadas de Tóquio. A situação se agravou ainda mais na década de 70 quando empresas como Bandai e Atari conseguiram se destacar no ramo de diversão com a introdução de aparelhos eletrônicos. Hiroshi então viu nesse mercado crescente uma grande oportunidade para tentar resgatar os negócios da empresa.

É então que a Nintendo decide distribuir alguns populares videogames da época e Gunpei Yokoi é contratado. Mas isso é conversa para nossa segunda parte da Nintendo Chronicle. Até lá!


Estudante de Jornalismo, apreciador de rock britânico, pouco cuidadoso com as palavras, rico de espírito, triste com as relações nesse mundo e esperançoso com o futuro.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. Eu nem era nascido, mas queria ter vivido nessa epoca, pois hoje vejo muitos jogos remakes sendo lançados de series originais dessa epoca e nao consigo acompanhar

    ResponderExcluir
  2. Eu sabia que a Big N iniciou-se com as cartas Hanafuda, mas não sabia que até em motéis ela tinha investido.

    Muito interessante essa "série". Vou ler as outras agora.

    ResponderExcluir
  3. O Club Nintendo na América do Norte estava dando cartas hanafuda de brinde. Adoraria ter ganho algumas, hehehe...

    ResponderExcluir
  4. Não sabia que estava dando cartas, mas para que essas cartas?

    ResponderExcluir
  5. Pra jogar baralho, rsrsrsrs...

    ResponderExcluir
  6. Caraca!desse jeito eu choro!
    Nao pare!

    ResponderExcluir

Disqus
Facebook
Google