Análise: No More Heroes (Wii)

Suda 51 é uma pessoa completamente diferente da maioria dos game designers. E não falo isso por culpa de sua aparência física ou de seu... (por Gustavo Assumpção em 26/04/2009, via Nintendo Blast)

Suda 51 é uma pessoa completamente diferente da maioria dos game designers. E não falo isso por culpa de sua aparência física ou de seu comportamento extremamente excêntrico. Digo isso porque ele é criativo. Criatividade está em falta em praticamente todos os gêneros de games e em praticamente todos os consoles. Mas algumas cabeças conseguem superar os limites e realizar obras que surpreendem o jogador. Isso é No More Heroes o mais recente projeto do designer menos convencional de todos os tempos.

Cult até a veia

No More Heroes é um game que destoa da linha de games do Wii. Não é casual, não tem controles simplificados e não é de série famosa. Muito pelo contrário: é extremamente hardcore, tem uma jogabilidade desafiadora e é completamente inédito.

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Heroes evolui a forma de Killer 7, outro game de ação da Grasshooper que saiu em 2005 para Playstation 2 e GameCube. Mas dessa vez, a produtora foi ainda mais longe. O universo criado, o estilo gráfico e as possibilidades da jornada se juntam e se completam para transformar o game em um verdadeiro clássico cult. Mesmo que muitos o classifiquem como mais um clone de Grand Theft Auto, basta jogar alguns minutos para perceber que ele não se baseia em nenhum modelo pré-existente. Ela na verdade cria um estilo de jogo completamente novo.

Heroes é um game violento. Mas não gratuitamente, e sim estilosamente. Travis Touchdown é um otaku-assassino-armado com um sabre de luz e o pior é que isso faz o maior sentido. Há alusões a todos os ícones da cultura pop mundial e japonesa. Não é um game que todos entenderão ou apreciarão. Só os jogadores mais nerds ou os com uma grande bagagem gamer conseguirão entender todas as referências.

Estilo, teu nome é NMH

Logo na primeira olhada, fica bastante claro que NMH não é um jogo de videogame qualquer. Basta reparar no estilo gráfico que o mestre Suda escolheu. Tudo parece inacabado, mas não por preguiça e sim por opção fazendo com que o visual chegue a ser em algumas partes vazio demais e em outras exagerado em demasia. O estilo é uma mescla do Cel Shading com o estilo de Fear Effect (Eidos, PSOne, 2000). Claro que o visual poderia ser um pouquinho mais caprichado com texturas mais bonitas e menos serrilhamento. Mas isso de maneira alguma interfere na experiência final que o game oferece.

Além do visual em si, os indicadores das condições do personagem, os rankings de desempenho, as conversas... Tudo parece excessivamente new. É uma experiência diferente de tudo o que você já teve e o melhor muito, mas muito recompensadora. Desde a maneira como o enredo se desenrola até a jogabilidade compacta agradam. Mas o que garante a diversão é o ritmo alucinante dos combates.

Mas então é tudo perfeito?

Depois de todas as características positivas, vamos falar dos pormenores, ou seja do que não deu certo no game. A primeira coisa que eu não gostei é da trilha sonora alternativa demais. Em alguns momentos eu senti falta de uma música mais climatizada e envolvida com o universo do game. Talvez tenha sido uma opção da equipe de desenvolvimento, que eu entendo como equivocada, infelizmente.

f_travisgm_c64f68eA segunda característica que poderia ter sido melhor aproveitada é a jogabilidade. Ela segura o tranco das batalhas e dos combates, mas poderia ser menos cansativa e mais variada. O ritmo algumas vezes intenso só piora a sensação de repetitividade. Uma pena.

Como a muito tempo não se via

No More Heroes é um game único. Isso fica bem claro em todos os momentos da longa e intensa jornada. Há muito combate, sangue, mas principalmente estilo. Essa talvez seja a palavra que melhor defina o jogo: estilo. Tem pequenos probleminhas, mas é um game imperdível pra você que tem um Wii. Com NMH ocê terá uma das melhores experiências que o console da Nintendo pode oferecer.

No More Heroes – Wii – Nota Final: 8.4

Gráficos: 7.5 Som: 7.5 Jogabilidade: 8.0 Diversão: 8.5


Estudante de Jornalismo, apreciador de rock britânico, pouco cuidadoso com as palavras, rico de espírito, triste com as relações nesse mundo e esperançoso com o futuro.


  1. Para mim No More Heroes é muito mais que um jogo estiloso, ele é um jogo estiloso-punk-anarco-subversivo-comunista-comedor-de-criancinhas. A Grasshopper é estilosa-punk-anarco-subversiva-comunista-comedor-de-criancinhas, afinal, alguém mais já viu uma desenvolvedora que se define como uma banda de video games?

    Da trilha sonora eu gostei bastante. O tema principal, apesar de ser repetido e remixado até a exaustão, é demais. E o que dizer então da música da batalha contra a Bad Girl. Phodda!

    NMH não é pra qualquer um, mas experimentem, vale a pena.

    E que venha logo o segundo.

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  2. Por incrível que pareça, é o único jogo do wii que me prendeu do começo até o fim sem que eu parasse para jogar outro game. Sem sombra de dúvidas, o jogo mais viciante do wii na minha opinião. Estou como um louco esperando a sequência: Desparate Struggle. \o/

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  3. Tem o visual mais horrível que já ví no minha vida de gamer. Mas é, simplesmente, a melhor coisa que já experimentei no Wii.

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