Nintendo Chronicle

Nintendo Chronicle #6: O surgimento de um guerreiro, o SNES

Nos dois últimos artigos da Nintendo Chronicle , vimos como a Nintendo de fato se consolidou no mercado de games lançando dois importa... (por Jones Oliveira em 26/05/2009, via Nintendo Blast)

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Nos dois últimos artigos da Nintendo Chronicle, vimos como a Nintendo de fato se consolidou no mercado de games lançando dois importantes consoles para a indústria dos vídeo games, o NES e o Game Boy. Com mais de 85% do mercado mundial nas suas mãos, a Big N acabou por se acomodar, dando espaço para o desenvolvimento de outras plataformas que começaram a ameaçar a sua liderança. Eis que em meio a um mar de tentativas frustradas de manter sua fatia no mercado, surge o segundo console doméstico da Big N, o Super Nintendo.

Com o lançamento do seu primeiro console doméstico, o NES, e o primeiro vídeo game realmente portátil de todos os tempos, o Game Boy, a Nintendo mostrou a todos que era boa não só de games, mas também de consoles. Dominando cerca de 90% do mercado mundial de vídeo games, a empresa de Hiroshi Yamauchi se tornou respeitada e temida pelas demais empresas do ramo. Isso fez com que os executivos da Big N se sentissem verdadeiros “Deuses” – invulneráveis às ameaças externas da indústria.

Sega Genesis - A primeira ameaça à Nintendo - Nintendo Blast Tal comportamento ficou evidente quando do lançamento dos primeiros consoles 16-bits da época: o TurboGrafx-16 (foto) e o Sega Genesis (foto) (Mega Drive aqui no Brasil). A Nintendo acreditava que as novas plataformas 16-bit não eram páreas para o NES, o qual já tinha vendido mais de 30 milhões de unidades até 1988, ano de lançamento do Genesis. Insistindo na produção do sistema de 8-bits, aos poucos a Nintendo viu que seu reinado poderia se esfacelar por completo.TurboGrafx - Nintendo Blast

No Natal de 1989 o Genesis já vendia mais que o NES, as third-parties começavam a receber contratos muito mais atraentes da Sega e aos poucos começaram a migrar para lá e, finalmente, a Nintendo caiu do 27º para o 103º lugar na pesquisa anual de marcas da Total Research Corporation, enquanto a Sega subia da 131ª posição para a 67ª – era chegada a hora de tomar alguma providência.

Masayuki Uemura - Nintendo Blast Às pressas, Hiroshi Yamauchi incubiu Masayuki Uemura (foto) de desenvolver o novo sistema da Nintendo em arquitetura 16-bits. Em pouco menos de 2 anos, Uemura, que já havia desenhado e projetado o NES, estava com todo o projeto do novíssimo centro de entretenimento da Nintendo pronto – nascia no Japão, em 21 de novembro de 1990, o Super Famicon (foto). O console foi lançado apenas com dois jogos disponíveis: Super Mario World e F-Zero, demonstrando a correria que foi o seu desenvolvimento.Super Famicom - versão japonesa do Super Nintendo - Nintendo Blast

Utilizando de todo o seu poderio econômico, a Nintendo gastou nada mais nada menos que 25 milhões de dólares em comerciais televisivos para promover o novíssimo sistema que mal tomava conhecimento do já maduro Sega Genesis.

Mesmo com o lançamento da nova plataforma, a Nintendo ainda teve sérios problemas em atrair e manter third-parties para desenvolver jogos para a sua plataforma, já que o antigo sistema de licenciamento, que exigia exclusividade, não funcionava mais. A Nintendo teve que procurar estabelecer novos acordos de licenciamento até chegar ao modelo perfeito, e brilhante, de que cada third-party deveria lançar no mínimo 3 jogos por ano e no máximo 5, não podendo ultrapassar essa marca. Era uma nova maneira de controlar o que os gamers iriam jogar em sua plataforma, levando a eles apenas os jogos mais interessantes das third-parties, que não gostariam de perder dinheiro. Dessa forma a Nintendo conseguiu manter grandes softhouses como a Capcom, Konami, Tecmo, Square e Enix.

Versão norte-americana do Super Nintendo - Nintendo Blast Apesar desse e de outros problemas, o Super Nintendo (foto) vendeu igual a água. Em seu lançamento, as 300 mil unidades colocadas à venda foram embora em apenas algumas horas, parando toda a sociedade japonesa. O tumulto foi tão grande que a partir daquela data (21 de novembro de 1990) o governo japonês solicitou aos fabricantes de vídeo games que agendassem seus lançamentos para os fins de semana para não causar tanto transtorno econômico e social ao país – até hoje os lançamentos por lá só ocorrem aos fins de semana.

O sucesso do Super Nintendo foi inegável – quem nunca jogou em um Super Nintendo que atire a primeira pedra! Mesmo com todos esses problemas a Nintendo mostrou ser uma empresa madura o suficiente para contornar as adversidades do mercado, mesmo com uma certa arrogância. Mas, assim como o NES, o que fez do Super Nintendo um dos melhores consoles de todos os tempos (se não o melhor) foram os seus jogos, que fortaleceram antigas franquias e nos trouxe outras melhores ainda. Mas esse é assunto para o nosso próximo Nintendo Chronicle. Até lá!


Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. Ótima coluna, eu até achei q/ não voltaria mais...

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  2. Ótimo texto pro melhor console de todos os tempos!

    Parabéns!

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  3. N64 TAMBEM E O MELHOR

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  4. Muito bom. O console o qual eu já passei bem mais de 10 horas jogando quando eu era criança. O console mais perfeito que já existiu, o SNES.

    Pena vocês não atualizarem mais essa coluna, ela é bem interessante, e com o tanto de conteúdo que a Big N tem, dava pra faze mais umas 6 edições.

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  5. Só corrigindo, o NES foi o campeão de vendas até em 1990. Já que nesse ano ocorreram os melhores lançamentos para ele. Só a parti de 1991 que o Mega começou a vender mais que o NES, o que é natural.

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  6. O curioso é que só com o lançamento de Donkey Kong Country o SNES alcançou o Mega Drive nos EUA. Os jogos de esportes da EA eram os favoritos dos americanos, e eles na época tinham mais tradição no Mega Drive.

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  7. Verdade romulo - a Sega tinha muita força poraqui nas américas. Tanto é que o SNES demorou bastante para decolar poraqui.

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