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Análise: Kingdom Hearts: 358/2 Days

A Square Enix já provou que está fazendo um grande trabalho no Nintendo DS. Além nos presentear com jogos das franquias Dragon Quest e... (por Ricardo em 05/11/2009, via Nintendo Blast)

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A Square Enix já provou que está fazendo um grande trabalho no Nintendo DS. Além nos presentear com jogos das franquias Dragon Quest e Final Fantasy, também tivemos o excelente The World Ends With You e Chrono Trigger. Agora, um dos maiores crossovers da história dos videogames chega ao portátil. Estamos falando de Kingdom Hearts, franquia que talvez foi a que melhor conseguiu transmitir a magia do mundo Disney aos jogos. Mas será que o fato de Sora não ser o protagonista, e sim Roxas, possa desagradar aos fãs?

kingdom-hearts-3582-days-20090827021627231_640wParticularmente, eu sou um grande fã de Kingdom Hearts e um dos meus maiores desejos é ver o terceiro jogo da série principal no Nintendo Wii. Enquanto esse sonho não vira realidade, a aventura acontece no DS, com Kingdom Hearts: 358/2 Days. A história do jogo se passa entre os dois principais títulos da franquia; começamos com o nascimento de Roxas, um pouco antes do final do primeiro Kingdom Hearts, quando Sora usa a Keyblade para ferir-se a si mesmo. Quando você começa a movimentar Roxas, ele já está na Organização XIII, protagonizando o nosso jogo.

Kingdom Hearts 358/2 Days traz uma conversão bem sólida do sistema de jogo da franquia ao portátil Nintendo, sem que com isso muita coisa seja perdida pelo caminho. Você vai se deparar com um autêntico jogo de RPG em tempo real, no qual se elimina os diversos adversários e cumpre aos objetivos pré-determinados para avançar nas fases. Fazendo uso de sua Keyblade, Roxas é capaz de causar um grande dano tanto aos Heartless quanto aos Nobodies.

De volta aos mundos da Disney

kingdom-hearts-3582-days-20090827021626262_640w A primeira novidade de peso no jogo em relação aos títulos antecedentes da saga se dá pela forma com que a própria aventura se desenrola: nós não vamos simplesmente visitar um mundo, realizar uma pá de coisas e desaparecer. As missões aqui são realizadas ao longo de diversos dias, todas com um objetivo definido e quase sempre com a ajuda de algum outro membro da Organização XIII. Roxas vai visitar quase todos os mundos do primeiro jogo da série já conhecidos. De mundo novo, há uma área inédita na Terra do Nunca, mas todos os outros cenários já são carimbados, o que de fato é desapontante. No que diz respeito a novos personagens ou mundos, 358/2 Days não tem muito a oferecer.

Nós podemos visitar um mesmo mundo diversas vezes ao decorrer das missões, que vão desde as mais óbvias, como acabar com os adversários para recuperar corações, até missões mais incrementadas, como descobrir segredos escondidos nos mundos, buscar determinados objetos, superar algumas sequências de puzzles e vencer os chefes. Os cenários estão todos divididos em várias áreas, que são muito próximas das vistas nos jogos para o PlayStation 2. É óbvio que o trabalho com polígonos em 358/2 Days não é o mesmo, sendo nesse caso inferior, ao passo que os níveis de detalhes também não são tão altos, mas a Square Enix definitivamente tem o seu mérito no que diz respeito aos gráficos.

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Eu disse que Roxas em geral não andava sozinho? Essa, de fato, não é uma grande novidade em Kingdom Hearts, tendo em vista que Sora também, muitas vezes, já esteve acompanhado de outros personagens que o auxiliavam na trama. Em 358/2 Days, no entanto, você tem a possibilidade de jogar com outros personagens além do Roxas, mesmo ele sendo o protagonista no modo história. Além do modo principal, o jogo também permite que você faça as missões tanto sozinho quanto no modo cooperativo. No módulo de missões, você pode selecionar qualquer personagem da Organização XIII. À medida que você consegue progredir na aventura, porém, outros personagens são desbloqueados, como o Mickey. Cada indivíduo naturalmente conta com diferentes atributos. Sendo assim, alguns serão mais fortes, ao passo que outros mais ágeis ou mais aptos para fazer mágica. A escolha entre um ou outro personagem pode acabar sendo crucial para você conseguir passar por uma determinada fase.

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As novidades no sistema de batalhas

kingdom-hearts-3582-days-20090827021637856_640wQualquer pessoa que tenha familiaridade com a franquia não vai ter grandes problemas para se adaptar ao sistema de combates. Selecionando o menu situado no canto inferior esquerdo, é possível encontrar opções objetivas: atacar, usar objeto ou fazer mágica. Essas opções podem mudar, dependendo se você está no meio de uma batalha ou explorando o mundo. Mediante este simples menu, será possível abrir cofres, atacar os inimigos e falar com os personagens, tudo de forma rápida e direta, sem grandes complicações. O sistema de controle é muito bom, respondendo rapidamente às ordens que são dadas, da mesma forma que a utilização do botão L para abrir acessos diretos a mágicas e do botão R para mover a câmera é bem eficiente.

A facilidade de se aprender o sistema do jogo passa bem longe do que tinha sido visto em Kindgom Hearts: Chain of Memories, que usava naipes e dependia o tempo todo de estratégias para poder fazer algo frente aos inimigos. Agora tudo é mais direto e explicado claramente, mas sem que a jogabilidade se torne óbvia demais. Além disso, você tem a possibilidade de jogar com um personagem diferente em cada uma das fases graças à implementação dos painéis. Mesmo que a princípio eles lhe pareçam estranhos, pouco a pouco você se acostuma com o seu uso, e logo perceberá que é possível estar em combates no jogo que nunca são iguais uns aos outros.

kingdom-hearts-3582-days-20090827021630450_640wOs painéis consistem basicamente na disposição dos espaços livres a partir do menu correspondente. É possível preencher esses espaços com uma grande quantidade de opções -- que vão de objetos e equipamentos a magias, entre outros – previamente desbloqueadas. No começo, você terá um Roxas com o painel absolutamente vazio, sendo que a sua única habilidade é a de atacar aos inimigos na louca. Conforme você vai avançando, feitiços como gelo e fogo são aprendidos, habilidades como a pirueta são garantidas, e, da mesma forma, objetos como poções e éteres são coletados.

Até aqui tudo bem, mas você deve se lembrar que nos títulos antecedentes de Kingdom Hearts, era necessário uma determinada quantidade de HP para ativar uma habilidade, ao passo que para realizar magias gastava-se MP e havia um espaço limitado para equipar-se com objetos. Com o uso dos painéis, tudo isso acabou. No começo do jogo, o painel é pequeno e pouco a pouco ele vai crescendo. Você pode, por exemplo, preencher o painel com poções, diversas magias e alguma habilidade que tenha adquirido, quando inicia a aventura.

kingdom-hearts-3582-days-20090827021634496_640w Concretamente, a novidade em 358/2 Days está no tradicional “subir de nível” dos jogos de RPG. Roxas ganha experiência conforme ele vence batalhas e completa missões, mas ele não sobe de nível pelo modo tradicional. Em vez deve upar, a aplicação é feita diretamente ao painel. Assim, se você não se equipar com as novas magias e habilidades nos espaços novos disponíveis no painel, seu dano causado ao inimigo será muito pequeno, retardando o progresso do jogo. Partindo desta lógica, você pode imaginar que o equivalente ao nível 99 num jogo tradicional de RPG se aplicaria aqui com 99 espaços no painel. Isso procede? Não. Porque você pode unir espaços no painel com peças que ocupam várias casas e tem um potencial de dano muito maior do que se cada casa fosse usada individualmente. Imagine por exemplo que você tem uma peça que ocupe três espaços no painel, e dentro dela você inclua um bloco de magia gelo, outro de fogo, e outro elétrico. Ao ativá-la, você não realiza cada habilidade individualmente, mas sim uma junção das três. Ao final, o dano causado pelo uso das três juntas é maior do que se somasse o dano de cada uma quando usada sozinha. Com isso, você deve imaginar que a liberdade de combinações é infinita e que bastaria preencher o seu painel com diversas dessas peças para maximizar o dano e alcançar o equivalente um nível grande sem muito esforço. Mais uma vez a Square Enix foi esperta e, pensando nisso, decidiu que a experiência recebida por Roxas durante o jogo seria bem menor que a habitual em outros games. Assim, você terá que penar bastante e até seu Roxas ficar fortinho muitas horas de jogo terão se passado.

Particularmente eu prefiro o método tradicional de níveis, mas a adoção de painéis não é uma adição que venha a comprometer a qualidade do jogo. De fato, foi uma ideia bastante criativa.

E de resto…

No mais, Kingdom Hearts 358/2 Days é um bom jogo. As minhas expectativas foram todas cumpridas; vejo que a escolha de um personagem paralelo como protagonista foi válida - algo que poderia não ter dado certo – ao passo que a mistura do sistema tradicional (combates em tempo real) com o novo (o uso dos painés e o modo multiplayer) deu um bom clima ao jogo. Tudo funciona nos seus conformes, o sistema de combate é acessível, o uso dos painéis tem a sua profundidade e é possível personalizar o Roxas em qualquer momento e em todos os modos do jogo, assim como o restante dos personagens. O que realmente decepciona é a parte de som, que ficou muito fraca. As midis usadas não são muito boas, e as cutscenes não brilham tanto como poderiam, pelo som medíocre.

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Se você gosta de Kingdom Hearts, dificilmente irá se decepcionar com 358/2 Days. Mas se a franquia não lhe agrada, não será será esse jogo que o fará mudar de ideia.

Kindgom Hearts: 358/2 Days – DS – Nota final: 8

Gráficos: 8.5 Som: 7 Jogabilidade: 8 Diversão: 8


Ricardo tem 19 anos, é estudante de Administração, mora em Curitiba e ama tanto música pop que decidiu dedicar o seu tempo livre para a criação de um blog só sobre o assunto! Vícios atuais: Ladyhawke, Ke$ha, Little Boots, La Roux, VV Brown, Frankmusik e Dan Black. Sua cor preferida é lilás e seu filme preferido é O Poderoso Chefão.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. Bem, vamos lá: O game é mais feio do que parece e mais repetitivo do que parece. Mas o pouco que joguei, acho acima da média. É um bom game.

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  2. Sou meio tartaruga com esses jogos, ainda sim o início dele é muito, muito chato, nem vi o rato preto da Disney ainda.

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  3. Cara! Já zerei esse jogo e posso garantir que esse jogo é um dos melhores títulos pra DS. As únicas coisas que me perturbaram foram a falta de mais mundos e de não ser usada a TouchScreen. Mas de resto, poucos jogos de DS tiveram a ambição de ter gráficos tão bons como os desse jogo. As ceninhas são muito boas, principalmente pela parte gráfica que é muito acima da média. Por mim daria uma nota 9 ou até maior. Alias, João Paulo, Mickey não vai aparecer tão cedo...

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  4. Concordo com o Tico em tudo! ^_^

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  5. alguem sabe como detonadar esse game?

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  6. Tenso os 2 primeiros comentários ,nem jogaram o jogo e ficam falando mal;(

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