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Análise: James Bond 007: Blood Stone (DS)

Novembro de 2010 foi um mês e tanto para James Bond , o famoso agente secreto criado em 1953 por Ian Fleming. No citado mês, o agente 007 ... (por Rodrigo Estevam em 10/02/2011, via Nintendo Blast)

Blood Stone Novembro de 2010 foi um mês e tanto para James Bond, o famoso agente secreto criado em 1953 por Ian Fleming. No citado mês, o agente 007 recebeu dois remakes de um de seus mais famosos jogos de todos os tempos: GoldenEye 007, baseado no filme homônimo, para Nintendo Wii e Nintendo DS. E além de ter seu clássico jogo de Nintendo 64 sendo refeito para duas plataformas, Bond estrelou também James Bond 007: Blood Stone, um jogo inédito para PS3, Xbox360, PC e para o nosso querido amigo Nintendo DS. Infelizmente, graças ao hype criado em cima do retorno de GoldenEye, o lançamento de Blood Stone acabou sendo bastante ofuscado.

Meu nome é Bond... James Bond


Blood Stone Produzido pela n-Space, mesmíssima produtora de GoldenEye para DS, a versão para o portátil da Nintendo de Blood Stone é uma ótima opção de shooter para DS. A ação se passa em terceira pessoa, com a câmera vista por cima do ombro de 007. Assim como nos remakes de GoldenEye, em Blood Stone vemos um Bond baseado no ator Daniel Craig (Casino Royale, Quantum of Solace). Baseado, porque sinceramente não é lá muito parecido. Apesar da história inédita (diferente da maioria dos jogos do 007, que costumam ser baseados nos filmes do agente secreto), o enredo é basicamente a mesma coisa de sempre: Bond percorre vários locais ao redor do mundo para impedir os planos de uma organização secreta malígna. Para impedir que essa organização afete a estabilidade mundial, James Bond viaja para lugares como Atenas, Mônaco e a região da Sibéria.

5300b Uma coisa que talvez faça qualquer um pensar duas vezes antes de prosseguir no jogo são seus gráficos. Ok, sabemos que o DS tem uma capacidade gráfica bastante limitada, mas Blood Stone apresenta gráficos bastante medianos. Quem jogou Kingdom Hearts Re: coded, Golden Sun: Dark Dawn ou Final Fantasy The Four Heroes of Light sabe que apesar do hardware fraco do DS é totalmente possível fazer um jogo com gráficos atraentes no portátil. Vai ver a n-Space não jogou nada disso. Ainda assim, dá pra dizer que a apresentação visual do jogo não é tão ruim assim. Os cenários são, de certa forma, bem construídos (o que é triste, visto que dificilmente você vai explorá-los), o level design fez um bom trabalho. O grande problema, pelo menos pra mim, são os personagens muito pouco detalhados. Como já disse antes, o Bond não parece muito com o Daniel Craig e ninguém tem nenhum tipo de mudança de expressão facial. Nem mesmo nos diálogos, eles falam e a boca continua fechada. Ponto negativo pra n-Space.

Ainda sobre os cenários, Bond pode interagir com alguns de seus elementos tocando o botão de ação na touchscreen do DS. Ao entrar em uma sala cheia de inimigos armados até os dentes, o agente secreto do MI6 pode derrubar uma mesa, por exemplo, e se esconder atrás dela para se proteger dos projéteis disparados em sua direção. Há também a possibilidade de disparar um tiro contra um extintor de incêndio próximo a algum adversário para nocauteá-lo, ou ainda, atirar em um lustre, que cairá sobre um grupo de capangas aniquilando-os. Sempre que houver algum elemento no cenário com o qual 007 possa interagir, um ícone dourado aparecerá logo abaixo da barra de energia do personagem e um som característico será emitido.

Licença para matar. E para dirigir. E pilotar


Além da intensa troca de tiros entre James Bond e seus incontáveis inimigos ao longo das fases, Blood Stone também traz alguns momentos onde agir furtivamente é mais do que necessário: é essencial. Em algumas fases o jogador é obrigado a seguir alguém sem ser notado e sem poder usar arma alguma. Para isso, é preciso ficar ligado no mapa mostrado na touchscreen, onde é exibido o campo de visão dos adversários. Alie isso aos elementos do cenário onde o agente secreto pode se esconder e você tem uma fase com jogabilidade bastante diferente, que quebra aquele esquema de ação desenfreada das demais fases. Se a fase permitir nocautear os inimigos com as mãos, então, aí que a coisa fica ainda mais legal.

Blood StoneFalando em mudança de gameplay, Blood Stone consegue fazer isso sem tirar a graça do jogo. Em um momento você está perseguindo um vilão pelos cenários e, de repente, ele corre pra dentro de um carro e foge estrada a fora. O que fazer? Deixar o cara se safar? Claro que não, você é o melhor espião do MI6. James simplesmente pega seu carro e persegue seu adversário por ruas cheias de curvas bruscas, motoristas “roda-presa” e alguns obstáculos. Durante essas fases de perseguição, seu carro também tem uma barra de energia. A cada batida uma porção dessa barra é consumida, e se a barra chegar a zero você dá perda total no carro e a fase recomeça do último checkpoint. Mas o ponto alto mesmo são as perseguições de barco. Bond pode pilotar um barco durante algumas fases enquanto se defende dos barcos adversários. Aí sim a coisa complica um pouco mais, pois você tem que se ligar no cenário e nos inimigos que atiram contra você. O ideal aqui é acertar ou o motor do barco inimigo ou os explosivos que alguns carregam (sim, eles carregam explosivos nos barcos enquanto trocam tiros... inteligentes, não?).

Alguns minigames também estão presentes, e podem ser considerados a parte “cabeça” do serviço de espião. Bond precisa resolver alguns puzzles em determinadas partes do jogo, como tirar diversas fotos de pistas deixadas pelo cenário e depois montá-las para conseguir uma imagem chave, hackear um computador ou descobrir a combinação de um cofre usando seu Smartphone, por exemplo.

Blood Stone
Os diálogos do jogo são totalmente falados. Bond é interpretado por Daniel Craig, Judi Dench reprisa seu papel como M e a cantora americana Joss Stone empresta sua voz para Nicole Hunter. O grande problema de o jogo ser dublado é que o som do DS não é muito alto, ou seja, em alguns momentos há uma imensa dificuldade de se ouvir e entender o que é dito pelos personagens. Pra piorar, o jogo não oferece a opção de se adicionar legendas. Os efeitos sonoros em geral também são medianos, somente as vozes dos personagens e as músicas realmente se destacam.

Finalizando


Blood Stone Blood Stone é um ótimo jogo. Tirando os problemas já citados dos gráficos e sons bem medianos, a jogabilidade é ótima. Os controles são simples, utiliza-se apenas o direcional (ou os botões ABXY, no caso dos canhotos) para mover o personagem pelo cenário, a Stylus para mirar e os botões L ou R para atirar. Além disso, a Inteligência Artificial dos inimigos é um tanto quanto burra. A história também pode não ser lá a mais original, mas o jogo em si é viciante. Infelizmente não pude testar o modo multiplayer local por não conhecer ninguém que tivesse o cartucho do jogo e nem o online (simplesmente porque nunca tem ninguém online). À primeira vista você pode pensar que o jogo é ruim, mas aos poucos vai percebendo que James Bond 007: Blood Stone é um bom shooter em terceira pessoa para Nintendo DS.
James Bond 007: Blood Stone – Nintendo DS – Nota Final: 7,0
Gráficos: 7,0 Som: 7,0 Jogabilidade: 8,0 Diversão: 7,0

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. Euri dos 7's nas notas UAHSUSAHus Boa análise

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  2. Existe uma diferença muito grande entre os gráficos de Kingdom Hearts Re:Coded, Golden Sun: Dark Dawn, Final Fantasy The Four Heroes of Light e Blood Stone.

    Todos esses RPGs tem uma arte mais caricata, desenho animado japonês mesmo. Esse é o tipo de gráfico que fica bom no DS, porque é possível fazer algo mais "bonitinho" com menos polígonos. A coisa muda muito de figura quando se tenta fazer algo realista, o que parece ser o caso de Blood Stone. Gráficos que tentam ser realistas necessitam de mais polígonos, mais efeitos de iluminação, mais detalhes, mais poder de processamento.

    No final das contas, esses RPGs tem um visual mais agradável por causa de uma opção artística mais adequada às capacidades do portátil, e não por serem tecnicamente superiores.

    Não é à toa que a grande maioria dos jogos de DS tem um visual "cuti-cuti". Quando se tenta fazer algo mais realistacom ele, fica parecendo PS1.

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  3. Até da pra fazer grandes titulo com gráficos lindos para o DS se as empresas se esforçarem mais. Muitos jogos poderiam vir no estilo do Ninja Gaiden! Todas as Final Fantasy de PSX utilizavam a mesma técnica, e eram muito bonitos gráficamente (Levando em consideração a capacidade baixa do PSX).

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  4. Muito bem lembrado, Anônimo. Ninja Gaiden para DS tem gráficos belíssimos. E em relação aos cenários, Dementium 2 também é um ótimo exemplo.

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  5. Sim, sim, mas no caso do Ninja Gaiden o cenário é 2D. Só os personagens são 3D. Essa é uma técnica antiga, a mesma usada nos primeiros Resident Evil, do PS1. Mas de fato, funciona.

    Acho que o melhor gráfico do DS em termos técnicos é o FPS Moon.

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  6. O FPS Moon usa a engine do Dementium, os cenários são muito bons e bem definidos mesmo. Sempre quando jogo Dementium eu me lembro de Doom 3. Se algum dia passasse pela cabeça dos produtores da ID Software, uma versão portada de Doom 3 no Nintendo 3DS ficaria show de bola!!!

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