Análise: The Sims 3 (3DS)

The Sims! Ah, Os Sims! Simular a vida de pessoas e fazer delas (quase) tudo que quisermos parece uma premissa bem divertida: jogar com a ... (por Igor Chacon em 30/07/2011, via Nintendo Blast)

The Sims! Ah, Os Sims! Simular a vida de pessoas e fazer delas (quase) tudo que quisermos parece uma premissa bem divertida: jogar com a vida real. Apesar do ceticismo que envolveu essa série desde o início (quando as pessoas se perguntavam “quem vai querer jogar coisas que pode fazer todos os dias?”) The Sims foi um sucesso quase instantâneo e sua nova versão chega agora ao novíssimo ao 3DS. Será que ele conseguiu agradar a legião de fãs simaniacos? Estará a versão para o 3DS ao nível de seu similar para os PCs? Vamos descobrir!

The Sims, do sucesso ao… sucesso!

O primeiro The Sims, criado por Will Wright, desenvolvido pela Maxis e distribuído pela EA Games em 2000, vendeu feito poção de mana no deserto. Com a simples premissa de um jogo onde o gamer controlaria pessoas normais, fazendo coisas normais, em dias normais (ou não tão normais) The Sims foi um sucesso de vendas e fez a alegria da garotada por algum tempo. Até que depois de chegar ao incrível número de nada mais nada menos que sete pacotes de expansões, a fonte secou, os gráficos ficaram ultrapassados e logo veio a continuação do game.

The Sims 2 vendeu um milhão de cópias em 10 dias… Exatamente, um milhão de cópias… Em 10 dias! Eu não preciso repetir, não é? Lançado em 2004, o jogo teve várias melhorias em relação ao seu antecessor, ele passou a contar com uma perspectiva totalmente em 3D, personagens que envelhecem (e eventualmente morrem) e características genéticas que são passadas dos pais para os filhos. Enfim, o jogo foi um sucesso e mais uma vez a EA Games encheu seus bolsos e cofres de gold.

Com isso, em 2009, chegou as lojas a mais nova versão do simulador de vida real mais famoso do mundo dos games. Com versões para PC, Wii, Nintendo DS e Nintendo 3DS – além de uma versão para, basicamente, todos os consoles criados pelo homem nos últimos anos. Vamos falar mais especificamente, então, de sua versão para 3DS.

The Sims no 3DS… Ainda é The Sims

Em 2011, a EA resolveu entrar no mundo dos games portáteis em 3D, ou seja, resolveu fazer uma versão de The Sims 3 para o 3DS. É muito importante notar um detalhe aqui que faz toda a diferença. O game que estamos falando é uma versão de The Sims 3 (Três!) para o 3DS. Porque isso faz toda a diferença? Falaremos disso mais adiante.

O game não foi bem recebido pela crítica e obteve notas de médias a ruins em sites e revistas especializadas e notas de ruins a bem ruins dos usuários. Mas, a que se deve esse fato?

The Sims 3 para 3DS segue a fórmula de todos os seus antecessores: crie um sim e controle-o em ações diárias, como ir ao trabalho, se alimentar, fazer higiene pessoal, etc. The Sims 3 para 3DS (ou TS3DS, para facilitar) ainda é, essencialmente, The Sims.

Então, o que há de errado?

Falhando no óbvio

Comecemos pelo começo, então. A primeira falha de TS3DS é que só podemos criar uma personagem ao começarmos o jogo.

Para povoar nossa casa, devemos nos casar, fazer amigos (e ficar muito amigos mesmo, ao ponto de morar juntos), ter filhos ou adotá-los. Não é uma falha tão grande, mas torna o jogo meio chato no início.

Outra coisa que não ficou legal é que – assim como as outras versões que não as para o PC – o jogo tem telas de loading para mudar de mapa (para ir a cidade, por exemplo). Seria muito bacana que o jogo fosse todo em “mundo aberto” assim como no PC ou, ao menos, houvesse o cenário da vizinhança imediata. E, convenhamos, pode ser que os outros portáteis para os quais TS3 foi lançado não tenham esse potencial, mas o 3DS certamente tem.

Além disso, a criação dos Sims em si não é muito rica, se resumindo a escolher entre padrões de olhos, bocas, nariz, etc, o que, levando em conta que essa é a primeira ação do jogador dentro do game, causa certa frustração logo de cara.

Para completar, não há muitos lugares para irmos – no controle do personagem, já que não o controlamos no trabalho – além de nossa própria casa. As saídas se resumem ao Union Park – onde podemos nos divertir, relaxar e fazer compras ou uma boquinha – e Industrial Center – onde podemos fazer a mesma coisa que no Union Park, mas em um lugar diferente…

Jogando com a vida… Em Três Dimensões!

Os gráficos de TS3DS são bastante razoáveis e o 3D é bem aproveitado. Não é uma obra prima dos games, mas pode, com certeza, ser chamado de um jogo “bonito”. A imagem da tela superior – que mostra o jogo em si – é bem trabalhada e tem os traços já característicos de The Sims. O que deixa a desejar é a imagem da tela de toque que mostra a vista aérea que por vezes deixa os objetos pequenos, tornando difícil tocá-los para abrir suas opções o que prejudica um pouco a jogabilidade.

E falando novamente em jogabilidade, ela é similar aos demais The Sims, selecione pessoas, objetos ou você mesmo para abrir as opções de ação e então interaja com eles ou com você mesmo. Interagindo com o mundo você pode realizar seus desejos pessoais e, quem sabe, depois de algumas horas (e mais algumas horas) de jogo, você pode conquistar o “desejo duradouro” (que é selecionado no momento da criação do personagem) e vão desde se tornar o Rei do Crime (chegar a maior posição na carreira de criminoso) a ter 10 namorados(as) ao mesmo tempo.

Além disso, os seus Sims podem ser passados para outros 3DS usando o StreetPass o que pode ajudar a povoar a sua vizinhança.

The Sims ainda é The Sims!

No final, é difícil não acharmos que estamos jogando um game que não foi totalmente adaptado para o 3DS. A impressão geral é que TS3DS é um jogo que não foi bem acabado e faltaram várias arestas a serem aparadas e bugs a serem resolvidos.

Porém, temos que admitir, TS3DS ainda é aquele velho The Sims que muitos aprenderam a amar e que nos faz ter horas e horas de diversão. The Sims 3 para 3DS ainda é The Sims.