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Análise: Rhythm Heaven Fever (Wii)

Jogos musicais e de ritmo são uma febre hoje em dia, e por que não, um excelente treino para as nossas habilidades motoras? Em Rhythm Hea... (por Jaime Ninice em 19/03/2012, via Nintendo Blast)

Rhythm Heaven FeverJogos musicais e de ritmo são uma febre hoje em dia, e por que não, um excelente treino para as nossas habilidades motoras? Em Rhythm Heaven Fever você irá se surpreender com a alta criatividade de minigames diversos, envolvendo temas musicais que se encaixam perfeitamente com o mundo de cada fase. Não perca tempo, e se prepare para mais um excelente título para o branquinho da Nintendo.

Uma série irada

O samurai irá lhe contar uma linda história!

Rhythm Heaven Fever é um jogo no mínimo ousado. Sua origem se deu no Game Boy Advance com o título Rhythm Tengoku, de onde manteve várias das ideias que hoje são um sucesso! A premissa do jogo é bem simples: passe por variados minigames temáticos com músicas contagiantes e siga o ritmo das batidas como se não houvesse amanhã.

O jogo foi produzido por Yoshio Sakamoto, mesmo game-designer por trás dos jogos de microgames da série WarioWare, juntamente com o músico e compositor Mitsuo Terada (Tsunku♂), que, com seu estúdio TNX, contribuiu para as várias músicas vocais do game.

Uma multidão de fãs!

E agora o game chega ao Wii com força total. São mais de 50 minigames para desbravar, além de seções com vários testes de ritmo, coordenação e até mesmo envolvendo dotes investigativos, espalhados pelo conteúdo extra do game. Muitos são os estilos e tantos também são os ritmos, cada quais com suas peculiaridades, sincronia e desafios.

Carisma e “Ritmarisma”

Um jantar rítmicoO game cumpre muito bem o seu ótimo papel de mesclar ritmo à minijogos que usam e abusam da criatividade. Aqui, a jogabilidade irá jogar-lhe nas alturas do transe musical. Apesar do simples uso de somente dois botões, o jogo põe em prova toda a genialidade dos criadores deste insano game envolvendo minigames, mas ainda assim bem original e diferente por todas as suas inclusões encaixadas de forma pontual.

Seja hábil no ritmo para não ser taxado como contador de histórias de pescador

Falando dos minigames, eles se inserem, cada um, em determinada situação. Os temas são os mais bizarros possíveis. Vão desde grupos de torcedoras em prol dos leitores de uma biblioteca a ratos se cumprimentando no Clock Tower, cenário onde se situa o famoso Big Ben. Grupos de Rap, turnos de Bossa Nova, ritmos eletrônicos, entre tantos outros gêneros musicais se encontram em Fever.

Os personagens, muitos vindos de versões passadas, são um show à parte. Entre samurais, fisiculturistas, rapers, pássaros, macacos, peixes e também diversos itens que se incluem na jogatina rítmica, todos possuem o seu charme e ajudam na ambientação de cada fase, capazes de arrancar, por vezes, um sorriso no rosto de quem se mantiver muito envolvido com todos eles.

Mostre que você é fera no ritmo!

O ouvido é o seu guia

Não se preocupe com nada ao seu redor, a música o conduzirá para a batida perfeita! Este é o seu lema ao jogar Fever. O game apresenta certo nível de dificuldade que pode até parecer simples no início, mas espere as coisas acelerarem e as batidas sambarem. Ritmos violentos e atrasos intermediados lhe ensinarão o recado. Porém, nada que um pouco de prática não consiga fazê-lo pegar o gingado e prever o que virá logo depois.

Os minigames possuem um tutorial antes de começarem, e isto irá lhe preparar para o que seguir. Cada qual possui uma ideia a ser registrada, repetida (Lembram-se de Ocarina of Time, quando Link tinha de imitar os Skull Kids em Lost Woods?), e até percebida, para mudanças ou transições de movimentos entre as partes musicais. Pequenos passos, quando juntados na ação e à música farão todo o sentido, envolvendo o jogador que, diante do controle rítmico, perceberá a vivacidade dos microjogos e o quanto é contagiante jogá-los.

Não seja tímido e mostre o rítmo que mora dentro de vocêRapers e sua gangue mostram o que saberm!

O jogo usa e abusa de ritmos sincopados e de confusões visuais para atrapalhar o jogador, mas basta se inserir no “clima” para se dar bem. Além disso, muitos dos minigames exigem que o seu toque seja batido no tempo exato, sem atrasar ou adiantar um centésimo de segundo – comprovado muita das vezes por diferenciados gestuais das personagens -, portanto, esteja em forma para dar conta de todas as marcações e suas exigências.

A pontualidade é uma virtude

Junte a galera rumo à insanidade total

O game é mesmo fervente. Ao final de 5 minigames diferenciados, aparece um em especial: o REMIX. E é aí que todas as habilidades serão testadas. Nesta etapa todos os minigames, antes isolados, estarão juntos, em engraçadas montagens, para compor uma música mais viva e contagiosa, com capacidade de incluir todos os minigames passados em uma rodada.

No fim, todos almejam o status do Sucesso!

Mensagens de apoio ou irônicos aparecerão ao final de cada fase, na forma de quadros, dizendo o quão ruim ou maravilhoso foi a interação do jogador com a fase completada, o que irá incluir pontos ao mesmo.

Em vários momentos o jogo vai sorteando algum minigame para que este seja completado com a pontuação máxima, com direito a distribuição de brindes, como músicas e textos informativos, o que exigirá todo o seu potencial rítmico para conseguir o tão desejado Perfect.

Os macaquinhos gostam de você! Não deixe que sapos pousem sobre sua cabeça

Já o modo Mutiplayer ficou devendo em alguns aspectos quanto à participação de mais jogadores ao invés de apenas dois que o game proporciona. Um modo online também seria o ideal nos tempos atuais, nem que fosse para comparar Ranks em cada fase. Cabe ressaltar que mais variedades de minigames ficaram devendo para esta sessão.

Extras!

Durante o seu desempenho no jogo, extras são liberados e você poderá desfrutá-los em uma lista amigável e bem à disposição. Entre elas incluem:

  • Café – Aqui poderão ser acessadas músicas, informações, testes, e ainda conversar com Barista, um dos personagens do game.
  • Rhythm Toys – Carrinhos que colocarão à prova sua habilidade exata com o tempo e um jogo envolvendo investigações por pistas enviadas via SMS, são alguns dos “brinquedinhos” deste modo.
  • Endless Games – Disponível também para 2 jogadores, constitui-se de minigames simples para bater recordes e superar pontuações feitas.
  • Extra Games – Os games extras são compostos de médios desafios musicais com temáticas que refrescam um pouco os ares do jogo.
  • Night Walk – Uma variação de um modo muito conhecido por jogadores das antigas. Vale a pena relembrá-lo.

Rhythm Heaven Fever é um jogo que dá pra juntar toda a sua família, parentes e amigos na frente da TV. Ao envolver temas simples, musicais e de todo o agrado, é certo que o jogo ganhe a simpatia de quase todos os que puserem a mão ao menos uma vez para testar a magia do ritmo aliado à música e aos excelentes microjogos.

Prós:

  • Estilo original e criativo garante e muito o fator replay;
  • Vários minigames e extras para desbloquear;
  • Reflexos e aprimoramentos rítmicos podem ser obtidos.

Contras:

  • A não inclusão de controle por movimentos do Wii Remote;
  • Falta de um modo online e multiplayer mais rebuscado;
  • Os gráficos parecem datados, vindo do passado.

Rhythm Heaven Fever – Nintendo Wii – Nota Final: 9,0

Gráficos: 6,5 | Som: 9,5 | Jogabilidade: 9,0 | Diversão: 9,5

Revisão: Alex Sandro


Jaime Ninice é cravista, formado pela UFRJ, e mestre em música na mesma instituição. Sua paixão por games, eventos e revistas o levou a escrever e revisar artigos desde 2010 no @Blast. Hoje é redator das publicações impressas sobre retrogames WarpZone.me
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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