Game Music

Game Music: Muramasa: The Demon Blade (Wii)

A produtora de games Vanillaware é conhecida pelo cuidado ao desenvolver seus trabalhos. Seus jogos costumam ser belíssimos, com direção de ... (por Farley Santos em 26/09/2012, via Nintendo Blast)

nintendo_blast_muramasa_00A produtora de games Vanillaware é conhecida pelo cuidado ao desenvolver seus trabalhos. Seus jogos costumam ser belíssimos, com direção de arte impecável. Muramasa: The Demon Blade (Wii) é um destes games. O RPG de ação é um dos games mais bonitos de Wii, mesmo que ofereça uma jogabilidade um pouco repetitiva. Como era de se esperar, o trabalho de áudio não fica atrás e combina perfeitamente com o visual e temática do game, tendo como foco um Japão feudal com alguns poucos toques de modernidade. Conheça melhor a música de Muramasa a seguir.

Um time de compositores

Capa da trilha sonora Contando com mais de 50 canções, a trilha sonora de Muramasa foi produzida por um grupo de artistas do estúdio musical independente Basiscape. Este estúdio foi fundado por Hitoshi Sakamoto, responsável pela trilha de Final Fantasy Tactics (PS), quando ele deixou a Squaresoft. O Basiscape produz principalmente trilhas sonoras para games, como Final Fantasy XII (PS2), Soul Calibur IV (PS3/X360) e Trauma Center - Under the Knife 2 (DS), assim como alguns álbuns independentes e trilhas de animes. Além do próprio Sakamoto, outros seis compositores participaram da construção da trilha de Muramasa, trazendo uma variedade sutil entre as canções.

nintendo_blast_muramasa_05

O encontro do tradicional e do moderno

O tema principal da música de Muramasa é o Japão feudal, assim como a premissa do jogo. São canções que utilizam instrumentos musicais tradicionais da cultura japonesa como o shamisen (instrumento de corda com estrutura física similar ao banjo), taiko (tambor) e shakuhachi (flauta de bambu), com vários toques de modernidade no uso de guitarras, baixos e sintetizadores. O resultado é uma mistura agradável, com músicas extremamente calmas e outras várias bem agitadas e memoráveis.

Os instrumentos

Uma das características mais notáveis na trilha sonora de Muramasa é o dinamismo. Boa parte das composições têm duas versões. A versão “A” é calma e relaxante, sempre utilizada em momentos de exploração e tranquilidade. Quando em batalha, a canção transforma-se na versão “B”: a mesma música recebe vários novos elementos, tornando-se agitada e frenética, perfeita para os combates. É nesta versão que entram os instrumentos modernos como guitarras e sintetizadores, mas sempre priorizando a atmosfera japonesa.

nintendo_blast_muramasa_04

Uma variedade de sons

A quantidade de músicas presente em Muramasa é bem extensa, mas algumas canções conseguem ser mais memoráveis que outras. Confiram algumas seleções:

Introduction: Após um início tranquilo e misterioso, uma batida agitada dita o ritmo de urgência e aventura.

Losing Consciousness A~B: A versão A é uma calma canção ideal para exploração, tornando-se agressiva na versão B (aos 7:26) somente com o aumento da velocidade e inclusão de shamisen.

Turbulent State: Guitarra e shamisen complementam o shakuhachi neste tema de batalha contra chefes.

Colorful Flowers A~B: Um arpejo de cordas conduz o tom misterioso da versão A, enquanto a versão B (aos 6:55) abusa de percussão para criar um clima de tensão.

Magnificent Palace A~B: Sintetizadores dão um ar levemente bizarro a essa canção, que é dominada pela guitarra em sua versão B (aos 6:34).

Powerful Looking: O tom épico dita este tema de batalha contra chefes. 

Graceful Quiet A~B: Como o nome sugere, uma melodia calma e tranquila, com poucos instrumentos, traz uma sensação de quietude. A adição de percussão e mais cordas na versão B (aos 6:18) faz com que a música transfira uma sensação de tensão. 

Seasonal Beauties A~B: É possível sentir uma atmosfera contemplativa na versão A, que se transforma em uma canção altamente energética em sua versão B (aos 7:27) graças ao shamisen.  

Além do jogo

nintendo_blast_muramasa_press_start Com uma seleção tão rica, era só uma questão de tempo até Muramasa ser homenageado em algum concerto oriental de games. No concerto Press Start de 2010 foi tocado um medley das canções “Introduction” e “Impermanence”, com direito a instrumentos japoneses junto a orquestra para maior fidelidade. Já foi confirmado que o segmento será apresentado novamente na edição 2012 do concerto.

Além do álbum contendo as composições originais do game, foi produzido também Muramasa: The Demon Blade Arrange Version, um disco contendo arranjos alternativos de algumas das faixas, além de canções completamente novas. O resultado é uma releitura mais acústica e natural da música do jogo, se afastando completamente do original em alguns momentos.

Confira como ficou a faixa Loosing Consciousness:

Sinfonia japonesa

nintendo_blast_muramasa_07 Com um apelo tão oriental, a trilha sonora de Muramasa: The Demon Blade pode não agradar todos os jogadores. Entretanto é possível observar o cuidado e dedicação dos compositores do estúdio Basiscape ao trabalhar na música do game: a combinação é tão boa que é praticamente impossível não se sentir no Japão feudal. É notável também o fato de que cada composição consegue ser única e interessante, sem fugir do tema geral da trilha sonora. E vocês, já tiveram a oportunidade de conferir a música deste belo jogo de Wii? Quais são as suas composições favoritas?

Revisão: Thyago Coimbra Cabral


é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. Adorei Oboro Muramasa! Uma pena que o jogo não conseguiu me prender muito em relação ao gameplay, que se resume em apertar o botão A até cansar (mesmo os poucos combos disponíveis e a forja de armas, semelhantes entre si, não aumentam muito a longevidade do título).

    Mas em relação aos gráficos e a trilha sonora, não há do que reclamar. Todo o cuidado que tiveram em manter-se fiéis à essa atmosfrea japonesa e a mistura de músicas feudais com contemporâneas foi um toque incrível.

    Os gráficos completamente desenhados à mão também impressionam bastante, e o melhor de tudo foi não terem mexido no áudio japonês! É até estranho vermos um jogo tão característico atingir o mercado ocidental.

    A história também é outro capítulo à parte, principalmente pela excelência no enredo dos dois personagens, e a forma como eles se entrelaçam sem se interferirem. Você não perde nenhuma parte do enredo do personagem escolhido ao jogar somente com um deles, mas ao jogar a segunda história, descobre-se muito mais do que é revelado em apenas uma.

    O único ponto negativo do jogo mesmo fica por conta do gameplay. Na parte da exploração, o game resume-se em ir do ponto A ao ponto B, sem muitas rotas alternativas, mesmo que haja vários segredos no meio do caminho. Assim como na série Metroid, você revisitará vários locais ao obter armas diferentes, mas nada foge da essência de ir rumo ao ponto B.

    E nos combates a repetição toma conta. Mesmo que seja possível realizar alguns combos com o botão de ataque e o direcional, principalmente dependendo do comprimento da Katana utilizada, que também altera a forma como o personagem luta, você basicamente estará defendendo-se de hordas genéricas de inimigos (mesmo que muito bem tematizados de acordo com o procedimento da história e do local), enquanto marcha rumo ao outro canto do mapa. As lutas contra chefes são baseadas em "meter o pau sem dó", tomando cuidado para não quebrar as três armas de uma só vez e para não perder muita vida.

    Espero que saiam mais jogos que sigam essa premissa de Japão feudal, e principalmente que tenham essa qualidade gráfica e musical vista em Oboro Muramasa, mas o gameplay deve ser algo a ser corrigido. Um ótimo jogo da VanillaWare que merece destaque na coleção de qualquer dono de Wii!

    ResponderExcluir
  2. @yamiryuu_zero: Concordo com boa parte do que falou. O game é muito belo e tem uma trilha sonora incrível, mas a jogabilidade é ruim e repetitiva, o que acabou "matando" um pouco a experiência. Agora é torcer para que o próximo jogo da Vanillaware tenha jogabildiade fluída e interessante.

    ResponderExcluir

Disqus
Facebook
Google