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Análise: Aero Porter (3DS)

Há algumas semanas, analisamos Liberation Maiden, primeiro título do Guild01, coletânea lançada no Japão pela Level-5 e idealizada por... (por Unknown em 07/12/2012, via Nintendo Blast)


Há algumas semanas, analisamos Liberation Maiden, primeiro título do Guild01, coletânea lançada no Japão pela Level-5 e idealizada por grandes nomes da indústria. O game é, provavelmente, um dos melhores disponíveis no eShop do Nintendo 3DS. Pouco tempo depois, o segundo título foi lançado. Aero Porter é um jogo bem mais simples que a contribuição de Suda 51 para a coletânea. Criado por Yutaka Saito, desenvolvedor de jogos como o consagrado Seaman (DreamCast) e o Odama, o inovador pinball lançado para GameCube, o título é focado na administração de um aeroporto por meio de uma bizarra simulação de um bagageiro. Será que a ideia é boa ou é tão idiota como parece?



Simplicidade complexa


A primeira coisa que deve ser dita nesta análise é que este jogo não é para qualquer um, mas, caso você se interesse, está com sorte, já que este é um dos games mais viciantes disponíveis no eShop. O funcionamento do título é o seguinte: as duas telas do portátil são ocupadas por vários andares de esteiras circulares e coloridas, sendo que cada uma representa um voo saindo do seu aeroporto. Conforme o tempo vai passando, malas de cores correspondentes às esteiras vão caindo no andar mais alto e ficam girando sobre sua esteira. Cabe a você levá-las ao local correto para que o avião possa partir com todas as bagagens corretas. Parece complicado? E é mesmo! Para levar as malas ao lugar correto, você deverá utilizar os dificílimos controles do jogo: R para criar rampas para baixo e L para rampas para cima. Sim, é só isso! No entanto, o jogo exige tanta concentração para que essa tarefa seja realizada que você mal perceberá que só está apertando dois botões. Isso porque diversas malas de cores diferentes devem ser conduzidas simultaneamente, de forma que deve-se estar atento a todas as esteiras e malas que lá se encontram. Ao finalmente juntar malas da cor correta na esteira correspondente, você deve embarcá-las para que o avião siga sua viagem.

Isso é o que você verá o tempo todo...
Para complicar ainda mais, os voos devem sair nos horários agendados, ou seja, caso você não consiga carregá-lo a tempo, a partida será cancelada e você deverá pagar uma multa. Contudo, o jogo também recompensa aos que conseguem carregar vários aviões de uma vez, com combos que multiplicam sua pontuação e sua grana. No meio de toda essa bagunça, ainda caberá a você detectar ameaças e malas suspeitas, dar prioridade para aviões particulares (como o de um político importante, por exemplo) e até abastecer suas esteiras com combustível para que elas não parem de girar. No decorrer das missões, você será presenteado com habilidades que facilitam o progresso, como a capacidade de apagar as luzes em determinadas esteiras para economizar combustível e outras regalias. Mas não pense que isso tornará a tarefa muito mais fácil. O foco do título é desafiar o jogador e levá-lo aos seus limites de concentração!

O que importa é a jogabilidade!


O maior desafio é não embarcar malas erradas
Como já dito, todo o jogo se passa nas esteiras de bagagem do aeroporto, de forma que não há muito a se falar da qualidade gráfica do game. É tudo muito simples e cru, de maneira que nem efeito 3D o título possui - apesar de que você nem teria tempo de perceber, já que estaria muito concentrado tentando levar aquela mala rosa ao andar mais baixo sem levar a azul, a verde e a laranja juntas. Mas isso não quer dizer que o título seja ruim ou mal acabado. Ocorre que o visual é completamente compatível com a proposta, sendo algo simples e funcional. O jogo também praticamente não possui músicas, estando limitado aos efeitos sonoros que tentam emular um aeroporto. Apesar da simplicidade, o visual até tem seu charme, mesmo que este seja o ponto mais fraco do pacote.

Simulador sem estímulo


Do nosso primeiro avião a gente nunca esquece!
Talvez o maior problema de Aero Porter seja a falta de compromisso com seu próprio objetivo. Isso porque o jogo se vende como um simulador, mas ao mesmo tempo não leva sua própria proposta a sério, já que depois de algumas poucas missões, você é liberado para apenas bater seus recordes, deixando de lado o dia a dia do seu aeroporto. Para alguns isso pode até ser bom, já que é inegável a diversão proporcionada ao tentarmos superarmos a nós mesmos. No entanto, ao fazer isso o jogo foge da sua proposta e, a evolução do aeroporto é interrompida repentinamente e o propósito do título muda.

Aero Porter é um jogo muito competente, e, considerando que faz parte de uma coletânea com mais três títulos, pode ser considerado também muito completo. No entanto, sua complexidade pode afastar alguns e o desvio de seu próprio gênero pode diminuir muito o fator replay para outros. Além disso, este é um jogo que exige concentração, não possui visuais bacanas e nem o efeito 3D é aproveitado. Caso você consiga relevar tudo isso, temos um dos jogos mais desafiadores e viciantes do eShop. Recomendado, mas não para todos.

Prós

  • Viciante e complexo;
  • Preço acessível;
  • Proposta inovadora.

Contras

  • Gráficos simples;
  • Sem efeito 3D;
  • Mudança de foco pode afastar jogadores.


Aero Porter – eShop/Nintendo 3DS – Nota final: 7,5
Visual: 5,5 | Som: 5,5 | Jogabilidade: 8,0 | Diversão: 8,5

Revisão: Alex Sandro

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. http://www.news.nparty.com.br/2012/12/chefe-da-sony-shunei-yoshida-da-uma.html

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  2. Foi anunciado como um simulador e acabei comprando; me arrependi. Até um Airport Mania para Android se sai melhor que ele, já que é de graça.

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