Perfil

Perfil: Hylia (The Legend of Zelda)

Há muito tempo atrás, antes da princesa Zelda ou do guerreiro Link surgirem no mundo, existia uma entidade que protegia a todos co... (por Unknown em 24/01/2013, via Nintendo Blast)

Há muito tempo atrás, antes da princesa Zelda ou do guerreiro Link surgirem no mundo, existia uma entidade que protegia a todos com seu poder e nos agraciava com sua sabedoria. A Deusa Hylia, ou Sua Graça (como os mortais a chamavam), tinha uma única missão sagrada: proteger a Triforce. Ela deveria utilizar esse poder para defender os mortais de qualquer perigo, porém mal sabia ela que isso não seria uma tarefa nem um pouco fácil.
CUIDADO: O texto a seguir pode conter spoilers para quem não jogou Skyward Sword. Leia por sua conta e risco.

Uma era gloriosa

A história de Hylia começa no momento em que as Três Deusas Antigas (Farore, Din e Nayru) partem do mundo e a deixam encarregada de proteger o poder mais incrível jamais criado por elas: a Triforce. Como as Deusas sabiam que tal força não poderia ser utilizada por meros mortais, eles garantiram que ela estaria segura nas mãos de Hylia. Sábia e poderosa, a Deusa soube utilizar a Triforce com sabedoria e garantiu a paz e a tranquilidade, junto dos mortais, durante séculos, sendo essa era conhecida como a “Era de ouro de Hylia”.
As Deusas Antigas entregam o poder sagrado à Hylia

A Deusa era adorada pelos mortais humanos, também conhecidos como hylianos, e durante esse tempo de paz e prosperidade, uma estátua gigante e um templo foram construídos em sua homenagem. Todas as raças de criaturas da superfície admiravam sua sabedoria e respeitavam seu poder. Mas, infelizmente, como diz o velho ditado, “tudo que é bom, não dura para sempre”. E Hylia e seus protegidos em breve enfrentariam um perigo além de seus piores pesadelos. Uma força maléfica implacável que não descansaria enquanto não pusesse suas garras no poder da Triforce para satisfazer seus desejos mais sombrios.

A batalha da superfície

As hordas demoníacas!
Em um infeliz e sombrio dia, uma rachadura fundiu a terra e em meio ao calor e as chamas, Demise, o rei Demônio, e suas hordas de batalha emergiram no mundo. Como qualquer vilão, ele almejava tomar a superfície para si e dominar o mundo esmagando qualquer tipo de resistência. Para isso, ele juntou um exército demoníaco gigantesco e lançou um ataque à superfície e seus habitantes, tirando vidas indiscriminadamente, queimando florestas e disseminando destruição, ódio e terror por onde passava. Tudo para poder alcançar a Triforce e possuir um poder inimaginável.

Skyloft, um santuário nos céus para proteger a Triforce
Sabendo do grande risco que a Triforce corria de cair nas garras de Demise e da cruel batalha que teria de travar contra suas hordas, Hylia reuniu os humanos sobreviventes do massacre inicial em um pedaço de terra e, junto da Triforce, os mandou para os céus, para além das nuvens. Depois de fazê-lo, a Deusa criou uma barreira de nuvens para separar os céus da superfície, tomando todas as medidas necessárias para impedir que Demise pudesse ir atrás de seu povo e da Triforce.

Hylia e as raças da superfície se unem para a batalha
Com os hylianos e o poder lendário dos Deuses seguros em Skyloft, Hylia juntou-se às cinco tribos de criaturas restantes na superfície (os Robôs antigos, os Gorons, os Kikwis, os Mogmas e os Parellas), para combater Demise e seu exército. Além de aliados poderosos e corajosos, Hylia ainda possuía armas especiais: uma espada sagrada criada por ela mesma, capaz de banir qualquer mal, a Goddess’ Sword, e uma harpa que produzia sinfonias divinas, a Goddess’ Harp. Foi assim, que Hylia e as tribos da superfície iniciaram uma longa e cruel batalha contra o Rei Demônio e suas hordas.

Link encontra o selo de Demise em Sealed Grounds
Apesar da feroz batalha, Hylia e seus aliados saíram vitoriosos. Porém, incapaz de extinguir para sempre o mal de Demise, a Deusa não teve outra escolha a não ser selar o demônio no fundo do fosso onde se localizava a sua antiga estátua gigante na superfície. Durante o combate, Hylia sofreu ferimentos graves e sabia que o selo não conteria o poder imenso de Demise por muito tempo. E caso ele se rompesse, o Rei Demônio se libertaria trazendo destruição sobre a terra mais uma vez. Assim, Hylia bolou planos para garantir que tal tragédia não ocorresse novamente e, se isso acontecesse, haveria alguém capaz de deter o Rei Demônio.

O nascimento de uma lenda

Fi, o espírito conselheiro da Goddess' Sword
A primeira parte de seu plano consistia na criação de Fi, um espírito que residiria dentro da Goddess’ Sword, e que teria o propósito de auxiliar um bravo herói escolhido por ela em sua jornada. Após isso, Hylia tomou uma decisão drástica e abandonou seus poderes divinos e sua forma imortal para transferir sua alma para um corpo mortal. Dessa forma, a Triforce poderia um dia ser usada por sua forma mortal, pois as Deusas Antigas a haviam criado com a restrição de não poder ser utilizada por pessoas comuns. Apenas aquele que possuísse um espírito inquebrável e as três virtudes sagradas (Coragem, Poder e Sabedoria) poderia utilizar o poder divino, como Link, o Herói da lenda, o faria.

Essa é a explicação que Zelda dá a Link quando ele finalmente a encontra em um momento crítico de sua aventura em Skyward Sword. A jovem lhe conta que, enquanto ela é a encarnação da Deusa Hylia, Link é a encarnação do Herói da lenda. E para cumprir sua missão, Zelda decide se sacrificar, selando-se em um cristal no passado, no Templo de Hylia, para assegurar a força do selo que prende Demise. Tudo isso para que no futuro, Link tenha tempo suficiente para encontrar a Triforce, derrotar o Rei Demônio com seu poder, e libertar a jovem de seu cativeiro com a paz no mundo garantida.

Apesar dos desafios e perigos, Link obtém a Triforce e, com sucesso, deseja a erradicação de Demise. Assim, o poder divino separa a grande estátua de Hylia de Skyloft, fazendo-a cair dentro do fosso na superfície, onde a forma bestial de Demise se encontrava selada, mas pronta para sair, acabando com seu mal. Infelizmente, a lenda da Deusa e do Herói não termina por aí, pois em uma reviravolta do destino, Zelda é raptada por Ghirahim e levada até o passado, onde o servo de Demise usa a alma divina da jovem para ressuscitar seu mestre.

A batalha épica que se repetiria por muitos séculos
Durante a batalha final de Link contra Demise, temos uma revelação importante sobre a história da lenda. Quando o Rei Demônio já está abatido e lentamente se desintegrando, ele alerta Link que o destino do jovem, o seu e o de Zelda estão unidos para sempre. Seu mal é eterno e ele sempre retornaria em outras reencarnações, assim como a Deusa e seu Herói. Em um ciclo de conflitos e batalhas sem fim, a lenda sempre se repetiria. E mesmo que as aventuras de Link e Zelda em Skyward Sword possam ter terminado por aqui, muitas revelações e explicações fornecidas pela história do game nos auxiliam a compreender a trama complexa que está por trás da franquia de Zelda e da história de Hylia, além de ajudar a construir teorias muito interessantes.

Teorias divinas

Hylia e a criação dos "Portões do Tempo"
A menção da Deusa Hylia já estava presente em outros jogos da série, como a Força da Luz em The Minish Cap, onde é citada a luz dormente que existe em suas várias encarnações, ou seja, nas diferentes Zeldas. Além disso é mencionado também que essa luz foi entregue ao primeiro Herói dos homens, Link. E em Majora’s Mask, pode-se facilmente perceber que a Deusa do Tempo é Hylia. Isso porque em Skyward Sword foi mostrado que Hylia participou da construção dos Portões do Tempo. Mas somente na aventura mais recente do dorminhoco Link podemos compreender toda a origem da Deusa e da lenda de seu Herói, que ajuda a compreender também a história de Link, Zelda e do surgimento de Hyrule.

Pelo que foi apresentado até agora, está claro que todo o Link e toda a Zelda presentes em todos os games da franquia são reencarnações da Deusa Hylia e do Herói escolhido por ela, enquanto o terrível Ganon é a reencarnação do ódio e maldade de Demise. E, em cada história da série, a profecia do Rei Demônio se confirma, uma vez que o Herói e a Deusa encarnada sempre tem que batalhar pela paz do mundo e a segurança da Triforce contra a encarnação do ódio do mal supremo. 

Demise e Ganon: qualquer semelhança não é mera coincidência

Também é no final de Skyward Sword, logo após os créditos, que temos um vislumbre do que, provavelmente seria, a origem do Reino de Hyrule. Enquanto Link e Zelda estão próximos da Triforce e da estátua de Hylia, que retornou para seu templo na superfície, eles veem vários habitantes de Skyloft descerem dos céus em seus Loftwings. A jovem fala a Link que gostaria de viver na superfície e, junto dele, proteger o poder sagrado da Triforce. Nesse momento, podemos supor que o desejo de Zelda virou realidade e aqueles habitantes de Skyloft (os hylianos) que decidiram rumar para a superfície foram os fundadores de Hyrule, anos mais tarde.

O Templo de Hylia se tornaria Hyrule, séculos depois
Não podemos esquecer também de outro personagem importante que parece ter seu destino preso ao da Deusa e do Herói da lenda: Impa. No último jogo da série, a protetora da Deusa encarnada, afirma que seu povo, os Sheikah, foi escolhido por Sua Graça para proteger suas encarnações assim como auxiliar o Herói, tanto no passado quanto no presente. Em Skyward Sword, Impa também é encarregada de vigiar o selo que prende Demise, mas suas encarnações futuras continuam cumprindo sua missão de proteção dos guerreiros da lenda, como é visto em Ocarina of Time.

De todas as lendas contadas através do tempo no universo de Zelda, a de Hylia é definitivamente uma das mais famosas. Através da história da Deusa, de suas batalhas e de seus sacrifícios, podemos compreender melhor a história milenar que cerca Link, Zelda e Ganon.Os três estão presos em uma roda do destino que os compele a repetir a mesma cruel batalha pela Triforce incontáveis vezes pelo tempo. De uma certa perspectiva, chega a ser uma história triste. Mas enquanto Zelda e Link continuarem lutando bravamente e triunfando, ou não, sobre esse mal inescrupuloso, os fãs não vão querer que esse ciclo de aventuras acabe tão cedo.

Revisão: José Carlos Alves


Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. Simplesmente incrivel. Uma historia melhor que a de Zelda nao existe.

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  2. Um pouco de trivia: em Twilight Princess, os Oocca são chamados simplesmente de Tenkuujin(天空人), ou "povo dos céus". Shad diz acreditar que foram justamente os Oocca que criaram Hyrule, como foi mostrado em Skyward Sword. O termo OOcca foi simplesmente um trabalho de tradução da NoA que acabou tirando o significado do termo Tenkuujin.

    E lembrando também que a triforce foi criada de forma que os deuses não poderiam usá-la, somente seres mortais. E ainda assim, o mortal que a utilizar deve ter as três virtudes. Por isso Hylia não pode utilizar a Triforce diretamente para combater Demise.

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  3. "De uma certa perspectiva, chega a ser uma história triste".

    É verdade. Talvez porque a lenda de zelda acaba refletindo a história de cada um de nós. Uma eterna e recorrente briga com nossos instintos e maldades interiores (que, talvez, tenhamos cultivado com o passar de cada existência... que sabe?).

    Por isso a história de link é tão inspiradora. Nos ensina a ter coragem para enfrentar mesmo a maior das dificuldades, e mesmo quando parecemos pequenos diante delas.

    The Legend of Zelda é, sem sombra de dúvidas, a obra prima da Nintendo, que em comemoração aos 25 anos da saga, deu a nós, seus fãs, o presente de uma linha do tempo intrigante e bela que liga todas os games.

    O que virá depois? eu chuto que o jogo para WiiU será uma nova aventura no tempo, ligando as três realidades criadas após OoT.

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