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Análise: Luigi's Mansion: Dark Moon (3DS)

Quando o GameCube foi lançado, no já longínquo ano de 2001, muitos se queixaram da falta de um jogo do Mario acompanhando-o. Indo contra s... (por Unknown em 31/03/2013, via Nintendo Blast)

Quando o GameCube foi lançado, no já longínquo ano de 2001, muitos se queixaram da falta de um jogo do Mario acompanhando-o. Indo contra sua tradição, a empresa trouxe não um jogo do encanador, mas sim um protagonizado por seu irmão: Luigi’s Mansion era uma excelente aventura, que contava com gráficos incríveis e um senso de humor afiado. Infelizmente, o título era muito curto e não causou o mesmo efeito que um jogo estrelado por Mario teria causado. Apesar disso, a franquia acumulou uma boa base de fãs e agora, doze anos depois, a Nintendo nos presenteou com Luigi’s Mansion: Dark Moon, uma sequência que expande todo o universo criado com o primeiro jogo da franquia. E a espera valeu a pena!

Problemas em Evershade Valley

A história se passa doze anos após os eventos do primeiro jogo. Professor E. Gadd é agora um estudioso de fenômenos paranormais e conta com diversos fantasmas como seus ajudantes. Luigi, como é de se esperar, está às sombras de seu irmão, sem ter a chance de protagonizar suas próprias aventuras e ter mais um jogo para chamar de seu. Mas tudo isso começa a mudar quando subitamente a Dark Moon, lua que ilumina e mantém a ordem em Evershade Valley – um lugar cheio de mansões assombradas habitadas por fantasmas e pelo prórpio Gadd – se parte em seis pedaços que caem em diferentes pontos do vilarejo. Com o incidente, uma névoa púrpura toma conta do local e os fantasmas perdem o controle e passam a agir agressivamente. Preocupado com a situação e no melhor estilo Poltergeist, E. Gadd convoca Luigi para resolver seus problemas.

"Not agaaain"
Um dos pontos mais marcantes do primeiro título era o senso de humor afiadíssimo dos personagens e as situações cômicas enfrentadas durante a aventura. Aqui, a Next Level Games não só manteve esse clima como o expandiu exponencialmente. Prepare-se para rir muito dos diálogos extremamente bem escritos e das adoráveis animações desenvolvidas pela empresa  para aumentar o clima imersivo da aventura. Cada um dos personagens, inclusive o mais simples e comum dos fantasmas, foi criado com muito esmero, o que até é típico da Nintendo. Mas dessa vez ela certamente se superou. O jogo é recheado de hilárias cutscenes que mostram a relação entre os fantasmas moradores das mansões e, depois de ver uma dessas cenas, você até sentirá pena de ser obrigado a derrotá-los. Facilmente, estamos diante do jogo mais carismático lançado para o 3DS até agora, e isso significa muito, já que estamos falando de um console da Nintendo que ainda conta com fantásticos jogos de third parties.

Dark Moon conta com cenas hilárias

Genialidade jogabilística

Durante sua jornada, Luigi conta apenas com seu fiel aspirador de fantasmas, uma lanterna e um dispositivo utilizado para visualizar mapas, objetivos e se comunicar com E. Gadd. O dispositivo é um Nintendo DS dos mais antigos, que o professor chama de Dual Scream. O Poltergust 3000 sofreu algumas mudanças: agora mais moderno e chamado Poltergust 5000, o aspirador conta com um acessório que emite uma luz colorida que revela objetos invisíveis. Mesmo assim, os cenários e situações foram tão genialmente criados que com apenas esses dois itens você sentirá que possui um gigantesco arsenal à sua disposição.

Aqui não estamos falando sobre quantidade, mas sobre qualidade. O aspirador pode ser utilizado das mais diversas formas e, em conjunto com a lanterna, é capaz de resolver os mais cabeludos quebra-cabeças. E disso o jogo está lotado. De algumas simples buscas por itens até a manutenção do encanamento de uma das mansões, todos os desafios são gratificantes e extremamente criativos em sua concepção. Com certeza você se flagrará sorrindo após resolver alguns dos geniais quebra-cabeças do jogo. Para melhorar ainda mais, apesar da temática quase infantil do jogo, o nível de desafio é bem alto, o que prova mais uma vez que para ser hardcore, um game não precisa possuir armas, sangue e violência exacerbada. Luigi’s Mansion é o suprasumo dos jogos de aventura e possui desafios para os mais habilidosos jogadores.

Os combates também não ficam para trás! Cada fantasma (e acredite, existem muitos tipos) devem ser derrotados de uma forma específica, com apenas um coisa em comum: antes de serem aspirados, você deverá jogar um raio de luz em seus olhos para que eles sejam enfraquecidos. Isso é muito fácil com os primeiros inimigos, que não se protegem da lanterna de Luigi, mas se torna cada vez mais complicado com o desenrolar da aventura, que apresenta inimigos cada vez mais fortes e inteligentes. As batalhas contra chefes são o ponto alto, pois são muito desafiadoras e não se limitam apenas a causar danos nos inimigos, sendo necessário basicamente resolver um quebra-cabeça para que eles possam ser finalmente sugados para dentro do Poltergust.

Luigi quadruplicado

O jogo ainda conta com um modo multiplayer em que até quatrro jogadores podem participar de uma frenética caçada a fantasmas. Funciona assim: os jogadores são enviados para uma mansão aleatória, com vinte e cinco andares, e lá, devem avançar por cada um dos ambientes da mansão - andar por andar - para capturar todos os fantasmas do local. Mas não pense que a tarefa é fácil! A cada cinco andares, os jogadores se depararão com um chefe, o que dificulta bastante o progresso até o final da missão. Apesar de simples, a modalidade é uma grata surpresa e aumenta ainda mais a longevidade do jogo, que já não é dos mais curtos.

As grandes estrelas de Dark Moon

Os cenários são quase que completamente interativos e completamente necessários para o sucesso nesses momentos. Aliás, as grandes estrelas do jogo não são os fantasmas ou Luigi, mas as mansões. Criadas com o maior cuidado que a Nintendo poderia ter tomado, as mansões são recheadas de elementos interativos e necessários para o progresso na aventura. Nenhum móvel, cortina e tapete estão lá sem algum motivo específico, e a interação do encanador com esses elementos é o que torna o jogo incrível!


Cada uma das mansões possui uma série de colecionáveis espalhados por seus cômodos, e sua caçada ocupará muito tempo dos jogadores. Além disso, a obtenção de dinheiro durante a exploração renderá upgrades dos mais diversos para os equipamentos de Luigi. O único problema nesse quesito é a falta de liberdade dada ao jogador para explorar os ambientes. Por se tratar de um jogo para um console portátil, a Nintendo decidiu dividir a exploração de mansões por fases, sendo que cada uma delas possibilita apenas o acesso a cômodos específicos da propriedade. Por esse prisma, a decisão faz sentido, contudo, em um jogo tão recheado de conteúdo, o modelo se torna mais um empecilho do que um auxílio aos caçadores de fantasmas de plantão.

A maldição do 3DS

Luigi assustado com a falta do analógico
Os controles são bem redondinhos, contudo, este é mais um dos jogos que poderia ter uma jogabilidade melhor caso o 3DS possuísse um segundo analógico. Para apontar a lanterna ou aspirador verticalmente, é necessário apertar botões no console ou movimentar o próprio console para utilizar seus sensores de movimento, o que é bastante complicado durante momentos mais tensos em que o jogador já está preocupado em desviar de projéteis dos inimigos ou aspirar algum elemento do cenário. Pior ainda, é impossível mover os equipamentos horizontalmente durante seu uso, o que para um jogo tridimensional chega a ser imperdoável. Caso o console possuísse o analógico, a jogabilidade beiraria a perfeição, mas devido a esses pontos, ela se torna apenas ótima. A Nintendo, sabendo desse problema conceitual de seu hardware, tratou de aumentar o range dos equipamentos do encanador, de maneira que você conseguirá sugar fantasmas e elementos do cenário que não estão realmente na mira de Luigi.

Realismo assombroso

Logo de cara Luigi’s Mansion chama atenção por sua qualidade gráfica. Se o primeiro jogo mostrava toda a potência do GameCube, Dark Moon faz o mesmo pelo 3DS. Os gráficos são muito coloridos e bem modelados, contando com efeitos de luz e transparência que causam inveja em muitos jogos lançados para o Wii. Como já dito, as animações dos personagens são incríveis e encantadoras, de forma que desde o próprio Luigi até um simples ratinho passeando pela mansão são apaixonantes. A física do jogo também é incrível, e é extremamente realista dentro do universo fantasioso criado pela Nintendo. As cutscenes são muito bem dirigidas e engraçadas, além de serem muitas, o que não é muito comum em títulos da Big N. 

Os efeitos de iluminação são lindos!
Quanto à trilha sonora, temos um casamento perfeito entre o assombrado e o cômico, o que dita o tom da aventura o tempo todo. Como jogador por quase duas décadas, não ouvia composições tão boas com essa temática desde a incrível música da fase Mad Monster Mansion, de Banjo-Kazooie. Os efeitos sonoros acompanham a qualidade do restante da obra e embalam o clima espetacular do título. O destaque fica pelos grunhidos e gritos de desespero de Luigi, que arrancará risadas de qualquer jogador nos momentos mais aleatórios da aventura. Em alguns momentos o personagem até começa a cantarolar as músicas das fases. Genial é pouco.

Retorno triunfal

Dark Moon não é apenas mais um bom título lançado para o 3DS, mas o retorno triunfal e o estabelecimento de mais uma franquia de sucesso da Nintendo. O título é obrigatório para qualquer proprietário do console e motivo de sobra para os que ainda não têm arranjarem um (ainda mais considerando a promoção lançada pelo Nintendo Club que dará um jogo digital àqueles que registrarem Dark Moon e um 3DS XL até o mês que vem). Mesmo com alguns pequenos defeitos, a quantidade de acertos é tão grande que Luigi finalmente conquistou seu lugar ao sol ao lado de seu irmão. Imperdível!

Prós

  • Grande interação com os cenários;
  • Puzzles criativos;
  • Jogo longo e cheio de colecionáveis;
  • Ambientação incrível;
  • Senso de humor afiado;
  • Trilha sonora excelente;
  • Gráficos beiram perfeição;
  • Multiplayer divertido;
  • Os grunhidos de Luigi.

Contras

  • Falta de um segundo analógico pode atrapalhar em alguns momentos;
  • Estrutura de missões prejudica a liberdade de exploração.
Luigi’s Mansion: Dark Moon – Nintendo 3DS – Nota: 9.0

Revisão: Vitor Tibério

Não deixem de conferir uma segunda análise deste importante título de 3DS na edição 43 da Revista N-Blast!

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. Lembrei daquele vídeo do Smoosh onde aparece o Mario no Luugi's Mansion e fala: "This game sucks, give it to Luigi" kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  2. Se a Nintendo é capaz de fazer isso em portátil que no começo de sua vida disseram que ele seria um fracasso, imagina o que a Big N não trará para o Wii U, o jogo deve ser incrível, pena eu não ter um 3DS pra desfrutar dessa obra de arte.

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  3. Nossa e eu nao quis comprar no lançamento do Game na Saraiva do Morumbi... Arrependimento recaia sobre mim! Kkkkkkk

    Acho que esse é mesmo um must have! Vou comprar um!

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    Respostas
    1. Arrependimento recaia sobre mim, ri demais.

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    2. Kkkkkkkk

      Poxa, eu ainda nao tinha me aprofundado no jogo, que realmente eh mto bom. Era ora ter comprado e ganhado de brinde um case mooh legal e nao o fiz, Aee realmente o arrependimento pesou! Hahaha

      :D

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  4. Saudades desafio. Passou longe. ... zerei agora e morri duas vezes. Fora que não me lembro de nenhum puzzle que tenha me feito realmente pensar.

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