Super Smash Bros. Invitational o primeiro torneio da nova edição do jogo

Lutadores dos quatro cantos do mundo, Sakurai e Reggie, final smashes nostálgicos e muita porradaria fizeram deste campeonato um quebrador de recordes.

Para boa parte da população mundial, o jogo da vez é o futebol. Com a copa do mundo rolando solta aqui no Brasil, quase que a galera toda só fala, respira e pensa em futebol. Até mesmo aqui no Blast, estamos tendo matérias especiais com essa temática. Ainda assim, para quem estava em Los Angeles na semana de abertura da Copa, havia ainda um jogo mais importante e que deixou pessoas tão roucas que sequer puderam gritar ao assistir o gol contra da nossa seleção: Super Smash Bros. for Wii U e for 3DS.




O jogo, que tomou boa parte do Nintendo Digital Event, recebeu uma reunião fechada, dedicada exclusivamente a ele, e se fez presente várias vezes nas transmições do Treehouse Live, além de ser também o que mais recebeu atenção da Big N. Com mais da metade das estações de jogos disponíveis dedicadas ao título, além de um telão gigante que projetava lutas que valiam uma medalha de edição limitada, a Nintendo não poupou esforços para promover o game, e o ápice desse marketing foi um evento ao final do primeiro dia de feira, o Super Smash Bros. Invitational.

Ready? Set… Fight!

Dentro do Nokia Theater, fãs e jogadores da série de luta se reuniram para ver o primeiro campeonato utilizando a versão de Wii U da quarta iteração da franquia. Os melhores jogadores, com experiência em Melee, Brawl e até Project M, oriundos de todos os cantos do mundo, foram convidados para participar do torneio. Muita gente conhecida do cenário competitivo deu as caras no evento, seja para competir ou apenas torcer. Destaque para Mew2King, que, embora não tenha sido convidado para participar do Invitational, recebeu dos participantes a insistência para que ele subisse ao palco para a foto final, após reconhecê-lo na audiência.
Os seguranças, entretanto, não foram tão receptivos e o expulsou. #nãovaitersmash
Lembrando que, embora fosse um torneio, o objetivo era promover o jogo, então algumas partidas contavam com algumas regras não tão convencionais. Itens estavam habilitados, embora sua frequência fosse diminuida ao longo do campeonato, até que ficassem desabillitados na grande final, e os estágios eram randômicos (e Final Destination sequer estava entre os disponíveis). O modelo da partida também era Stock, mas com limite de tempo, no qual o último jogador que sobrevivesse ou os dois jogadores que conseguissem o maior saldo entre KO’s e mortes, dentro do limite de tempo, passava para a próxima fase. Em outras palavras, era um torneio “for fun” e não “for glory”.

Se alguém tivesse usado ela,
o resultado poderia ter sido
bem diferente.
Outra característica interessante é que, para demonstrar uma maior diversidade, os participantes tiraram números de 1 a 16 para saber a ordem a qual cada um escolheria seu personagem. Uma vez escolhido, o tal personagem não poderia ser selecionado pelos outros jogadores. Dentre os 20 personagens disponíveis, todos os novatos foram escolhidos, o que é algo curioso, já que  os participantes tiveram muita pouca chance de treinar usando a versão atual do jogo, além do que, utilizar um personagem com o qual não se é familiar é bem arrsicado. Eles só a utilizaram no dia em que cada um escolheu seu personagem e no dia do torneio, antes que este começasse. Os quatro personagens que não foram selecionados foram Link, Donkey Kong, Sonic e Samus. Esta foi revelada ao longo do torneio ser a mais forte, segundo os testes de balanceamento.

Torneios dentro do torneio

Além do torneio principal, paralelamente, ocorriam diversas outras competições ao longo do evento. A que mais teve destaque foi a Fan-Favorite, na qual, ao final de cada partida, os jogadores levantavam uma espécie de fichário com imagens dos lutadores para mostrar qual foi o favorito deles e, assim, este passava a competir no torneio que ocorria alternadamente ao principal.


E aquela Majora's Mask
marota alí no canto, hein?
Fora o Fan-Favorite, tivemos também o Celebrity e o Media Rumble. O primeiro, contou com quatro celebridades, com destaque para Zelda Williams entrando no palco com sua Majora’s Mask, que competiram numa Time Match por cinco minutos. O vencedor foi Keegan Allen, de Pretty Little Liars, que usou Bowser e provou que o balanceamento fez efeito. Mais ágil e com uma área de contato maior para boa parte de seus golpes, Keegan mandou seus oponentes voarem facilmente. Já o Media Rumble contou com participantes da mídia especializada em jogos, na qual o vencedor, no comando do Greninja, foi Basara Sato, um dos editores da publicação japonesa Famitsu.


Derrotando o Mestre

Coincidentemente, deparamo-nos com Basara Sato no dia do Invitational, praticando na área VIP da Nintendo. Após algumas intensas pelejas, ele prontamente cedeu uma entrevista (que em breve você confere no nosso canal do YouTube). Basara nos contou que foi escolhido como representante da Famitsu por já ter vencido ninguém mais ninguém menos que o próprio Masahiro Sakurai, em um campeonato interno que ocorreu no seu trabalho.

Ele nos confidenciou que o Sakurai é um oponente um tanto peculiar: além de ser muito bom, afinal é o criador do jogo, ele fica fazendo comentários e opinando sobre seu estilo de luta durante e após o combate - tudo de uma forma bem técnica e precisa.
Para Basara, foi um grande alívio ter vencido, pois ele estava com um grande peso nos ombros de ter que representar todas as publicações dedicadas a entretenimento eletrônico do Japão.

Usando o Greninja, ele abusou da agilidade do personagem e principalmente sua Water Shuriken que, quando carregada ao máximo, prende os personagens em seu vórtex, deixando-os vuneráveis a um smash attack. Embora tenha sofrido alguns suicídeos, a eficácia do personagem e seu controlador, em conjunto a um Final Smash, que mandou dois personagens voando de uma vez, o consagrou como o campeão.


Grandes combates e presenças ilustres

O Invitational não parou de nos surpreender desde o primeiro momento. Após a introdução do apresentador, dos locutores e um vídeo que demonstrou a seleção dos personagens pelos participantes, eis que um convidado muito especial subiu ao palco: o próprio Masahiro Sakurai. O desenvolvedor do jogo pontuou o quão importante é o apelo dos fãs e o quão envolvido ele está no jogo, além de comentar brevemente sobre o balanceamento dos personagens.

Depois da presença do ilustre criador do jogo, finalmente começaram as lutas. Muitos gritos da torcida, grandes reviravoltas, combos e estratégias por parte dos jogadores e uma infindável beleza e surpresas por parte do próprio jogo faziam com que todos os que estivessem lá ficassem compenetrados no que acontecia no telão. Destaque especial para os comentaristas que estavam não somente em sincronia com o que acontecia no jogo. mas também em sincronia entre si, fazendo comentários perspicazes, completando as sentenças uns dos outros e arrancado boas risadas do auditório.


Cosplay em primeiro lugar
Uma iniciativa bacana da Big N e que deixou muito mais interessante as filmagens e fotografias dos observadores do campeonato foi reservar as cinco primeiras fileiras do auditório somente para os visitantes que viessem caracterizados como personagens da Big N. As fantasias eram das mais diversas: de uma Greninja Shiny a Wario e de dois pequenos irmãos Mario a uma mistura de Link e Luigi com um quê de Steampunk.

Reviravoltas e intensos confrontos nas últimas partidas

Na reta final, Kevin “PPMD” se tornou o campeão do Fan Favorite, ao comando de Fox, embora a torcida estivesse a favor de Hugo Gonzales no comando do novato MegaMan. Já a “grande final” foi uma batalha 1x1 entre Gonzalo “ZeRo” Barrios, no comando da Zero Suit Samus, e Juan “Hungrybox” Debiedma, controlando Kirby. Antes de sua Stock Battle com limite de oito minutos e sem itens, os dois competidores desceram pelo meio dos espectadores, vestindo roupões azuis, clássico de lutadores de boxe, e cumprimentaram seus fãs no caminho. O que se seguiu foi uma luta realmente digna de uma final.

Enquanto ZeRo aproveitava da maior agilidade de ZSS (pense em algo rápido como Sonic, porém mais fácil de controlar) e de seu maior poder de fogo e armas paralizantes (cujo efeito dura mais nessa versão do jogo), Juan tirou proveito da pequena área de hitbox do Kirby para facilmente escapar dos golpes e emendar com grabs e throws.


Depois de intensos oito minutos com muita reviravolta - uma hora Hungrybox estava com uma vida a mais, outra era Gonzalo -, chegou a hora da decisiva morte súbita. Muitos desvios e movimentos calculados, a pressão era muita sobre os dois jogadores. Kirby tentava aproveitar de seus poderosos smashes enquanto ZSS preferiu não arriscar com tiros que podem ser facilmente desviados e partiu para o mano a mano. Em um pequeno deslize de Hungrybox, Gonzalo conseguiu encaixar um chute com os novos salto-altos da heroína e mandar Kirby para as alturas, consagrando-se assim como o primeiro campeão da quarta versão de Super Smash Bros.
Já descobrimos o segredo de tanta eficiência:
o cachecol é um item indispensável no cenário competitivo de smash, tal qual no do pokémon.
Estouro de nostalgia
Ao longo do torneio, houve vários momentos engraçados, intensos, deprimentes e emocionantes, o que fez com que os expectadores ficassem à flor da pele. Dentre eles, os destaques foram a “batalha das divas” na segunda quartas de final, quando só restaram Rosalina e Zero Suit Samus, e quando Hungrybox executou o novo Final Smash de Kirby em três oponentes de uma só vez. Entretanto, nenhum momento, talvez nem mesmo a grande final, fez os fãs gritarem tanto quanto o único momento em que Hugo “Hugs”, no controle de MegaMan, conseguiu desferir seu Final Smash e todas as versões de Blue Bomber apareceram na tela. Confira você mesmo:

Promessas feitas e recordes quebrados

Enquanto os fãs ainda estavam vibrando pela excelente demonstração do jogo que foi a final entre ZeRo e Hungrybox, eis que o próprio Reggie Fils-Aime (ou seria o Aimech?) sobe no palco para parabenizar os campeões do Invitational e do Fan Favorite, e entregar a eles seus respectivos troféus. Reggie também não perdeu a oportunidade de incitar a galera ao dizer: “com o tremendo sucesso que foi [o Invitational], quem sabe não o faremos ano que vem?”.

Uma das melhores expêriencias proporcionadas pela Big N que já pude presenciar e que me deixou rouco durante os dois dias seguintes, o Super Smash Bros. Invitational foi um grande sucesso e uma excelente jogada de marketing. Para os céticos, os numeros não mentem: o campeonato bateu o recorde mundial de mais vizualizações de um jogo de luta, contando com um total de mais de 145 mil expectadores ao redor do mundo. Com a copa do mundo da FIFA e as olímpiadas rolando aqui no Brasil, será que seria pedir muito para que realizassem um torneio assim em terras tupiniquins? Eu certamente torceria muito mais do que pelos eventos que estamos sediando. Mas se isso não acontecer, pode contar comigo no Invitational de 2015!

Até ano que vem!
Revisão: Jaime Ninice

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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