Blast from the Past

Mega Man Battle Network (GBA) levou o robô azul para o mundo virtual

No futuro distante, Mega Man é um programa destruidor de vírus no primeiro RPG de ação da franquia.


Mega Man sempre foi conhecido por ser o protagonista de jogos de ação e plataforma. Para o GBA, a Capcom resolveu levar o robô azul para outro estilo. O resultado foi Mega Man Battle Network, um RPG de ação e um dos primeiros títulos do portátil. A aventura se passa em um universo paralelo no qual a internet está presente em praticamente tudo e Mega Man é um programa de computador que combate vírus e hackers. Mesmo sendo um RPG, Battle Network utilizou características clássicas da série em seus sistemas de jogo.

Um mundo completamente conectado

Lan e MegaMan
No ano de 20XX, a internet foi integrada a equipamentos eletrônicos e até mesmo a objetos comuns como janelas e mobília. Para interagir com a rede mundial de computadores e com esses objetos, as pessoas passaram a usar um dispositivo chamado Personal Terminal (ou PET), que apresenta inúmeras funções como executar ligações e enviar mensagens — algo bem próximo dos nossos smartphones. Com os PETs é muito simples estar sempre em contato com os amigos ou controlar os eletrodomésticos de casa.

Acontece que ter internet em todo lugar deixou as coisas muito complexas: encontrar informações e dar conta de todas as funções dos PETs era algo muito difícil. Sendo assim, foi desenvolvido um programa especial chamado Net Navigators. Os NetNavis funcionam por meio de inteligência artificial, sendo possível customizar detalhes como aparência e personalidade. Com a expansão da grande rede, as pessoas passaram a utilizar os NetNavis para executar crimes, sendo o roubo de dados e infestação de vírus fatos comuns. Para se proteger dessas ameaças, as pessoas passaram a instalar um programa chamado Battle Chips: ele permite combater vírus e hackers.

É nesse mundo que vive tranquilamente o garoto Lan Hikari e seu NetNavi MegaMan.EXE. Mas a paz dura pouco: vários problemas envolvendo a internet começam a aparecer em sua cidade e a dupla decide resolvê-los. Eles descobrem que os incidentes são obra de um grupo terrorista chamado World Three (ou WWW), que planeja espalhar o caos pelo mundo. Sendo assim, Lan e MegaMan vão tentar impedir o plano do WWW a todo custo. Vários personagens e características da série estão presentes em Mega Man Battle Network.


Alternando entre o mundo real e virtual

Mega Man Battle Network utiliza os conceitos básicos do gênero RPG, adaptados aos temas do robô azul. A exploração acontece em dois locais distintos: no mundo real e no virtual. Os controles e ações são praticamente idênticos nos dois universos, mas cada qual tem características únicas. No mundo real o jogador controla o garoto Lan e não há muito o que fazer além do que conversar com pessoas e ir de um local ao outro.


Para controlar MegaMan e explorar o mundo virtual, é necessário se conectar à internet por meio de algum dispositivo. Como no mundo do jogo praticamente tudo está ligado à rede de computadores, é possível entrar no mundo virtual através de eletrodomésticos e outros objetos. Para isso basta examinar o objeto e Lan informará se é possível acessar a rede por meio dele. A ação de entrar no mundo virtual é chamada de jack-in e é ativada pelo botão L. Na internet o jogador controla MegaMan, que além de explorar as grandes áreas interconectadas e resolver os puzzles, enfrenta vírus de computador e outros perigos em batalhas. Em alguns momentos é necessário alternar entre o mundo real e o virtual para superar os vários problemas e obstáculos.


Destruindo vírus em combates dinâmicos

As batalhas em Battle Network acontecem aleatoriamente e são voltada para a ação, contando também com toques de estratégia e planejamento. Os combates acontecem em uma área dividida em 18 espaços, sendo metade deles reservados para os inimigos. MegaMan pode se movimentar livremente em sua área e seu ataque básico é um tiro que pode ser carregado ao segurar o botão B. Tudo acontece em tempo real e é importante ficar atento à ação para se dar bem.


Além dos ataques básicos, o herói conta com os Battle Chips. Eles são pequenos cartões contendo programas que permitem que MegaMan execute movimentos especiais durante a batalha. Os efeitos são variados, como usar um canhão para desferir um ataque poderoso, lançar bombas na área inimiga, recuperar pontos de energia e até mesmo invocar outros NetNavis como Roll.EXE e Gutsman.EXE. A escolha desses movimentos se dá por turnos: ao início da batalha, uma lista de cinco chips aleatórios aparece, sendo possível selecionar até cinco chips do mesmo tipo ou mesma letra. Após feita a escolha, a ação começa e uma barra no topo da tela é preenchida lentamente. Quando o carregamento termina, uma nova seleção de cartões pode ser feita ao apertar L ou R. Combinações específicas de chips podem criar ataques completamente novos.


Por ser um programa, MegaMan pode receber upgrades que melhoram atributos como energia, defesa, ataque e velocidade. Estas melhorias podem ser compradas de mercadores espalhados pela aventura. O herói também pode equipar armaduras especiais com atributos elementais, o que traz vantagens em combate contra certos tipos de inimigos. Por fim, é possível montar vários baralhos diferentes de chips.


O começo de uma grande série

Mega Man Battle Network teve recepção extremamente positiva por conta de sua jogabilidade divertida e ótima parte técnica. A série teve várias continuações e Spin-offs, além de vários animes, mangás e produtos licenciados. Boa parte dos títulos da franquia ficou concentrada no GBA, mas o DS recebeu um “sucessor espiritual” de nome Mega Man Star Force, que compartilha algumas características da série Battle Network. Em 2009, Battle Network recebeu um port melhorado para DS intitulado Rockman.EXE Operate Shooting Star, que tinha como novidade a participação do herói de Star Force — infelizmente o jogo não foi lançado no Ocidente. E vocês, tiveram a oportunidade de jogar Mega Man Battle Network?



Revisão: Alan Murilo
Capa: Daniel Silva

é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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