Hands-on

Ace Attorney: Spirit of Justice (3DS): experimentamos o Divination Séance

No último jogo da série Ace Attorney, testamos as clássicas e novas mecânicas de gameplay em um país desconhecido.

É sempre emocionante estar de frente a mais um título da franquia Ace Attorney, ainda mais quando é uma nova oportunidade de estar na pele do nosso advogado de defesa preferido: Phoenix Wright! Sendo assim, uma das primeiras coisas que fiz no booth da Capcom na E3 2016 foi conferir o próximo jogo dessa amada franquia. Phoenix Wright: Ace Attorney: Spirit of Justice (3DS) estava disponível em uma demonstração jogável, com ênfase para a nova mecânica de gameplay, Divination Séance.

Ordem no tribunal!

Assim como na demonstração de Ace Attorney: Phoenix Wright — Dual Destines (3DS) na E3 2013, a Capcom ambientou o seu stand de demos de Spirit of Justice como uma corte do jogo. E, dessa vez, a temática foi justamente o tribunal da nação Khura'in, palco desse novo título. A ambientação ajudou a me colocar no espírito do jogo, afinal Phoenix Wright está viajando para um outro país, cujos costumes e cultura diferem muito dos Estados Unidos, Japão ou seja lá onde você considerava ser o território dos games anteriores da série (isso varia conforme a região do jogo).

Como parte do palco armado pela Capcom, há também uma réplica do clássico local onde fica a testemunha nos jogos da série. Tirar uma foto fazendo uma das poses do game é irresistível para fãs da série, não?
Não resisti!

Mais do mesmo?

Uma demo de Ace Attorney pode soar desnecessária para muitos jogadores, uma vez que os títulos da série não costumam variar muito em sua mecânica de jogo, apresentando como principal aperitivo seu enredo sempre genial. Ainda assim, valeu a pena experimentar Spirit of Justice não apenas por ser um fã de carteirinha da série, mas para conferir as pequenas novidades implementadas pela Capcom nesse novo jogo.

No geral, temos a mesma engine de Dual Destines, então espere por uma singela continuidade da revolução gráfica do último jogo da série. De qualquer forma, o visual continua excelente, aproveitando muito bem os aspectos dos antigos sprites bidimensionais da série em modelos tridimensionais belíssimos. Ver tudo rodando tranquilamente no 3DS é sensacional, e arrisco dizer que há sim melhorias notáveis em relação a Dual Destines.


Se o motor gráfico continua o mesmo, o mesmo não se pode dizer da ambientação. Como dito, o fato do jogo se passar em outro país trouxe uma cara nova a muitos elementos visuais do jogo. A corte tem uma decoração que nos remete imediatamente ao clã Fey, ícones visuais apresentam uma estética oriental e até o juiz foi alterado (até que enfim!).

Espelho, espelho meu

Quanto ao gameplay, também não há muitas variações em relação a Dual Destines — pelo menos no que se refere à sessão no tribunal, que era o único momento disponível para ser jogado. Os comandos de interação com as testemunhas e promotores continuam os mesmos, incluindo a muito bem-vinda opção de reler os diálogos anteriores. Na demonstração, também era possível aumentar a velocidade dos diálogos, mesmo naqueles ainda não mostrados previamente, um recurso que nem sempre é visto nos jogos da série. Não dá para dizer, no entanto, se trata-se de uma função exclusiva da demo.

O destaque da demonstração, que também é a grande inovação de Spirit of Justice, é a mecânica Divination Séances. Através de poderes espirituais, é possível reviver os últimos momentos da vítima dos assassinatos do jogo em um espelho especial, o Pool of Souls. Não apenas o que ela vê é mostrado, mas também suas experiências envolvendo todos os demais sentidos. Essas experiências precisam ser assumidas como verdadeiras durante o jogo, pois o que devemos de fato investigar são as declarações pela personagem Rayfa Padma Khura'in feitas a partir das visões do espelho.


Ao encontrar uma inconsistência entre as experiências sensoriais da vítima e as declarações de Rayfa, o jogador deve apontá-la. O esquema é melhor ilustrado durante o gameplay, porém trata-se de um dos gimmicks mais complexos da série Ace Attorney. Isso porque, diferentemente de ferramentas como a Magatama ou o Mood Matrix, há duas linhas de pensamento simultâneas que o jogador deve relacionar: as experiências sensoriais e os relatos. Durante a demo, foi um pouco difícil navegar entre as duas coisas no começo, mas tudo ficou claro a partir da segunda contradição encontrada.

Nesse momento, infelizmente, a demonstração chegou ao fim. Basicamente, a função da demo era mostrar o gameplay tradicional na corte e a nova jogabilidade da Divination Séances. Apesar de já ser esperado sempre uma nova mecânica desse tipo, o Divination Séances tem potencial para ser um recurso muito interessante em Spirit of Justice. No entanto, esse será a quarta ferramenta especial do jogo, se considerarmos que a Magatama, o bracelete de Apollo e o Mood Matrix estarão de volta, o que pode ser excessivo para um jogo de poucos capítulos.


Phoenix Wright: Ace Attorney: Spirit of Justice chega para 3DS em setembro de 2016. Assim como Dual Destines, ele estará disponível nas Américas apenas via download na eShop. Se o jogo tiver, no mínimo, um enredo profundo e personagens cativantes como seus antecessores, já valerá a pena revisitar o universo da série.
Só em setembro!
Revisão: Robson Júnior
Capa: Rafael Neves

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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