Blast from Japan

Blast from Japan: Romancing Saga (SNES)

Na era de ouro dos RPGs, muitos bons games do gênero produzidos no Japão nunca chegaram ao mercado ocidental. Uma das ausências mais sent... (por Gustavo Assumpção em 01/07/2011, via Nintendo Blast)

romancingsagasupernintendojpNa era de ouro dos RPGs, muitos bons games do gênero produzidos no Japão nunca chegaram ao mercado ocidental. Uma das ausências mais sentidas é o interessante Romancing Saga, lançado pela Square em 28 de janeiro de 1992 para o Super Famicom. Grandioso, com um belo enredo e um sistema de batalha dos mais complexos para a época, ele acabou sendo um sucesso absoluto em terras nipônicas, mas misteriosamente não foi lançado no ocidente. Somente o remake Romancing Saga Ministrel Song (para Playstation 2) acabou ganhando uma versão ocidental.

Com direção de Akitoshi Kawazu (que já havia trabalhado no primeiro Final Fantasy e nos games anteriores da série Saga até então lançados para GB), design de personagens de Tomomi Kobayashi (um dos artistas mais promissores da época) e trilha sonora de Keiji Ito (que anos depois cuidaria dos arranjos de Super Smash Bros. Brawl), o time principal era jovem e cheio de ideias na cabeça, o que acabou resultando em um game com um frescor bem interessante para a época.

  • Um conto do passado e do presente

Romancing Saga possui como um de seus grandes destaques a presença de um roteiro apurado e bem amarrado, mesmo que a história seja simples, com todos aqueles clichês que já conhecemos de outrora. Ambientado no mundo inexistente de Mardias, o game tem como prólogo a batalha travada entre três deuses maus - Death, Saruin, e Schirach, além do deus dos deuses, Elore. Após uma longa e dolorosa batalha, Death e Schirach perderam todos os seus poderes e Saruin foi aprisionado pelos poderes de dez Fatestones após o sacrifício do herói Mirsa. Mil anos depois, as coisas parecem estar no lugar – mas não é bem isso o que vai acontecer.

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A trama principal se desenvolve em torno de oito personagens principais, com personalidade, história, características e motivações diferentes. Ao longo do jogo, é possível recrutar personagens secundários também, mas eles acrescentam bem menos para a experiência de jogo. Entre esses personagens principais estão Albert, um guarda de 18 ano filho de um importante mestre de sua terra; Jamil, um ladrão de 20 anos de idade de South Estamir; Claudia, uma lutadora de 22 anos que possui relação com uma bruxa; Aisha, uma bióloga de 16 anos membro da tribo Taralian; Hawke, um pirata com seus 30 anos de idade e que só faz pensar em seu grande rival; Sif, o orgulhoso guerreiro de 28 anos de idade da gelada região de Valhalland; Gray, o habilidoso espadachim que viaja pelo mundo para conseguir tesouros e Barbara, uma bela dançarina de 26 anos de idade que está a procura de uma boa viagem.

Assim como nos principais RPGs da década de 90, Romancing Saga possui um grupo de personagens principais bem variado e consistente, perfeito para agradar a todo tipo de jogador. Embora os protagonistas sofram com os clichês particulares dos RPGs da época, isso não acaba sendo um contra tão grande assim, principalmente porque esses detalhes são muito pouco perto da profundidade que o game proporciona.

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  • RPG típico, batalhas típicas, diversão típica

Como já deu pra perceber, a grande novidade de Romancing Saga era a presença de não um, mas oito personagens principais que poderiam ser escolhidos logo no início da aventura. Assim que o jogador escolhia o personagem que preferia controlar, também era necessário escolher a profissão do pai desse personagem com base uma lista. Essa escolha definia várias das habilidades específicas do personagem, alterando de forma decisiva a aventura principal.

Outro aspecto legal é que esse foi um dos primeiros games a realmente permitirem que a história tome caminhos diferentes de acordo com as ações e conversas dos personagens. Dependendo de quem o jogador recrutar ou dialogar, das respostas dadas em determinados momentos ou coisas do tipo, a aventura pode tomar um rumo completamente diferente. Para a época foi revolucionário.

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As batalhas eram ao mesmo tempo simples e complexas. Obedecendo um sistema rigoroso de turnos, em que o jogador escolhe as ações de todos os personagens e elas são executadas de acordo com a velocidade, o game ainda disponibiliza habilidades especiais que eram concedidas aleatoriamente durante os confrontos. Outro aspecto legal é que o ganho de nível não era geral, e sim para características específicas, como armas e magias. Cada personagem pode equipar duas armas e uma série de itens para aumentar a defesa, em um esquema bem parecido com a série Final Fantasy.

Visualmente, o game se parecia com Final Fantasy IV, com cenários que ainda não utilizavam totalmente as capacidades do hadware do Super Famicom. Mesmo assim, em alguns momentos (como a introdução da história), apresentavam sprites muito bem animados e efeitos especiais de alto nível. É lógico que com o passar dos anos a Square conseguiu retirar mais da capacidade do console, mas para o momento em que Romancing Saga foi lançado, o visual era o topo.

  • Outras versões

Rsaga1-2Além da versão para Super Famicom, Romancing Saga ainda foi teve outras três versões lançadas. A primeira delas foi o port lançado para WonderSwan em 2000 (pra quem não se lembra, o WonderSwan foi o portátil da Bandai lançado apenas no Japão). Anos depois, o game ganhou um remake completo para o Playstation 2: Romancing Saga Ministrel Song, que vendeu quase meio milhão de cópias no Japão. Com um enorme ganho visual e técnico, o game chegou a ser lançado no ocidente, mas não foi muito bem recebido pela crítica. Por fim, o game foi lançado em celulares japoneses no ano de 2009 e ano passado chegou ao Wii japonês no Virtual Console.

Ausência sentida

Nesse  Blast from Japan espero que tenhamos conseguido passar um pouco pra você do quão interessante esse game é. A jornada é longa e cheia de desafios, os personagens são carismáticos e interessantes e o final, quando todos os oito personagens se unem em prol de um bem maior, é épico.

Romancing Saga foi um dos games mais importantes do Super Famicom no Japão. Com quase 1,5 milhão de unidades vendidas, ele acabou ganhando duas continuações: Romancing Saga 2 e Romancing Saga 3, que conseguiram evoluir ainda mais a fórmula do original.

Pra encerrar essa matéria,  nada melhor do que curtir um vídeo com vários trechos do game e pedaços das principais composições de Kenji Ito.


Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. É uma ótima série, Romancing SaGa 2 marcou muito a época em que eu jogava SNES e está entre meus RPGs preferidos... recomendo também

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  2. Joguei apenas o Romancing SaGa 3, para SNES, mas gostei muito dele. Muitas coisas únicas em um jogo de RPG e algumas até dificultavam mais, só que quase tudo nele fazia mais sentido. tenhp vpmtade de jogar o Romancing SaGa 4, para playstation 2...

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  3. além desse, teve o primeiro Star Ocean que é excelente...

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  4. Pelo que vi, este como outros jogos fantásticos de rpg p/ snes já continha elementos que hoje, muitos desavisados, inclusive em revistas de games dizem serem obra de jogos atuais. Por exemplo, esse lance de seus atos mudarem completamente o rumo da jornada... Se pegarmos muitos games antigos veremos conceitos que hoje são utilizados como "obras atuais" e que superam os jogos clássicos,sendo que antes esses conceitos já eram usados

    Cara, já zerei vários rpgs do snes. Tenho esse jogo no pc, parece realmente muito bom, mas gostaria de encontrar uma versão traduzida p/ portugues. Todos os rpgs que finalizei estavam traduzidos...

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