Blast from the Past

Blast from the Past: Dr. Mario (NES)

É provável que, quando a Nintendo lançou Donkey Kong para os arcades em 1981, ninguém imaginava que Jumpman , hoje Mario , se tornaria o pe... (por Jardeson Barbosa em 01/07/2012, via Nintendo Blast)

Dr. MarioÉ provável que, quando a Nintendo lançou Donkey Kong para os arcades em 1981, ninguém imaginava que Jumpman, hoje Mario, se tornaria o personagem mais conhecido dos videogames. Mario é tão importante para a Big N que, apenas de janeiro de 2011 até agora, foram lançados seis (seis!) jogos em que ele é um personagem controlável e, no mínimo, mais três ainda devem ser lançados em 2012. É muita coisa. Em 1990 a situação não era muito diferente. Para promover o NES (que já estava dando lugar ao SNES) e o Game Boy, a Nintendo resolveu colocar nas prateleiras um título inusitado, viciante e criativo em que o encanador não era mais um encanador, e é sobre esse jogo que o Blast from the Past de hoje tratará.

It’s a me, Dr. Mario!

A maioria das pessoas conhecem Mario por jogos como “Super Mario Bros.”, “Super Mario World” e “Super Mario Galaxy”, mas, curiosamente, os jogos de plataforma de Mario são uma minoria perante a quantidade de spin-offs que a série recebeu ao longo dos últimos trinta anos.

Um dos sprites de Mario da era pre-Super Mario Bros.Após “Donkey Kong Jr.” – o último jogo dos gorilas do qual Mario participou até o lançamento de “Donkey Kong”, em 1994 para Game Boy –, o personagem passou a ganhar games próprios e a participar de diversos outros como personagem controlável. Nascia aí o conceito de mascote. “Tennis”, “Pinball”, “Golf” e “Wrecking Crew”, para NES, são apenas alguns desses jogos lançados até 1985.

Capa de "Dr. Mario" do NES.Depois do sucesso estrondoso de “Super Mario Bros.”, a Big N ainda lançou alguns outros jogos com a participação de Mario, como “Punch-Out!!”, mas nenhum spin-off verdadeiro foi feito até 1990, ano em que conhecemos “Dr. Mario”.

Em “Dr. Mario”, o famoso italiano subitamente deixa de ser um encanador, atendendo agora como médico, e em vez de lutar contra Koopas e Goombas para salvar a Princesa Toadstool (ou Peach), ele deve derrotar vírus coloridos que ameaçam a saúde do Mushroom Kingdom. E como ele fará isso? Da maneira mais divertida possível.

Mate os vírus, salve o dia

Mario examinando Fever, um dos três vírus do jogo.Em 1990, o Game Boy era um verdadeiro sucesso, tudo graças à “Tetris”, o jogo mais vendido do portátil. O sucesso do puzzle era tão grande que diversos clones foram criados, para os mais diversos tipos de sistemas. E o que acontece quando se une o game mais popular do portátil mais popular com o personagem mais carismático dos videogames? Temos um jogo realmente bom em mãos.

Muitos podem discordar da comparação entre “Tetris” e “Dr. Mario” – e é verdade que “Dr. Mario” é um jogo completamente original –, mas é inegável que houve certa referência na criação do game estrelado por Mario, desde o layout aos objetivos, que são bem próximos.

Tela de "Dr. Mario" no modo single player.Em “Dr. Mario” temos uma tela retangular e vertical, no formato de um frasco, que está cheia de (ou pelo menos com alguns) vírus de cores variadas – três no total – que devem ser eliminados com a ajuda de pílulas – também coloridas –, chamadas de Megavitamins,  que caem do alto dessa tela e devem ser emparelhadas com os vírus da mesma cor. Diferente de “Tetris”, o único objetivo de “Dr. Mario” é eliminar os vírus. Assim que são todos eliminados você avança de nível, onde haverão mais vírus e a velocidade das Megavitamins é maior. Semelhante à “Tetris” a tela (ou frasco) é bem limitada, e ocorrerá um Game Over se ela for totalmente preenchida por pílulas. Muitas vezes será necessário eliminar outras Megavitamins antes de eliminar os vírus. As Megavitamins também podem ser direcionadas e giradas, assim como as peças de Tetris.

Tela de "Dr. Mario" no modo 2-player.O que pode parecer bem simples e monótono é, na verdade, um jogo frenético e divertido, ainda mais se você estiver jogando com um amigo. No modo multiplayer a tela da TV é dividida ao meio e dois jogadores disputarão até que um deles consiga três vitórias. É declarado vitorioso o jogador que eliminar todos os vírus primeiro. Caso um jogador deixe que sua tela (ou frasco) seja totalmente preenchida, o oponente é automaticamente declarado o vencedor. Uma diferença mínima, mas muito interessante, entre os modos single e multiplayer é o fato do desempenho de um jogador interferir na partida do outro. Quando um jogador consegue eliminar mais de uma coluna ou linha com apenas uma Megavitamin, cairão, no frasco do adversário, algumas Megavitamins pela metade, que podem variar de dois a quatro pedaços, dependendo da quantidade de linhas e colunas eliminadas simultaneamente.

Além disso, Dr. Mario é um jogo lembrado, também, pela sua trilha sonora que, apesar de curta, é bem marcante. Todos os temas musicais foram compostos por Hirokazu Tanaka, que também compôs músicas para Balloon Fight, Metroid, Kid Icarus e Super Mario Land.

O legado

  • Dr. Mario foi um sucesso instantâneo, principalmente graças à curva de aprendizado. Não era preciso nenhum tutorial para que qualquer pessoa conseguisse jogá-lo, tornando o jogo bastante acessível;
  • A popularidade do game fez com que a Nintendo o relançasse, de certa forma, em praticamente todos os seus consoles futuros. Alguns remakes também foram feitos, como “Dr. Mario Online RX”, do WiiWare;
  • Os vírus de “Dr. Mario” se tornaram figurinhas frequentes nos jogos da série “Mario & Luigi”, aparecendo como inimigos ou apenas em pequenas participações;
  • Dr. Mario (o personagem) apareceu como um dos lutadores de “Super Smash Bros. Melee”. Neste jogo ele tem, como ataque básico, um golpe em que ele atira Megavitamins (ao invés de bolas de fogo) nos adversários;
  • Peach também ganhou um alter-ego hospitalar, conhecido como “Enfermeira Toadstool”. Apesar disso, ela nunca fez nenhuma aparição real em jogos da série “Dr. Mario”, se restringindo a citações em manuais ou nos próprios jogos.

Dr. Mario e sua ajudante, Nurse Toadstool, agradecem pela visita!E foi com muito carisma que Mario se tornou essa figura tão popular. Atualmente as pessoas costumam ver com maus olhos o uso frequente de uma mesma franquia ou personagem por alguma desenvolvedora, mas voltando nos anos 1990, qualquer jogo que viesse com o nome “Mario” estampado na capa já era considerado uma boa compra… bem, talvez nem tanto, mas “Dr. Mario” faz parte da regra e, como boa invenção que é, resiste ao tempo, mantendo as mesmas mecânicas há 20 anos. Se você quiser conhecer (ou rever) “Dr. Mario”, opções é o que não faltam. O jogo está disponível no DSiWare (como “Dr. Mario Express”), no Virtual Console do 3DS e no WiiWare.

Revisão: Lucas Oliveira


Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. Classíco, eu passava horas e horas jogando esta coisa xD o que parecia ser repetitivo logo se mostra realmente repetitivo, extremamente repetitivo e viciante =) bons tempos tempo brincando de ser "medico".

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