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Análise: New Super Mario Bros. U (Wii U)

As duas últimas gerações de consoles da Nintendo romperam uma das mais fortes tradições da empresa: trazer em seu lançamento um título d... (por Unknown em 09/01/2013, via Nintendo Blast)


As duas últimas gerações de consoles da Nintendo romperam uma das mais fortes tradições da empresa: trazer em seu lançamento um título de seu maior mascote e, talvez, maior ícone da indústria, Mario. Com o GameCube, a empresa investiu em algo diferente, com a criação de uma franquia própria para o irmão do encanador mais famoso de todos os tempos. Luigi’s Mansion, apesar de ter feito algum sucesso, não se comparou a fenômenos de crítica e público como Super Mario World (SNES) ou Super Mario 64 (N64); já Wii Sports, título de lançamento do Wii, é o jogo mais bem sucedido da Big N em todos os tempos. Mesmo assim, muitos sentiram falta de um game do personagem na estreia do revolucionário console.

 O retorno à tradição


Anos se passaram e a Nintendo nos presenteou com mais um console: o Wii U que, como quase todos os videogames da empresa, promete deixar a indústria de pernas pro ar. Seguindo a tendência iniciada pelo Wii, o novo console veio acompanhado de uma coletânea de minigames, o excelente Nintendo Land. Contudo, desta vez fomos novamente presenteados com um título do bigodudo logo no lançamento. New Super Mario Bros. U é o quarto título da série New, mas o primeiro deles que consegue fazer justiça aos tempos de ouro dos jogos 2d da franquia.

Bem-vindo de volta, Reino dos Cogumelos


E lá vamos nós de novo!
Era mais um belo dia no Reino dos Cogumelos. Mario, Peach e seus amigos estavam reunidos no castelo quando Bowser ataca mais uma vez, desta vez a bordo de seu airship com uma gigantesca mão mecânica que arremessa todos para o outro lado do Reino, exceto por Peach, que é mais uma vez sequestrada pelo vilão.  Mario e sua trupe caem em uma Accorn Tree e espalham Super Accorns, o novo power-up da série, por todo o mapa. Após aterrissarem de seu desagradável voo, os heróis partem, mais uma vez ao resgate da doce princesa. Como todos puderam facilmente perceber, a história é a mesma de sempre. Mas isso nunca foi um problema, já que este é só o pretexto para que os jogadores iniciem uma divertidíssima jornada por um mar de fases com level design que beiram a perfeição.

Logo de cara já dá pra notar que a Nintendo não estava para brincadeira ao definir as inspirações de seu novo título. O hub deixou de ser dividido em áreas desconectadas umas das outras, como ocorria nos outros títulos da série New (que eram uma homenagem a Super Mario Bros. 3), e passou a ser constituído de um mapa em que todas as áreas são conectadas. Além disso, assim como em Super Mario World, cada região possui o nome de comidas e bebidas. Mas as inspirações não param por aí! Cada região do mapa possui uma música própria que define o local, assim como Yoshi’s Island, outro enorme sucesso da empresa na era 16-bit. Durante a jornada, você encontrará diversos outros easter eggs da franquia, principalmente dos games lançados durante a geração do Super Nintendo. Mas isso fica para vocês, caros leitores, ou estaria estragando uma das coisas mais legais deste novo título.

O belíssimo world map do game!


A escola Nintendo de level design


A série New vinha me trazendo diversas preocupações quanto ao futuro da franquia Mario em jogos de plataforma 2D. O primeiro título foi um grande sucesso por revisitar o lado esquecido dos jogos do bigodudo, e serviu como uma homenagem ao legado do encanador. No entanto, as outras entradas da série, apesar de serem bons jogos, não conseguiam chegar nem perto de tudo que foi feito há mais de quinze anos. O maior motivo disso é o level design destes títulos que, apesar de superior a quase tudo que encontramos por aí, era artificial demais para a franquia. O que eu quero dizer com isso? Simples: os jogos da série sempre foram famosos pelo level design complexo, em que cada objeto ou plataforma estava lá por algum motivo de forma que havia passagens secretas, diversos caminhos para se chegar ao fim de um estágio e uma infinidade de segredos bem escondidos. A série New também faz isso, mas títulos como Super Mario World possuem um toque especial em suas fases: todas elas são mais orgânicas, desordenadas dentro de sua ordem, o que torna o mundo mais crível. O que estou querendo dizer é que na série New, boa parte das fases são um pouco artificiais e tudo é muito redondinho e simplório, o que torna tudo mais sem graça para quem estava acostumado com os jogos mais antigos. Os mundos da série New não conseguem convencer, pois não trazem o charme ímpar da franquia e parecem mais uma tentativa frustrada de emular o que era feito com maestria outrora.

As fases são muito criativas
Felizmente, New Super Mario Bros. U traz de volta toda a glória da era 16-bit. As fases são complexas, criativas e desafiantes, o que torna o Reino dos Cogumelos um lugar no qual podemos acreditar novamente. Apesar de cada região possuir um tema definido, como neve, deserto, água, etc., as fases nunca são parecidas entre si e, o tempo todo, novos elementos são apresentados ao jogador. Seja pelos engraçadíssimos Yoshis coloridos, cada um com uma habilidade diferente, inimigos, power-ups e até mesmo os próprios cenários, que são quase o tempo todo baseados em estágios de Super Mario World. Mas isso não quer dizer que o título seja uma cópia e não possua brilho próprio. O fato é que, por conseguir ser nostálgico ao mesmo tempo que nos presenteia com novos elementos de jogabilidade durante toda a aventura, New Super Mario Bros. U é um dos melhores títulos do encanador em anos.

Mario para todos os gostos


É muito bom saber que NSMBU nos oferece um alto grau de desafio para ser completado. Era fácil acumular vidas praticamente infinitas em outros jogos da série New, mas desta vez as fases apresentam um nível de dificuldade muito mais alto, principalmente a partir da metade da jornada. Se o jogo já é difícil para os que só desejam terminá-lo, é pior ainda para os que gostam de coletar todas as Star Coins espalhadas pelas fases, já que, além de bem escondidas, boa parte delas são bem difíceis de serem acessadas. É claro que não é um jogo descabelante como Demon’s Souls, afinal, estamos falando de Mario. Mas o nível de dificuldade do título surpreende em alguns momentos e remetem diretamente a títulos das eras 8 e 16 bit, o que é um grande elogio para um jogo que tenta relembrar estes tempos.

Challenge Mode: o grande acerto da Nintendo
Outra grande sacada da Nintendo foi adicionar outros modos de jogo além da aventura principal. A ideia apareceu pela primeira vez em New Super Mario Bros. 2, lançado na metade de 2012 para o 3DS, com o modo Coin Rush, em que o jogador deveria atravessar três estágios aleatórios coletando o máximo de moedas que conseguisse em um determinado limite de tempo. No título de Wii U, dois modos foram adicionados: o Boost Rush Mode, em que você deve passar das fases o mais rápido possível, já que a tela se move cada vez mais rápido; e o belíssimo Challenge Mode, que consiste na realização de missões, às vezes extremamente desafiadoras como passar por uma fase sem tocar o chão ou derrotar uma determinada quantidade de inimigos de formas específicas. O modo é uma senhora adição ao jogo e traz ainda mais dificuldade para os gamers hardcore que imaginavam que não fossem encontrar nenhum desafio por aqui.

New Super Mario Bros. U ainda conta com o caótico modo multiplayer introduzido na versão para Wii da franquia. Assim como em sua primeira aparição, o modo é muito divertido e garantirá risadas a todos que estiverem jogando. É uma excelente pedida para uma tarde com os amigos. Contudo, alguns podem preferir jogar sozinhos, já que o modo modifica completamente a dinâmica do título e o torna algo quase que completamente diferente. Este jogo no multiplayer não pode ser levado a sério e deve ser encarado mais como uma grande festa pelo Reino dos Cogumelos. O game ainda pode ser jogado por cinco pessoas simultaneamente, sendo que quatro utilizam Wiimotes para controlar os personagens pelos estágios e uma utiliza o GamePad para criar plataformas para ajudar (ou não) os personagens a progredirem pelas fases Vale a ressalva de que não é possível controlar personagens com o GamePad neste modo de jogo. Para os aventureiros solitários, o game pode ser jogado integralmente no GamePad, o que é muito bom para os que dividem televisão com outras pessoas.

O modo multiplayer garantirá muitas risadas!


O calcanhar de Aquiles


O maior defeito do jogo consiste na herança maldita da série New: o estilo artístico adotado e a trilha sonora. Não me entendam mal, o jogo é lindíssimo e possui algumas fases com gráficos de cair o queixo, mas em boa parte do game a direção artística continua sendo um pouco genérica demais para os padrões da série, que quase sempre nos presenteia com conceitos completamente distintos de visual. Além disso, o Wii U é um sistema muito poderoso, e outros games como Rayman Legends possuem gráficos de cair o queixo, de forma que fica a impressão de que a Nintendo poderia ter feito muito mais e não fez. No momentos finais do título, as fases começam a ficar cada vez mais bonitas, o que torna ainda mais questionável por que algumas fases são tão simples visualmente.

A mais bela fase do jogo

A trilha sonora segue a mesma linha criada para a série New, o que para mim é uma grande decepção. As composições da série são muito fracas se comparadas às entradas anteriores da franquia. Seja comparada a dos games 2D para NES e SNES ou nos tridimensionais lançados para Nintendo 64, GameCube e Wii, a trilha sonora do título soa repetitiva e genérica quase o tempo todo. Claro que nada disso atrapalha a grande experiência proporcionada pelo título, mas é claramente visível que a Big N é capaz de muito mais do que apresentou. Abaixo, o Ending Theme de Super Mario Bros. 3 e a música tema de NSMBU:






A volta dos bons tempos


New Super Mario Bros. U é o primeiro da série New que consegue ser bem sucedido na missão da série: trazer de volta tudo que fez com que Mario se tornasse o ícone que é hoje enquanto, ao mesmo tempo, introduz novas variáveis à equação. É um game feito por fãs, para fãs, e trará aos gamers das antigas diversas lembranças de quando os jogos eram mais simples e descompromissados. Para os que não viveram a era de ouro dos videogames, o título serve como uma boa maneira de entender o porquê de Mario ser uma das franquias mais icônicas da indústria. A impressão que tive é que depois de anos reencontrei um velho amigo, que eu espero que não me abandone novamente.

Prós

  • Mundo orgânico e crível;
  • Jogabilidade impecável;
  • Referências a clássicos da franquia;
  • Alto nível de desafio;
  • Modos extras adicionam longevidade ao título.

Contras

  • Gráficos poderiam ser melhores;
  • Trilha sonora genérica.


New Super Mario Bros. U – Wii U – Nota Final 9.5

Revisão: Vitor Tibério 

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. Corrigir o texto do PRO que está crivel, acredito que o correto é incrivel

    No mais, esse jogo é perfeito.

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  2. A palavra é crível mesmo hehehehe.

    crí.vel
    adj m+f (crer+vel) Que se pode crer; acreditável, verossímil. Sup abs sint: credibilíssimo.

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    Respostas
    1. tive que olhar no dicionario para poder acreditar. To vendo o resultado de matar as aulas de portugues. lol.

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    2. Nintendo blast ensinando portugues melhor que minha escola.. Brincadeira, mais eu realmente não sabia..

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  3. Rindo muito dos comentários...O Brazil não conhece o Brasil.

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  4. Rindo muito dos comentários...O Brazil não conhece o Brasil.

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