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Análise: Dead by Daylight (Switch) continua tenso, mas com menos charme

Seja no controle do assassino ou dos sobreviventes, prepare-se para alguns sustos e momentos de desespero.


Assim que Dead by Daylight foi anunciado em 2016, a ideia de poder controlar o vilão em um game de terror deixou uma multidão de jogadores ansiosos para o lançamento do título. Neste ano, além da expansão com conteúdo de Stranger Things, a versão para Nintendo Switch também foi lançada, oferecendo ao público a possibilidade de aproveitar o game em um console portátil.


Mesmo após três anos desde a chegada do jogo às lojas, as atualizações constantes e a frequência considerável de conteúdos adicionais incluídos no game mantiveram-no dinâmico e otimizado. Mas será que a adaptação para Switch está realmente adequada? Confira abaixo nesta análise:

Um dia da caça, outro do caçador

Dead by Daylight é um jogo de terror de sobrevivência multiplayer online, em que um jogador controla o Killer (assassino) e os outros quatro controlam os Survivors (sobreviventes). 

Como Killer, o objetivo do game é encontrar os sobreviventes, acertar alguns golpes para enfraquecê-los e pendurá-los numa espécie de gancho demoníaco. Já como Survivor a missão é encontrar uma maneira de escapar do mapa, geralmente por meio da ativação de geradores de energia espalhados no cenário, os quais dão acesso à saída. 



O interessante no game é a versatilidade oferecida em sua jogabilidade: enquanto assassino, o ideal é traçar uma estratégia e surpreender suas vítimas, e como sobrevivente o que importa é o trabalho em equipe. 

Apesar da ausência de uma narrativa bem construída para justificar as situações em que os personagens se encontram, há uma grande diversidade de assassinos e de vantagens para os sobreviventes. 

Logo, a experiência de jogo é repleta de customização, desde o Killer escolhido aos trajes do sobrevivente selecionado, que inclusive podem ser desbloqueados conforme o jogador completa partidas e avança de nível. Entre os assassinos estão personagens icônicos do cinema do gênero terror, como Freddy Krueger, de Hora do Pesadelo.

Infelizmente, tal como outras figuras mais conhecidas - Demogorgon (Stranger Things),  Michael Myers (Halloween) e Junior Sawyer (O Massacre da Serra Elétrica) - o invasor de pesadelos está disponível apenas via DLC. Isso pode ser inacessível para muitos devido ao alto valor do game na eShop, que é bem mais caro do que em outras plataformas.  



Por ser um jogo de terror, a ambientação é essencial para que haja a imersão do jogador naquele universo. E nisso Dead by Daylight não decepciona, já que o mapa é extenso (mas não cansativo), existem vários elementos de interação no cenário para auxiliar os sobreviventes (como armários e caixotes) e o mais interessante: o cenário é gerado proceduralmente, ou seja, ele nunca se repete. 

No Switch

Até então, foram tratados aspectos da jogabilidade e conteúdo do game, mas o que realmente merece um destaque (negativo, infelizmente) são os gráficos de Dead by Daylight. Geralmente é comum que ocorra a queda de qualidade no visual de um jogo durante sua adaptação para o Nintendo Switch por conta da limitação técnica do console. 



Porém neste título isso fica ainda mais nítido, fazendo com que a simplicidade dos gráficos prejudique levemente uma ambientação tão essencial para o proveito do game. E apesar de não haver muita diferença entre o visual do jogo na TV ou no modo portátil, neste último os bugs são mais frequentes.

Em compensação, a quantidade de espaço necessário para armazenamento foi reduzida drasticamente no porting para o console da Nintendo, ao levar em conta que na Steam ele ocupa 26,5 GB e na eShop pouco menos de 6 GB (sem as DLCs).

Por fim, vale ressaltar o fato de que o jogo é exclusivamente multiplayer online, portanto há a dependência de internet até para acessar o menu. Ao parar para refletir, parte do diferencial dessa versão do título - a portabilidade - é perdida por conta disso.

Vale a pena?

Pode-se dizer que a proposta de Dead by Daylight é, de certa forma, inovadora e bastante criativa. Tomar o controle do assassino em um game em que outras pessoas controlam os sobreviventes ou juntar um grupo de amigos para tentar escapar juntos de um lugar assustador soa como uma ideia, no mínimo, divertida. 



E isso realmente acontece durante as jogatinas, rendendo bons sustos e momentos de diversão. Porém, entre as versões do jogo esta é a com menor custo-benefício, visto que é a mais cara e possui a pior qualidade visual.   

Pros

  • Jogabilidade criativa e interessante;
  • Jogo proporciona tensão e entretenimento (principalmente com amigos);
  • Grande diversidade de personagens e desbloqueáveis;
  • Ambientação bem executada;
  • Menos espaço necessário para armazenamento do jogo.

Contras

  • Jogar sozinho como um Survivor pode ser frustrante;
  • Ausência de uma narrativa;
  • Gráficos muito inferiores às outras versões;
  • Frequência considerável de bugs, principalmente na versão portátil.
  • Dependência da compra de DLCs para liberar todo o conteúdo do jogo. 
Dead by Daylight - PC/PS4/Switch/XBO - Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: Switch 
Análise produzida com cópia digital cedida pela Starbreeze Studios
Revisão: Ícaro Sousa

Estudante de publicidade que saiu do interior de Goiás para viver na cidade grande. Apaixonado por jogos, musicais e animações, passa bastante tempo no Twitter comentando sobre esses assuntos.
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