Nintendo Chronicle

Nintendo Chronicle #2: Das cartas aos arcades

Na primeira parte da nossa Nintendo Chronicle você conferiu como eram as atividades da Nintendo nos seus primórdios. Paramos no ponto em... (por Gustavo Assumpção em 08/01/2009, via Nintendo Blast)

Na primeira parte da nossa Nintendo Chronicle você conferiu como eram as atividades da Nintendo nos seus primórdios. Paramos no ponto em que as vendas de cartas e jogos infantis estavam em queda e um mercado, o de jogos eletrônicos, crescia vertiginosamente. Se você não leu a primeira parte clique aqui e leia.

Com o sucesso dos empreendimentos de Atari e Bandai (ainda mais da primeira) o então presidente Hiroshi Yamauchi achou que era a hora de investir nesse mercado que ainda engatinhava com um vigor de gente grande. Mais ou menos na mesma época, Yamauchi conhece Gunpei Yokoi (foto), um verdadeiro gênio que inicia na empresa fabricando brinquedos que se tornaram um sucesso.

Avançando na década de 70, o sucesso dos games era latente. Games como Pong no Atari e Space Invaders nos Arcades estavam em seu auge. É então que a Nintendo firma uma parceria com a empresa de eletrônicos Magnavox para a comercialização do Odyssey no Japão, console que era sucesso no ocidente, mas não teve o sucesso esperado.

É então que outra cabeça da empresa, Masayuki Uemura sugere a Yamaucho uma parceria com a Philips para o lançamento de um videogame mais atrativo. Em 1977 a Nintendo distribui o Color-TV Game no Japão (que nada mais era do que uma coletânea de diversas versões diferentes de Pong). Mais uma vez o desempenho foi abaixo do esperado.

Em 1980 o mercado ainda crescia no mundo todo. Esse ano é considerado chave na história da Nintendo. Foi o ano em a primeira criação própria da Big N arquitetada por Gunpei Yokoi chega as lojas. Seu nome er a Game & Watch, portátil inovador para a época onde os cenários do jogo eram impressos na própria tela. Diversas versões do console foram lançadas, todas com grande sucesso rendendo não só lucro como reconhecimento para a empresa que começava a caminhar no mercado de tecnologia.

Voltando três anos nessa história, em 1977 a Nintendo contrata um jovem cheio de idéias a frente do seu tempo e formado em desenho industrial. Seu nome Shigeru Miyamoto (foto). Na época da contratação a idéia principal da Nintendo era que Miyamoto ajudasse no design do exterior da nova empreitada para a qual a Nintendo se enveredaria: os arcades que começariam a ser produzidos no ano seguinte, 1978.

Logo no início dessa empreitada são lançados Computer Othelo (foto), Space Launcher e Monkey Magic em menos de um ano, sendo que nenhum deles alcançou sequer um sucesso razoável. O primeiro trabalho a ter um certo sucesso foi Radarscope, um Arcade lançado em 1980 que fez um relativo sucesso no Japão, mas fracassou completamente nos Estados Unidos.

É então que o jovem Miyamoto, que faria apenas a parte operacional dos arcades, decide sugerir um game onde um herói (o embrião de Mario até então chamado de Jumpman) deveria resgatar uma princesa (Pauline) das mãos de um gorila malvado (qualquer semelhança com King Kong não é mera coincidência). Em 1981 saia Donkey Kong, a realização desse projeto.

Curiosamente e rapidamente, Donkey Kong (foto) se tornou um grande sucesso. Talvez sua jogabilidade excepcionalmente fácil, onde o principal objetivo é apenas desviar dos obstáculos do cenário para no fim resgatar a princesa do mal tenha agradado o público crescente desse mercado ou talvez tenha sido mesmo o rigor técnico surpreendente para a época. O arcade se tornou um sucesso tão grande que foi licenciado para mais de 50 diferentes aplicações rendendo montanhas de dinheiro para a empresa que passava por dificuldades sérias. Até hoje, mais de 25 anos depois de seu lançamento, DK ainda é visto como um expoente da cultura gamer sendo fator de inspiração para exposições de game art e de VGM (video game music).

Com o sucesso nesse mercado, a Nintendo já mostrou uma de suas principais características presente até hoje: investir pesado em continuações. No ano seguinte era lançado Donkey Kong Jr e p osteriormente o terceiro e mais fraco da série Donkey Kong 3.

É então que no ano seguinte, 1983, Miyamoto apresenta um projeto do game próprio do herói da série Donkey Kong. Mas ele precisava de um nome, afinal era conhecido como Jumpman desde 1981. É então que o personagem era batizado de Mario em homenagem a um dos donos que da sede da Nintendo chamado Mario Segali (embora exista controversas quanto a isso). Como não poderia deixar de ser o Arcade Mario Bros. fez um grande sucesso e firmou de vez o nome da Nintendo no mercado de diversão eletrônica.

Com o sucesso no ramo, a Nintendo decide que é hora de enveredar por caminhos mais ousados. É assim que surge o Famicom, ou NES para os americanos… Mas isso só saberemos na terceira parte do Nintendo Chronicle… Até lá!


Estudante de Jornalismo, apreciador de rock britânico, pouco cuidadoso com as palavras, rico de espírito, triste com as relações nesse mundo e esperançoso com o futuro.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. Cara, perfeito. É tão bom lembrar a história da maior fabricante do mundo.
    Ótima matéria.

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  2. Bela matéria, eu ja tinha visto uma semelhante na Nintendo World, mas esta gostei mais, pois descreveu muito a situação da Nintendo na historia, parabens!

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  3. É verdade. O diferencial do pessoal da Nintendo Blast é se aprofundar mais nos aspectos históricos.

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