Uma Aventura por Los Angeles: o Nintendo Blast na E3 2012

Até antes do início desse ano, ir à E3 parecia um sonho longínquo - daqueles que só os maiores veículos de mídia do mundo conseguem realizar... (por Rafael Neves em 18/06/2012, via Nintendo Blast)

px_wii_u_e3_2012_07Até antes do início desse ano, ir à E3 parecia um sonho longínquo - daqueles que só os maiores veículos de mídia do mundo conseguem realizar. Mas quando a proposta de viajar a Los Angeles para conferir de perto a maior feira de videogames do planeta chegou ao Nintendo Blast, o que parecia inalcançável tornou-se realidade. Em uma semana nos Estados Unidos, nossa equipe assistiu a diversas conferências, testou várias demos, conheceu e entrevistou figuras importantes da indústria e traz agora um resumo dessa aventura. Mesmo que você já saiba tim-tim por tim-tim o que rolou na E3 2012, aqui vão as experiências de quem esteve lá pessoalmente!

Rumo à E3 2012!

DSCN8651A E3 ocorre no Los Angeles Convention Center, um dos maiores centros de exposições do mundo. O local é verdadeiramente grande - dar uma volta casual pelo lugar já tira vários minutos do seu relógio. Em seu interior, estão espalhados stands e salas de diversas produtoras. Até o começo da feira, pouca coisa podia ser vista – apenas publicidade de games já anunciados. Segundo um dos funcionários de marketing da Nintendo, as empresas preparam a estrutura de seus stands três dias antes do evento e mantém tudo coberto com uma lona branca.

DSCN7843Já as conferências individuais das produtora não ocorrem necessariamente lá. A da Nintendo acontecia logo ao lado - no Nokia Theatre. Já outras, a exemplo da Sony, ocorriam em lugares mais distantes. No caso da Sony, a apresentação aconteceu no Memorial Coliseum (um dos melhores espaços para uma conferência, diga-se de passagem). Mas essa locomoção só foi um problema nos primeiros dias, pois, com o efetivo início da feira, tudo concentrou-se no Convention Center.

DSCN8256Basicamente, temos dois pavilhões principais no local, um voltado para as first-parties (Nintendo, Sony e Microsoft) e outro destinado às third-parties, dentre as quais estavam Capcom, Konami, Square-Enix e muitas outras. Cada stand era altamente personalizado, e as caracterizações eram muito bem trabalhadas. Entre os balcões onde ficava as plataformas e jogos para testes, as empresas não pouparam gastos com telões, representações de personagens, ambientacões de jogos e brindes - muitos brindes! As filas tinham tamanho variável. Games como Assassin’s Creed III só eram jogados à custa de alguns minutos na longa fila, enquanto outros, como o Pikmin 3, rapidamente estavam disponíveis para teste. Também era comum ver desenvolvedores pela feira, principalmente nos espaços VIPs das empresas. Confira abaixo a fotografia de nossa Equipe com um dos mais sanguinolentos desenvolvedores, Suda 51:

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486965_10150885966492599_1853909669_nMas havia muito mais do que as desenvolvedoras que já conhecemos. A E3 também foi palco de empresas que você provavelmente nunca ouviu falar, mas cujo conteúdo não deixa de ser muito interessante. Havia lojas de acessórios (alguns bem interessantes), espaço para desenvolvedores indies, cosplays (como os zumbis de Plants vs. Zombies atrás dos cérebros da imprensa) e até mesmo o “The Videogame History Museum”, uma exposição com os mais antigos e lendários consoles e portáteis! Para quem acompanhou (e viveu) a evolução do entretenimento eletrônico, a amostra era simplesmente emocionante. É claro que nossa Equipe também aproveitou o comércio americano de games!

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E atração principal foram…

527633_483037325045614_2135509553_n… os jogos! Não foi por nada que cruzamos o continente até chegar à Califórnia – tínhamos um objetivo: conferir a E3 2012 e seus grandes anúncios. Para muitos jogadores, foi justamente esse o motivo da depreciação da conferência da Microsoft, que focou-se muito em tecnologias e novas funções para o Xbox 360. Ok, um console atual requer esse tipo de coisa, mas é algo que seria melhor apresentarem em uma conferência como a CES. A E3 é uma feira de games, logo, agradar a imensidão de jornalistas que a ela comparecem requer títulos inesperados e capazes de elevar nossas expectativas. Nesse sentido, a da Sony e Nintendo tiveram maior destaque. Ambas apresentaram muito mais games, mas pecaram em não anunciar muitos títulos novos. Todos já sabíamos da existência de Pikmin 3 (inclusive da mudança do título Wii para o Wii U), assim como era esperado o lançamento de um New Super Mario Bros. para Wii U. O que realmente nos chamou a atenção foi o Nintendo Land, e é por ele que começamos:

A proposta mais social do Wii U já tinha ficado evidente desde que a Nintendo prometeu uma estrutura online de peso e também com o recente anúncio do Miiverse, mas foi o Nintendo Land que mostrou o quão concreto está o objetivo da Nintendo. O “parque de diversões virtual” da Nintendo promete ser para o Wii U o que Wii Sports foi para o Wii, ou seja, aquele software que demonstra o potencial da plataforma e apresenta o console aos consumidores. No caso do Wii U, essa demonstração vem do multiplayer assimétrico e das utilizações do Wii U GamePad. O foco do stand da Nintendo na E3 2012 foi, sem dúvida, o Nintendo Land. Havia toda uma estrutura que parecia nos ambientar no próprio local do jogo. O resultado era uma espécia de parque que ocupava mais ou menos um terço do espaço da Big N. E esse espaço, por sua vez, era fracionado nos 5 mini-games disponíveis (no total, serão 12 - quais serão os outros 7?). Cada game apresentava um uso diferente do  U Pad. Zelda: Battle Quest focava-se no uso do tablet como mira (ao estilo FPS), Animal Crossing: Sweet Day utilizava os dois analógicos simultâneamento do U Pad, já Takamaru’s Ninja Castle fazia uso da touchscreen e função pointer do controle, Luigi’s Ghost Mansion abusava do direcional em cruz e botões de ação, enquanto Donkey Kong: Crash Course colocava à prova a precisão dos giroscópios e acelerômetros do novo controle.

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223801_10150886054842599_1222078038_nAo fim de cada experiência do Nintendo Land, um dos apresentadores ou apresentadoras do Wii U lhe entregavam um "bottom”, que deve ser encaixado num pequeno painel de plástico distribuído pela própria Nintendo. Completar todos os 5 broches foi uma das missões do Nintendo Blast na E3 2012. Com certeza o prêmio foi um objeto de colecionador! E os outros dois destaques da apresentação da Nintendo foram New Super Mario Bros. U e Pikmin 3. Ambos ficaram com boa parte dos painéis de demonstração do Wii U. Infelizmente, Pikmin 3 ainda não podia ser jogado com o U Pad, só com a dupla Wiimote + Nunchuk, mas é só uma questão de tempo até podermos utilizar o controle tablet como controlador dos Pikmins. Mas e o ZombiU? Com certeza, foi outro destaque incrível da Nintendo e Ubisoft (e um dos maiores da feira). No stand da Big N, jogar ZombiU era o que mais exigia esperar, pois lá havia poucas demos. Era melhor ir até o stand da própria Ubisoft, onde não só ZumbiU, como também Rayman Legends, Rabbids Land, Just Dance 4 e outros estavam disponíveis. Com certeza foi a Ubisoft a produtora mais voltada para o Wii U. Mas e Assassin’s Creed III? Está confirmado para o novo console da Nintendo - pode ficar tranquilo – mas não podíamos jogar a versão para Wii U, apenas assistir a uma demonstração feita em tempo real por um funcionário da Ubisoft. E LegoCity e Tekken – Tag Tournament 2? Pois é, somente trailers, mas nada de demonstrações jogáveis desses títulos.

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Mas havia outros games mostrando o potencial do Wii U na E3 2012. Tínhamos, por exemplo, Project P-100. O sanguinolente estúdio Platinum Games (responsável por MadWorld e Metal Gear Rising) emprestou seu talento em uma espécie de “Pikmin de super-heróis”. Apesar de não ser o foco da feira, Project P-100 é um título bem interessante, principalmente quando se pega o jeito com seus controles. Também podiam ser jogados Tank! Tank! Tank!, da Namco - que com certeza merece um bom polimento visual e uma mecânica menos repetitiva – e versões para Wii U de Batman: Arkham City: Amored Edition e Ninja Gaiden 3: Razor’s Edge – que demonstram que games multiplataforma podem funcionar tão bem quanto (e até melhor) no novo console da Nintendo. Não podíamos deixar de citar Scribblenauts: Unlimited, não é? O sucesso da Warner está mais complexo e bem polido que suas versõs para DS. Aqui o editor de objetos é muito bem feito - ficou fácil adicionar adjetivos a objetos a qualquer momento do jogo e a tela da televisão permite cenários muito maiores.

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Mas e o 3DS?

534213_10150897021517599_841066503_nDentre os vários 3DS presos às cinturas das booth babies da Nintendo, só podíamos conferir as demonstrações jogáveis de Kingdom Hearts 3D: Dream Drop Distance, Castlevania Lords of Shadow: Mirror of Fate, Luigi’s Mansion: Dark Moon e New Super Mario Bros.2. Explorando um pouco os stands das third-parties nós encontrávamos Heroes of Ruin, Teatrhythm Final Fantasy e, para o DS, Thudercats. A impressão que tivemos foi de que a Nintendo preferiu dar total ênfase ao Wii U na E3, uma vez que as vendas do 3DS já conseguiram decolar há algum tempo. Mas, mesmo assim, não é motivo para tamanho descaso com os consumidores do portátil 3D, certo?

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A feira deixou claro o quão popular o 3DS já se tornou. Era difícil tirar o portátil do bolso sem ter acesso o LED do StreetPass e, pelos corredores, era a plataforma que mais se via nãos mãos dos jornalistas. Obviamente que muitos deles compareceram à E3 na esperança de ver novidades, mas ficamos todos a ver navios. Tudo bem que a conferência online do 3DS mostrou títulos de peso, mas nenhum deles era uma verdadeira novidade e chega a ser desrespeito com todos os que viajaram para Los Angeles para conferir a E3 de perto e ter que acessar a internet para conferir a apresentação, não? Afinal, onde está a demo jogável de Paper Mario: Sticker Star? O game foi anunciado em 2010 e não puderam nem mesmo disponibilizar um teste? O mesmo para Animal Crossing: Jump Out, que até hoje é procurado no stand da Nintendo. Ficamos no aguardo de que o 3DS tenha muito mais ênfase noa conferência da Nintendo do ano que vem.

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Game Over ou Continue?

Foi essa a sensação que muitos jornalistas tiveram ao deixar o Los Angeles Convention Center ao fim do terceiro e último dia de feira: gostinho de quero mais. Confesso que, quando as apresentações da Nintendo, Sony e Microsoft chegaram ao fim, eu tinha fortes esperanças de que alguém aparecesse para dizer: “Ok, isso foi só o ensaio, amanhã daremos um show de verdade!”. Mas não, o que vimos foi uma E3 morna. Grandes jogos, mas poucas novidades, em suma.

Então a E3 de 2012 foi ruim?


De forma alguma. Apesar da falta de títulos inesperados e novos, o Nintendo Blast teve a sua primeira oportunidade no maior evento de videogames do planeta, pôde testar uma imensidão de games (você confere os hands-on que fizemos em breve aqui no blog), conhecer uma série de pessoas importantes e curtir uma das melhores sensações do mundo: estar a menos de 10 metros de Shigeru Miyamoto! Ainda temos muito conteúdo relacionado à E3 2012 a ser postado aqui no Nintendo Blast, então fique ligado e até a E3 2013!

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Não deixe de conferir uma outra perspectiva da jornada à E3 (dessa vez pelo nosso Redator e Diretor de Pautas, Rodrigo Estevam) na 33ª Edição da Revista Nintendo Blast, que estará disponível até o fim desse mês!

Revisão: Leandro Freire


Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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