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Análise: O tatu mais durão do Velho Oeste está de volta e não está sozinho em Dillon's Rolling Western: The Last Ranger (eShop/3DS)

Dillon’s Rolling Western foi um dos principais lançamentos de 2012 da Nintendo para o eShop. O título, que apresenta uma mistura interes... (por Farley Santos em 22/04/2013, via Nintendo Blast)


Dillon’s Rolling Western foi um dos principais lançamentos de 2012 da Nintendo para o eShop. O título, que apresenta uma mistura interessante entre os gêneros tower defense e ação, teve recepção variada entre os jogadores: alguns gostaram muito e outros o acharam excessivamente difícil e repetitivo. Dillon’s Rolling Western: The Last Ranger tenta corrigir os problemas de seu antecessor, com novidades para tornar a aventura mais variada e acessível. Será que o objetivo foi alcançado?

De volta ao Velho Oeste

Depois dos eventos de sua primeira aventura, Dillon e Russ sumiram do mapa e ninguém era capaz de encontrá-los. Um ano depois, os Grocks ressurgiram e voltaram a atacar as cidades em busca dos Scrogs, a fonte de renda dos vilarejos. Desta vez as malignas criaturas de pedra passaram a atacar também o trem que distribui recursos entre as cidades. Sem seus heróis para ajudá-los, as vilas aos poucos foram sucumbindo.


Contudo a dupla de rangers ouve as notícias e decide retornar à civilização. Além de proteger as cidades, agora Dillon e Russ também têm que garantir que o trem e seus trilhos não sejam destruídos. Eles contam com a ajuda de outros rangers, sujeitos extremamente perigosos, mas que fazem qualquer tarefa em troca de dinheiro: o ganancioso lagarto Gallo, o furioso urso Boone e a exótica lula Nomad (como uma lula sobrevive no deserto é um mistério). Com a companhia destes aliados, Dillon e Russ tentam salvar o Velho Oeste mais uma vez.

Mais ajuda, mais problemas

A mecânica de jogo, que é uma mistura entre tower defense e ação, permanece inalterada em The Last Ranger. De dia, Dillon tem que se preparar para a batalha explorando o terreno, equipando torres com armas e coletando itens. Durante a noite o objetivo é impedir que os Grocks alcancem a cidade, destruindo-os através das armas nas torres e em ataques diretos. Os controles também permanecem inalterados: a tela de toque faz o tatu rolar e desferir ataques, enquanto o Circle Pad controla o personagem. Desta vez existe opção de controles para jogadores canhotos.

As principais novidades são os parceiros e o trem. Em certos momentos, os heróis podem contratar outros rangers. Durante o dia eles executam tarefas como coletar dinheiro ou minerar itens nas cavernas, enquanto nas batalhas eles ajudam a derrotar as criaturas de pedra. Já o trem aparece em momentos específicos dos estágios e deve ser protegido a todo custo, assim como seus trilhos. Entretanto, estas novidades não são muito significativas e pouco alteram a jogabilidade básica.

A trama das aventuras de Dillon e Russ nunca foram muito elaboradas, contudo algumas alterações na narrativa deixam as coisas mais interessantes em The Last Ranger. Ao fim das batalhas, o tatu pode conversar com vários personagens no saloon da cidade. Ali é possível controlar o herói livremente e presenciar algumas cenas interessantes, principalmente quando os rangers estão envolvidos. Mesmo que simples, estas cenas deixam a experiência mais imersiva.

Uma aventura mais acessível

Um dos maiores problemas de Dillon’s Rolling Western era a dificuldade: de uma fase para outra a dificuldade aumentava drasticamente, tornando a experiência de jogo algo frustrante. The Last Ranger tenta amenizar isso com algumas mudanças. A primeira delas é a possibilidade de comprar estrelas para liberar novos estágios, eliminando a necessidade de jogar novamente alguma fase anteriormente completada só para isso. Outra adição é a análise de batalha. No fim de cada dia, Russ disponibiliza um relatório que mostra o padrão de ataque dos inimigos, assim como a eficiência das torres. Estas informações são extremamente úteis para montar melhor as estratégias.

Ficar travado em algum estágio era comum no primeiro game, já que somente uma fase era disponibilizada por vez. Isto não acontece no segundo jogo. Ao terminar uma vila, mais duas são liberadas: uma principal e uma opcional. A diferença é que é necessário passar da vila principal para avançar na história, sendo que o trem só aparece nestes estágios. A topografia das regiões agora é um pouco mais variada, por mais que a temática desértica ainda seja o foco. Aparecem também cavernas especiais, cujo objetivo é coletar itens que podem ser trocados por dinheiro.


Sensação de déjà vu

Não é só na jogabilidade que The Last Ranger se parece com seu antecessor. Tecnicamente ele é muito similar ao primeiro game. Os gráficos e modelos estão sensivelmente melhores. A ação é mais fluída, os carregamentos foram encurtados e modelos poligonais substituíram as ilustrações dos personagens nas conversas. Várias novas músicas foram adicionadas e as já conhecidas foram melhoradas, por mais que algumas poucas ainda se repitam muito. O jogo também utiliza do StreetPass para compartilhar cartões contendo informações do jogador e mapas com estratégias. É fácil perceber a evolução e a sensação é que o pacote é bem mais completo, mesmo que seja bem parecido com primeiro.

Uma experiência mais completa

Dillon’s Rolling Western: The Last Ranger é mais uma expansão do que um game completamente novo. Todas as mecânicas básicas estão intactas e até os gráficos estão parecidos. Isso não é algo completamente negativo, pois os maiores destaques do antecessor eram justamente estes aspectos. As novidades amenizam problemas do primeiro título e tornam o novo mais completo e acessível, diminuindo a frustração por conta da dificuldade, que ainda é elevada. Se você não chegou a jogar o primeiro título, esta é uma excelente oportunidade de conferir as aventuras de Dillon e Russ.

Prós

  • Ótima mistura entre os gêneros tower defense e ação;
  • Sistema de controles único e preciso;
  • Diálogos e cenas não interativas aumentam a sensação de imersão;
  • Gráficos e áudio melhorados em relação ao primeiro jogo;
  • Novos recursos, como análise da batalha, tornam o game mais acessível;
  • Novos tipos de estágios, como as minas, ajudam a quebrar a sensação de repetição;
  • Grande quantidade de conteúdo.

Contras

  • Muito foi reaproveitado da primeira aventura;
  • Mecânicas novas, como parceiros e trens, pouco alteram a fórmula básica;
  • Pouca variedade de cenários e música;
  • Repetitivo, se jogado por longos períodos.
Dillon’s Rolling Western: The Last Ranger  eShop/3DS  Nota: 8.0
Revisão: José Carlos Alves

é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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