Hands-on

Ace Attorney Trilogy (3DS/eShop) ressuscita a saga de Phoenix Wright

Contando com visuais atualizados, textos mais agradáveis e efeito 3D, os três primeiros jogos da franquia chegam ao 3DS via eShop.

Todos de pé. Reunimo-nos hoje para averiguar se Ace Attorney Trilogy é realmente uma iteração necessária da franquia. Até a presente data, o jogo já foi lançado para iOS, e Android, além de cada título ter sido lançado separadamente para GBA, DS e Wii. Esse jogo, que é um misto de adventure point & click com visual novel e conta com humor sagaz, já teve sua quinta iteração lançada para o 3DS, mas muitos não experimentaram a franquia antes do citado jogo. Sem mais delongas, peço que a defesa comente sua experiência de quando jogou o título no estande da Capcom na E3 2014. Seria ele mais um culpado de conluio com a mercenária Capcom ou um pobre inocente querendo trazer divisão a mais jogadores?


Argumento da Defesa

Vale lembrar que os jogos da série só foram lançados para o GBA no japão, e muitos fãs da Nintendo foram privados de jogar tais jogos caso tenham pulado a geração portátil passada. No mais, ressalto que o game contém vastas melhorias visuais, como apresentado na prova número um:
A vossa excelência vê como o salto entre a versão de DS para a de 3DS é maior que o da versão de GBA para a sua sucessora, justificando assim a empreitada da Capcom?

Além disso, embora a trilogia já tenha sido disponibilizada em inúmeras plataformas, somente no 3DS os fãs poderão ver o jogo rodando em 3D estereoscópico. Isso sem mencionar a possibilidade de alternar a qualquer momento entre os três jogos, podendo assim se aventurar somente por aquele que o jogador ainda não concluiu ou revistar somente as memórias que lhe interessam. Para os mais puristas, ainda virá a opção de jogar no modo “Naruhodo Selection”, que contará com áudio e textos em japonês.

Os diálogos melhoraram incrivelmente. Agora, com uma fonte apropriada e não letras feitas com pouquíssimos pixels, as linhas de conversa - que formam grande parte do jogo - são mais fáceis e agradáveis de ler, o que melhora incomensuravelmente a experiência.

Por último, mas não menos importante, temos a questão da conveniência e do preço: além de vir no formato digital pela eShop, podendo carregar três excelentes jogos a qualquer momento, ele será disponibilizado a um preço muito mais barato que comparado aos jogos vendidos separadamente. Ace Attorney Trilogy virá por 30 dólares e, se mantiver o padrão de Dual Destiny, custará 60 reais na eShop brasileira do 3DS.

Contra-argumentação da Promotoria

São inegáveis alguns dos argumentos levantados pela defesa, mas do jeito que ela narra, faz parecer que trata-se do melhor jogo a ser lançado neste ano. Primeiramente, vale lembrar que o preço do jogo na eShop ainda será mais alto que o das plataformas mobile, onde normalmente sai pela metade do preço, chegando até um sexto do mesmo, quando em promoção.

Em segundo lugar, a base instalada do 3DS ainda é menor do que a de seu predecessor, logo, há mais chances que as pessoas tenham jogado o título do que o contrário. E em terceiro lugar, gostaria de chamar atenção à prova número dois; uma das diversas faixas das coletânias que a Capcom lançou, a “Gyakuten Meets”:



Essa faixa, retirada de Gyakuten Meets Orchestra, poderia muito bem ser inserida na versão de 3DS no lugar do áudio original, no lugar dos beeps e bops dos sons de chiptune presentes desde que foi lançado no GameBoy Advance. É um completo descaso, visto que a empresa já conta com versões orquestradas de quase todas as músicas, arranjos alternativos em Jazz e, agora com o CD que veio de bônus na cópia física do japão, até mesmo em versão para piano solo.

Poder alterar o estilo da trilha sonora, entre a original, Jazz e somente piano, seria um grande adendo ao título e faria valer o preço maior do jogo se comparado a outras plataformas. Uma galeria de arte, presente em Dual Destinies e no crossover que está por vir, Professor Layton vs. Ace Attorney, também seria uma adição interessante e compensaria o fato da empresa não lançar os artbooks dos jogos aqui no ocidente.

*burburinho do juri conversando*

Veredito

Hmm… bons argumentos de ambos os lados. Embora a Capcom seja conhecida por relançar várias versões do mesmo jogo - ela mesma admitiu satíricamente isso nessa E3 -, não creio que seja o caso de Phoenix Wright: Ace Attorney Trilogy. Embora pudesse contar com mais melhorias, algumas delas até seriam coisas básicas, e possua um preço avantajado se comparado às outras versões, o título ainda diverte muito e sua fórmula não se desgastou com o tempo.


Como veredito, indico o jogo somente para grandes fãs da franquia, que querem experimentá-la constantemente, ou para aqueles que querem uma oportunidade de jogar os títulos, obrigatórios para qualquer gamer que se preze. Caso já tenha zerado os casos alguma vez e não é um fanático pela franquia, a falta de fator replay faz com que eu demande uma ordem de restrição de, no mínimo, 10 metros do jogo.

Caso encerrado!

... Mas isso não quer dizer que precisamos parar de apontar o dedo e gritar "EU PROTESTO!"

Revisão: Jaime Ninice 


Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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