Hands-on

Theatrythm Final Fantasy: Curtain Call expande o jogo rítmico da Square Enix

Contando com modo versus, quests, mais de 200 músicas e resolvendo os problemas do título anterior, o Curtain Call pode ser a versão definitiva dos jogos de música.

Deixemos claro que quem vos fala é não só um amante de jogos de ritmo como também já gastou mais de duas centenas de horas em Teatrhythm Final Fantasy. Deixemos claro também que Teatrhythm foi capaz de me conquistar mesmo sendo que a única música a qual eu conhecia era One Winged Angel, o tema de Sephirot (ainda assim, graças a Kingdom Hearts, não Final Fantasy). Logo, o jogo original da Square Enix já foi por si só uma excelente adição à biblioteca de jogos rítmicos, simplesmente pelo mérito de sua jogabilidade, o que fez com que ele se tornasse um título obrigatório tanto para fãs da franquia quanto para fãs do gênero. Mas poderia a Square aperfeiçoar o título em uma sequência? a resposta é: sim!


Infelizmente, perdido entre vários outros jogos, os pobres 3DS que rodavam Curtain Call no estande da Square Enix raramente tinham fila, na maioria dos casos estavam livres, para falar a verdade. Até é algo compreensível, pois é difícil criar hype por um jogo de música, mas ainda assim a atenção dada ao jogo não fazia juz à sua qualidade. Para quem não conhece a série (obviamente refiro-me à Theatrhythm, e não Final Fantasy em si), trata-se de um jogo musical com faixas oriundas da franquia que lhe cede parte do nome.
Olhem eles alí no fundinho, logo abaixo dos cartazes. A galera preferia jogar os remakes de Kingdom Hearts do quê experimentar Curtain Call. Mas fica difícil competir quando se tem Halloween Town jogavél...

Conhecendo o mundo de Rhythmia

O jogo conta com três principais tipos de música: FMS, BMS, EMS. FMS são as “Field Music Sequences”, que contam, geralmente, com as músicas de mapa, temas do jogo ou personagens, e nelas o objetivo era guiar um personagem até seu destino, riscando na tela de toque os comandos e controlando a altura do marcador, arrastando-o para cima e para baixo. As “Battle Music Sequences” são as clássicas batalhas, nas quais os quatro personagens enfrentam hordas de inimigos até derrotarem o chefão, tendo que prestar atenção nas quatro linhas em que os movimentos podem aparecer e realizá-los de acordo com o ritmo. Por fim, temos o EMS, “Event Music Sequence”, que comunmente contam com CGs, ou momentos chaves das tramas, na qual o marcador vai seguindo uma trilha pré-determinada e o jogador realiza os movimentos presentes nesse traçado quando sobrepostos.
 "Uma imagem vale mais que mil palavras". Nesse caso, essas screenshots ajudam a compreender como funcionam os três diferentes modos do jogo.
Os três tipos de música são bem distintos entre si, embora o EMS tenha deixado a desejar comparado aos seus companheiros. O outro ponto forte do título é o fator RPG, através do qual o jogador pode selecionar os quatro personagens que formarão sua equipe e equipá-los com itens, magias e habilidades a serem utilizadas durante as músicas - e acredite, um bom set equipado no personagem certo pode ser o que faltava para você conseguir derrotar aquele chefão. As mecânicas de RPG e jogo Rítmico funcionam em uníssono e criam algo novo e interessante, o que, aliado às músicas icônicas da franquia, alto fator replay e diversos níveis de dificuldade (além da pura diversão proporcionada) fizeram do título um sucesso. Então, como melhorar a fórmula que já deu tão certo?

Pequenas revisões e muito conteúdo

Ao invés de inovar e adicionar um quarto estilo de música além dos três já conhecidos, a Square simplesmente filtrou a versão anterior e se propôs a corrigir os pequenos problemas que o permeavam:

  • Diferentes veículos, além do Chocobo, garantem maior diversidade dentro do modo de FMSs, contando com novos ângulos sob os quais a linha de comandos é vista.
  • As seções especias (como as que antecediam e durante a invocação de Summons e Chocobos) ficavam confusas, pois todas as notas eram pratas (antes) e douradas (durante), perdendo suas cores originais (amarelas, verdes e vermelhas). Agora, apenas a borda e o centro são dourados, o resto continua da cor original, ajudando o jogador a identificar o movimento certo a ser feito.
  • O modo EMS está mais elaborado, com o marcador fazendo movimentos mais complexos e a captação das direções dos riscos ainda mais eficaz do que no título anterior, visto que nas músicas deste modo os riscos não são a cada 45º de diferença, e sim em todo o espectro  dos 360º.
Como o "S" da tela pode confirmar, achei o jogo mais fácil... ou seriam controles mais precisos?
Mas a equipe de desenvolvimento não se contentou em melhorar o que já existia e, além de expandir o conteúdo - contando com mais de 60 personagens e 220 músicas provenientes até dos spin-offs da franquia -, os desenvolvedores criaram alguns modos de jogo que ajudam ainda mais a aumentar a longevidade do título. O já conhecido modo do Chaos Shrine volta repaginado, na forma do Quest Medley, um modo que reúne diversas FMSs e BMSs em um mini mapa, com bifurcações, diversas rotas e coletáveis, culminando num épico confronto contra um chefe gigante. Aliás, falando de chefes e inimigos, embora a direção de arte continue a mesma, eles estão muito mais vívidos e interessantes que na versão anterior. Tal qual as músicas de Chaos Shrines, os mapas completos do Quest Medley podem ser compartilhados via StreetPass.

Uma outra novidade é o modo versus, que permite até dois jogadores se enfrentarem em uma mesma música, competindo pela maior pontuação. Acertar várias notas em sequência possibilita a ativação poderes que complicam a vida do oponente, como mudar o ritimo, acelerar notas ou tornar qualquer nota tocada que não seja “crítica” (perfeita) uma nota ruim. Os poderes complicam a vida do oponente, já que ao errar as notas ele perde sua vida, podendo ser derrotado não por apenas ter menos pontos, mas por receber um “Game Over” no meio da música.
Edição magistral
Seguindo o padrão estabelecido pela Mark of Maestry de Kingdom Hearts: Dream Drop Distance, a Square-Enix está vendendo em sua loja online uma edição de colecionador cheia das regalias e que contém um case para 3DS exclusivo, dois CDs, um com 5 remixes, e o outro com 20 faixas das músicas originais além de cinco cards inspirados nos Collectacards, coletáveis do jogo.

Uma última reverência antes de deixar o palco

Contando com multiplayer, conteúdo expandido, detalhes melhorados e a promessa de DLC de músicas de jogos da série Final Fantasy que sequer foram lançados, o título é um dos que mais têm fator replay no 3DS e certamente irá garantir muitas horas de diversão. “Curtain Call” é a expressão usada no teatro norte americano para quando os atores sobem ao palco após o final da peça, para receberem seus aplausos. Se esse é o último ato do spin-off de música da franquia, eles vão sair em grande estilo, mas não custa nada pedir por um “bis”, né?
Se esse for o ato final, faço questão de aplaudir de pé!

Revisão: Jaime Ninice

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Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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