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Análise: Riz-Zoawd (DS)

Que a história do “O´Mágico de Oz” é uma das mais conhecidas da literatura americana todo mundo já sabe. Que ela é uma fábula que ... (por Gustavo Assumpção em 27/12/2008, via Nintendo Blast)

Que a história do “O´Mágico de Oz” é uma das mais conhecidas da literatura americana todo mundo já sabe. Que ela é uma fábula que encantou o cinema e a Broadway, todo mundo sabe também. Mas e como seria um game baseado nesse universo? Mais especificamente, como seria um RPG baseado na história da jovem, pura, doce e cantora garotinha Dorothy? É isso que saberemos a partir de agora.

Uma produção impecável

Em junho desse ano, a Famitsu revelou em suas páginas a produção de um game ousado, mas que já despertava a curiosidade dos fãs de RPGs tradicionais japoneses: seu nome era Riz-Zoawd, criação da Media Vision (que criou a série Wild Arms) com publicação da D3 Publisher. O encanto que ele causou não vinha somente de seu universo baseado no mundo de Oz. Vinha também do brilhante trabalho técnico que os produtores haviam conseguido. Riz-Zoawd parecia realmente tirado do livro escrito pelo norte-americano L. Frank Baum em cada detalhe da construção de seus cenários, personagens e inimigos.

Hoje quando podendo ver como isso funciona ao vivo, a produção impressiona. O game começa com uma linda apresentação da história contando a chegada de Dorothy na região de Oz. O visual é o de um livro de histórias infantil, mesclando elementos em 3D com pinturas a mão belíssimas. Tudo isso regado a uma trilha sonora das mais belas dos últimos tempos.

E falando na trilha, ela possui um quê de musical (talvez inspirado nos filmes). Os acordes são encorpados e exagerados, a música-tema é cantada e nada convencional, o que impressiona. Cada canção parece brincar com a história e se encaixar nas emoções dos personagens de uma forma muito difícil de se encontrar. Os compositores são os mesmos que deram vida a trilha sonora do já mencionado Wild Arms, embora seja difícil ver alguma semelhança entre os dois trabalhos. Riz-Zoawd é muito mais técnico e ousado com que WA.

Acho que não tem como não elogiar ainda mais o visual que a Media Vision conseguiu. A todo momento dá uma vontade imensa de ficar parado nos cenários dando uma olhada no que de mais bonito eles têm. Cada ambiente foi construído de forma riquíssima com variedade de detalhes e uma qualidade que impressiona. A animação dos personagens é sublime, uma das melhores vistas no DS. Assim como a construção poligonal dos mesmos: pelo menos nos personagens principais é difícil ver qualquer serrilhado ou textura em má qualidade. Um verdadeiro show para os olhos.

Tá, mas e o mais importante: a jogabilidade?

Digamos que Riz-Zoawd trabalha  com um sistema de batalha bem parecido com Dragon Quest. Nos confrontos, você só vê no campo de batalha os seus inimigos, é como se você tivesse realmente o ângulo de visão do personagem que você está controlando. Eu tenho algumas restrições com relação a esse tipo de sistema: algumas vezes fica a sensação de que as batalhas são repetitivas e os movimentos são travados. Isso até passa pela cabeça em Riz-Zoawd, mas nada que complique muito o conjunto final.

Outro ponto que precisa ser mencionado é a movimentação fora das batalhas. Os cenários não são livres: eles possuem um determinado ponto até onde o jogador pode prosseguir e curiosamente essa linearidade é um dos trunfos já que torna a jornada menos cansativa que o habitual. A movimentação é feita através de um recurso inédito no portátil: na tela inferior você possui um círculo que gira conforme você o toca com a Stylus. É “girando” esse círculo que se pode fazer a movimentação de Dorothy.

É claro que esse sistema não é tão simples de ser executado. E o principal  problema dele está em quando você quer mudar de direção nos ambientes. Conforme você gira a bolinha ela ganha um impulso e é difícil fazer ela parar. Mas no geral o sistema funciona bem e não te deixa na mão. O interessante é que ele proporciona um controle de velocidade impressionante. Andar e correr é bastante simples com esse esquema.

Voltando as batalhas, conforme ocorre seu progresso no jogo, Dorothy ganha a ajuda dos “Spirits” seres que concedem poderes especiais. Eles são quatro, cada um representando um elemento da natureza: fogo, vento, água e terra. Ambos podem ser usados também fora das batalhas para realizar ações em momentos chave do enredo, como quando Dorothy precisa acender uma tocha e usa o poder do Spirit do fogo.

      

Os menus merecem também muitos elogios: são simples e funcionais até mesmo para quem não tem qualquer conhecimento de japonês (como eu). É perfeitamente possível saber o que cada comando aciona graças a presença de pequenos ícones nas laterais que funcionam perfeitamente como signos das ações.

Todos os personagens principais da história original são jogáveis. E cada um deles possuem particularidades durante as batalhas. Embora o sistema possa parecer simples e até mesmo tradicional demais, ele é bem  interessante e funcional.

Outro ponto interessante é a variedade de ambientes diferentes proporcionados por um World Map dividido em estações. Em cada uma delas (seja verão, outono, primavera ou inverno) você encontrará inimigos e chefes particulares e contará com uma trilha sonora absolutamente fantástica (como eu não canso em dizer).

Riz-zoawd no ocidente, please

Acho que o melhor comentário que eu posso fazer é: jogue Riz-Zoawd o quanto antes. Embora ainda não podemos fazer qualquer afirmação sobre uma versão americana, cabe a nós torcer para que ele cruze o globo e ganhe uma versão por essas bandas. Não se deixe levar pelas avaliações negativas da Famitsu (8/7/7/6) e  aproveite o que merece ser considerado um dos games mais bonitos e bem produzidos do DS. Talvez suas batalhas simples e tradicionais demais ou então a linearidade de sua jogabilidade não o encantem. Mas talvez esses elementos juntamente ao já exaustivamente mencionado visual impecável e a trilha sonora brilhante (sim de novo) seja exatamente o que tenha causado uma simpatia tão grande minha pessoal com relação a Riz-Zoawd. Quem sabe você também não se encante por essa história imortal?

Riz-Zoawd (DS) - Nota Final: 8.5


Estudante de Jornalismo, apreciador de rock britânico, pouco cuidadoso com as palavras, rico de espírito, triste com as relações nesse mundo e esperançoso com o futuro.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. cara, jogo execelente! Ótimo review, parabéns!
    Eu tava procurando um review desde o dia do lançamento, 2 dias atrás... acho que o seu foi o primeirão, valeu!

    Tem pouca gente de olho nesse jogo, mas ele tem muitos pontos positivos... como os gráficos coloridos e belos (nunca tinha visto ASSIM no DS), a trilha sonora excelente e a possibilidade de indicar naquelas placas qual o caminho certo a seguir, excluindo a necessidade de um mapa e tornando o jogo mais desafiador, já que temos que verificar todos os caminhos para depois indicar nas placas (eu estou fazendo assim, e é altamente recompensador devido ao belo cenário e as batalhas com diferentes inimigos).

    De novo, parabéns pelo review!

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  2. Obrigado!
    Acabei esquecendo de mencionar esse uso das placas que ao contrário de você não achei tão funcional assim...
    Mas Riz-Zoawd é realmente impressionante: cenários e trilha sonora se juntam e criam uma experiência realmente inédita no DS.

    De novo obrigado :)

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  3. Muito legal! Ótima análise.
    Agora fiquei com muita vontade de jogar a versão ocidental. Tomara que não demore muito.

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