A principal característica desse estilo é fazer a união entre um universo pouco tecnológico, semelhante ao início da revolução industrial (pontuada por motores a vapor, máquinas engenhosas e metálicas) misturado com elementos de fantasia, magia e um apreço importante pelo futuro e as relações com o tempo. Por isso os ícones acabam sendo relógios, construções com engrenagens, dirigíveis, máquinas à vapor e trens.
Se você lembrou de H.G. Wells, Júlio Verne e Edward Ellis está mais que certo. Os três foram os pioneiros da criação desse estilo. Em obras como “20 mil léguas submarinas” é possível observar muito bem a inserção dos elementos do gênero.
Mas engana-se quem pensa que essa influência permeou apenas literatura/ cinema. O início aconteceu aí, mas a formação de um estilo foi tão intensa e particular, que acabou se aplicado a outros meios como o teatro, a televisão, a música e os games.
Nesse último, há muita controversa sobre qual teria sido o pioneiro a incorporar as referências do estilo. Mas para a maioria, o primeirão foi Seastalker, um game lançado para Commodore 64, A pple II e IBM PC ambientado em um universo onde a tecnologia ainda engatinha, mas também influencia.
Já nos consoles Nintendo, o pioneirismo aconteceu em 1993 com o game The Chaos Engine, um dos melhores games de ação da época. A ambientação repete não só todos os clichês do estilo, como se tornou referência para games que vieram depois. Nele pode-se se observar a inserção inclusive de elementos do cyberpunk.
Mas talvez o maior exemplo do steampunk nos games tenha sido a sexta versão da série Final Fantasy. Ambientada completamente em um clima vitoriano, FFVI conseguiu unir elementos não só visuais como também conceituais do gênero. A cidade mineradora de Narsche, com suas engrenagens e máquinas à vapor é um exemplo bastante visual. Toda a história também foi permeada de elementos que conferem um clima correlacionado ao estilo, já que o foco é justamente no convívio entre magia e tecnologia.
O segundo desses exemplos é Chrono Trigger. No game da Square, as iconografias do estilo escorrem pelas telas. É só lembrar da máquina do tempo, nas viagem para diversas eras (com destaque para os tempos futuro e idade das trevas) e de um apreço muito especial por relógios.
Também recentemente, talvez o exemplo mais convicto de influência seja Bioshock, ao unir de forma bastante convincente um universo fantasioso, lúgubre, metálico.
Com a divulgação das recentes artworks do que provavelmente é o próximo game a seguir esse estilo, o comentado “Epic Mickey”, os games steampunks voltaram a entrar nas discussões. Se depender das produtoras, dificilmente essas características irão se perder ao longo dos anos. Se depender dos gamers também, afinal alguns dos games mais queridos transbordam essas características.