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Análise: Phoenix Wright: Ace Attorney (DS)

O Nintendo DS é uma plataforma capaz de agradar gregos e troianos – sua capacidade de fazer com que um jogo cujo objetivo é cuidar de um... (por Jones Oliveira em 05/11/2009, via Nintendo Blast)

phoenix

O Nintendo DS é uma plataforma capaz de agradar gregos e troianos – sua capacidade de fazer com que um jogo cujo objetivo é cuidar de um cachorro (digital), ou então abrir a barriga de um paciente com um bisturí e coisas do tipo, sejam um sucesso é incrível. No meio de tantos jogos hypes, interessantes, bizonhos e estranhos (que não deixam de ser interessantes também), surge Phoenix Wright: Ace Attorney, um remake fantástico do Game Boy Advance.

pw_ds_box_frontEm Phoenix Wright: Ace Attorney os holofotes voltam-se para um tema incomum e pouco explorado pelos vídeo games: a vida de um advogado de defesa e as batalhas travadas nos tribunais de justiça. O jogador assume a pele de Phoenix Wright, um adovgado de defesa recém formado e inexperiente, que tem por missão investigar os mais misteriosos crimes (para não dizer cabeludos) e provar a inocência dos seus clientes.

Para tanto Phoenix utilizará ao máximo suas habilidades de detetive (a sua principal característica), explorando cenários em busca de provas, conversando com testemunhas e pressionando-as em busca de contradições em seus depoimentos.

 

Jogabilidade

phoenix-wright-ace-attorney-20050805032520691_640w O jogo é dividido em capítulos, sendo cada um deles um caso diferente a ser resolvido. O primeiro funciona como um tutorial para que o jogador se familiarize com o sistema do jogo, não havendo muita complexidade e sendo até mesmo engraçado. Aliás essa é uma das características mais fortes do jogo – a comicidade. Mesmo quando os capítulos vão avançando e os julgamentos vão ficando mais longos e complexos, sempre há pitadas de comédia patrocinadas pelo carisma ímpar dos personagens do jogo.

Em cada caso é apresentada uma introdução ao acontecimento e em seguida Phoenix alterna entre duas atividades até a conclusão do caso: a de campo em busca de provas, depoimentos e qualquer outra coisa que possa ser utilizada no tribunal e o julgamento em si em que, basicamente, o jogador deverá ouvir os depoimentos das vítimas e pressioná-las em busca de mentiras até que ela caia em contradição. Ainda é possível apresentar provas como argumentação e para liquidar de vez a testemunha – mas cuidado, provas fora de contexto irritam o juiz e após cinco falhas surge a tela de “Game Over” (única situação em que isso acontece).

A interface do jogo e a forma como o jogador interage com ela é bastante simples. Graças a tela sensível ao toque do DS, toda a ação pode ser conduzida com a stylus. Caso queira, ainda dá para jogar da forma convencional apertando os botões do DS (o que é um pouco complicado, confesso). Em alguns momentos também é possível usar o microfone para dar alguns comandos – mas vou avisando pra só fazer isso quando estiver jogando sozinho, se não irão achar que você é meio maluco gritando “Take That”, “Objection” e “Hold It” para o portátil.

 

A chave do sucesso

phoenix-wright-ace-attorney-20050516010031065_640w Phoenix Wright: Ace Attorney encanta pelo seu tema pouco explorado e voltado a um público mais maduro e casual. O clima de romance policial investigativo conduz o jogo, cujo progresso é ditado exclusivamente pela forma com que você vasculha os cenários, conversa com testemunhas, coleta provas e liga uma coisa a outra. Chega um ponto em que é necessário se concentrar além do normal para conseguir avançar nas sessões do tribunal – o jogo realmente pede que você pense como um advogado de defesa!

Apesar dessa temática adulta, a comicidade e carisma dos personagens é capaz de atrair públicos mais jovens. As situações em que se metem, a forma como conversam e a forma como agem faz com que o jogador se identifique rapidamente com cada um deles. Pra se ter uma idéia, há uma situação em que Phoenix tem que interrogar uma arara (sim, uma arara!) no tribunal e o diálogo que segue a partir dali é impagável – confesso que não me aguentei e passei uns 20 minutos gargalhando da situação do pobre advogado.

A forma com que a Capcom conseguiu unir essas duas características talvez seja o principal motivo que fez com que Phoenix Wright: Ace Attorney se tornou um sucesso quando lançado no Japão ainda para GBA e mais recentemente no ocidente para o Nintendo DS.

 

Objection!

phoenix-wright-ace-attorney-20050516010035752_640w Um dos pontos fortes do jogo também pode ser visto como um defeito por muitas pessoas. O clima de romance e a forma de progresso confere a Phoenix Wright a característica de ser um jogo linear, limitando as possibilidades de interação com os cenários e personagens. Os gráficos também evidenciam que o jogo foi portado de uma plataforma anterior – cenários estáticos, pré-renderizados, personagens sobrepostos na tela e menus que são responsáveis por toda ação do jogo não combinam muito com o poder gráfico/interativo do Nintendo DS.

A única melhoria desse port em relação ao GBA é a adição da interação via stylus e microfone, que mesmo assim foi subestimada em praticamente todo o jogo - nos quatro capítulos principais do jogo (que também estavam presentes anteriormente no GBA) a interação apenas foi adaptada, enquanto que no quinto e último capítulo, exclusivo para o DS, a Capcom utilizou tais recursos como eles realmente deveriam ter sido usados desde o começo.

 

Veredict: Not Guilty

Phoenix_Wright__Ace_Attorney_by_Radicalgamer Apesar dos contratempos, Phoenix Wright: Ace Attorney é um jogo admirável por sua originalidade, temática adulta e madura, além de uma história desafiadora e bastante divertida. As sessões de tribunal são o ponto alto do jogo, exigindo do jogador raciocínio lógico para situações perspicazes.

Apesar da sua linearidade, o jogo ainda é capaz de pregar muitas surpresas aos jogadores, que deverão ficar em média 15 horas grudados ao portátil de tela dupla da Nintendo para resolver todos os casos, um mais complexo e intrigante do que o outro.

Sem dúvidas Phoenix Wright: Ace Attorney é um dos poucos jogos do DS que devem ser pelo menos testado e obrigatório para aqueles jogadores que curtem histórias repletas de texto bem humorados e bem escritos.

 

Phoenix Wright: Ace Attorney – DS – Nota final: 8.5

Gráficos: 7 | Som: 9 | Jogabilidade: 8 | Diversão: 9


Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. Ace Attorney é uma das minhas séries favoritas e uma das grandes franquias que surgiram nessa geração.

    Já joguei os 3 Phoenix Wright e agora estou jogando Apollo Justice!

    Parabéns pela análise, Serjão!

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  2. A série Phoenix Wright é ótima. Apollo Justice também foi boa, embora eu tenha achado um pouco mais complicada. Agora tô no aguardo pro jogo do Miles Edgeworth, que parece ser um puta jogo, muito diferente dos outros da série, porém, com a mesma temática :D

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  3. zerei ontem, é ótimo, principalmente o quinto caso

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