Entrevista

Entrevista: Marcelo Tavares, organizador do Brasil Game Show

Como vocês já sabem, nós do Nintendo Blast , ao lado pessoal do N-Party , cobrimos o Brasil Game Show , maior evento de games da América do ... (por Rodrigo Estevam em 03/12/2010, via Nintendo Blast)

Como vocês já sabem, nós do Nintendo Blast, ao lado pessoal do N-Party, cobrimos o Brasil Game Show, maior evento de games da América do Sul.Marcelo Tavares, organizador do BGS Pudemos curtir vários jogos recém-lançados (e alguns que nem foram lançados ainda, como o novo Mortal Kombat), assistimos palestras, testamos novos acessórios e também entrevistamos Marcelo Tavares, organizador do evento e colecionador de games. Muito simpático, ele nos contou que no primeiro dia os ingressos esgotaram em menos de 3 horas de bilheteria aberta, totalizando 15 mil visitantes somente no primeiro dia, e que sua equipe, composta de 12 pessoas, trabalha exclusivamente na organização do BGS durante todo o ano. Além disso, batemos um papo sobre o BGS (antigo Rio Game Show), o mercado de games e campanhas de redução de impostos como o Jogo Justo. Abaixo você pode conferir toda a entrevista, que contou com a participação do Fernando Foster e do Filipe Ritto, do N-Party, e do Jaime Moraes e deste que vos escreve, representando o Nintendo Blast.
N-Blast e N-Party: Como surgiu a paixão pelos jogos? E quando você começou a colecionar? Alguns vídeo-games da coleção
Marcelo Tavares: Eu coleciono jogos desde os 7 anos de idade, tenho 206 aparelhos e mais de 3.000  jogos. É uma coisa que sempre gostei de fazer,  sempre guardei tudo o que ganhei, e chegou uma hora que tive que analisar: pra manter a paixão pelo vídeo-game eu tive que realmente me dedicar a isso. Trabalhei com outras coisas relacionadas a games, há oito anos estou ligado a games. E agora estou com a feira, que é o projeto ao qual desde o início eu queria me dedicar.
Como surgiu a idéia do Rio Game Show (atual Brasil Game Show)? Como foi organizar esse primeiro evento?
Tavares: A idéia realmente veio da paixão pelos games, o sonho de ter uma feira de games no Brasil com padrão internacional. A gente teve muita dificuldade no primeiro porque não tinha patrocínio, foi feito na marra, sem apoio; no segundo, com patrocinadores, melhoramos demais; no terceiro, já nem dá mais pra comparar. Eu acho que um evento vai superando o outro, e ano que vem vocês com certeza vão se supreender mais uma vez. A gente já anunciou e a gente vai cumprir, como temos cumprido nas últimas três edições.
Como você se sente sendo o responsável pelo maior evento de games América do Sul?
Tavares: Pra mim é perfeito, a sensação é maravilhosa. Felizmente tudo tem corrido bem, todo mundo está gostando, as empresas estão satisfeitas, muita gente da imprensa (mais de 400 jornalistas), 30.000 pessoas de público (que é nossa capacidade máxima), enfim, todo o público parece satisfeito. Todo mundo com quem eu paro a cada momento, que pede pra conversar, tirar uma foto etc., a gente pergunta e todo mundo diz que está gostando demais. Estou acostumado a ver os eventos lá fora e sempre quis trazer pra cá, então o objetivo acima de tudo é isso. No Brasil, pra você  trabalhar com games você tem que realmente ser apaixonado e não pensar tanto em outras coisas, mas é uma coisa que acima de tudo é muito satisfatória.
Fernando Foster, Jaime Moraes e Marcelo Tavares
Qual é a sua visão em relação ao mercado de games a nível nacional, e o que falta pro Brasil consolidar uma industria forte de games?
Tavares: Em primeiro lugar é preciso reduzir a pirataria, o público tem que se conscientizar, e em segundo lugar reclassificar o imposto. A gente precisa tirar essa alíquota de jogo de azar e colocar uma alíquota de informática ou de eletro-eletrônico pra gente ter cerca de 15 a 20% de imposto. De um dia pro outro o mercado vai quadruplicar quando isso acontecer.
O que você acha de iniciativas como o Jogo Justo?
Tavares: Nós com certeza queremos que o imposto seja reduzido, só que achamos que há outros caminhos. Todo comentário que é feito sobre redução de impostos gera debate, e isso é positivo. Mas acho que por outro lado a gente tem outros caminhos, e acho que as grandes têm de estar à frente. A gente tem que ter Sony, Nintendo e Microsoft à frente disso pra dar certo. E nós, como Feira, estamos ajudando, estamos envolvidos aí nos bastidores e em outras coisas que vão com certeza dentro de um ou dois anos mudar esse mercado de games aqui no Brasil, não tenha dúvidas.
Fernando Foster e Marcelo Tavares Marcelo Tavares Fernando Foster, Jaime Moraes, Marcelo Tavares e Filipe Ritto
Pra finalizar, qual é a possiblidade de a Nintendo participar do próximo BGS?
Tavares: Toda a possibilidade, está convidada! Ela foi convidada na edição desse ano, mas por algum motivo não pôde vir, teve alguma mudança nos planos. Mas tá mais do que convidada e a gente deseja muito ter a presença dela. A gente tem todo o interesse, e a própria Sony, que é concorrente [e patrocinadora do evento], tem todo o interesse de ter a Nintendo no BGS. Eu acho que a feira, pra crescer ainda mais, precisa ter as três grandes presentes, Nintendo, Sony e Microsoft, e com stands de grande porte.
E aproveito para agredecer a presença do público que esteve aqui na feira e no ano que vem espero vê-los novamente!
Nós do Nintendo Blast e a galera do N-Party agradecemos ao Marcelo Tavares pela entrevista e por trazer não só para o Rio de Janeiro, mas para o Brasil, este maravilhoso evento que foi o Brasil Game Show 2010, e estamos aguardando ansiosos pela edição de 2011! E em breve traremos a entrevista que fizemos com Ricardo Filó, gerente de produtos da Sony Brasil!

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. Poxa, se eles reduzirem os impostos como fica a indústria nacional de videogames frente à concorrência internacional?

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  2. Parabéns as duas equipes pela cobertura!
    Aguardando a próxima entervista =D

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  3. Anonimo, a industria brasileira fica assim com a obrigação de melhorar; mostrar resultado de nível. Concorrência nem sempre é ruim. E com a maior entrada de games aqui, a industria nacional, teoricamente recebe um olhar mais carinhoso dos gringos também. Parcerias devem se firmar a fim de aproveitar melhor o mercado... ...todo mundo pode sair ganhando.

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  4. Se reduzirem os impostos, vai compensar comprar aqui do que importar.

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  5. -Pro primeiro anônimo: É, a concorrência vai atrapalhar, sem dúvidas, o desenvolvimento da indústria nacional de videogames. Não sei se lembra, mas na Argentina quando igualaram 1 peso pra 1 dólar pra 1 real durante a época do FHC, muita empresa começou a falir porque lá deixaram a paridade cambial rolando por tempo demais.

    -Pro último anônimo: Na verdade é o contrário, se reduzirem os impostos, vai compensar importar do que comprar aqui. A não ser que essas empresas decidam produzir isso no Brasil, algo difícil de acontecer.

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  6. Ah não falei merd*. Entendi errado, tinha entendido produzir e era comprar. É verdade, comprar os jogos por aqui vai ficar mais fácil.

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  7. Muito bacana a entrevista e o evento Brasil Game Show. Só que infelizmente a Nintendo praticamente não apareceu, ficou meio apagada, e as concorrentes é que se destacaram por lá.

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  8. Ainda não entendi porque esse evento acontece no Rio de Janeiro sendo que a "capital" financeira e brasileira é São Paulo.
    Realmente não dá para entender.
    "/

    Espero que em 2011 eles se toquem e coloquem a Feira aqui em SP!

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