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Análise: Harry Potter and the Deathly Hallows – Part 1 (Wii)

Se J.K. Rowling, autora de Harry Potter, estivesse morta, com certeza ela teria se revirado diversas vezes no túmulo, até encontrar uma posi... (por Rodrigo Trapp em 27/01/2011, via Nintendo Blast)

Harry Potter and the Deathly Hallows Part 1 - posyter-wii-game-jogoSe J.K. Rowling, autora de Harry Potter, estivesse morta, com certeza ela teria se revirado diversas vezes no túmulo, até encontrar uma posição confortável para cavar o mais fundo possível, tentando se esconder desta vergonha. Como ela ainda encontra-se entre nós, deve ter se revirado na cama mesmo, ou em algum outro lugar qualquer. Mas uma coisa é certa: Harry Potter and the Deathly Hallows, para Wii, não condiz com a grandiosidade de sua obra. É um verdadeiro fiasco.

Harry Potter e a mesmice da morte


A história do jogo é bem fiel ao livro e ao filme: Harry, Hermione e Ron, desta vez sozinhos, sem a ajuda de Dumbledore ou de seus mentores, devem localizar e destruir as Horcruxes restantes de Voldemort, antes que o senhor das trevas os encontre. Você controla Harry e vai passando as fases conforme a história se desenrola, ganhando experiência e evoluindo enquanto elimina os inimigos, para que suas magias fiquem mais fortes e sua energia aumente. Existem ainda algumas “side quests” a serem cumpridas, e já nisso o game começa a derrapar: elas se resumem a salvar os “nascidos trouxas” (bruxos que nasceram sem a habilidade de fazer magias) de alguns inimigos. Nas primeiras duas vezes que você faz isso, até que é legal e interessante. Mas ao constatar que o objetivo nunca muda e que você terá que repetir esse tipo de fase mais de uma dezena de vezes, isso se torna extremamente cansativo e chato. Fora o modo principal, o game ainda traz o modo “Challenge” que, de desafio, só tem o nome mesmo. São cinco modos (bem parecidos com as side quests da trama principal, em alguns casos) onde você deve matar determinado número de inimigos ou chegar a um determinado local em uma faixa de tempo estipulada. Quanto mais rápido você atingir o objetivo, mais estrelas ganha no final, sendo o máximo de cinco. O problema é que em três dos cinco challenges, é possível conseguir as cinco estrelas já na primeira tentativa (e olha que nessa hora eu já estava jogando de má vontade).

O problema aqui é o fator exploração do modo principal, que é extremamente limitado, para não dizer inexistente. Você não tem muito o que fazer fora o que o jogo manda e também não existem caminhos alternativos para cumprir os objetivos. A magia chamada “four points” que é acionada com o botão “+”, sempre lhe indicará o caminho a seguir. Ou seja, não existe nem a chance de você se perder e ter que explorar a fase atrás de uma saída. Por um lado até que é bom, pois você terá menos tempo para descobrir cada vez mais problemas com a câmera e a jogabilidade e poderá, quem sabe, aguentar um pouco mais de tempo jogando…

Sai da frente, Harry!


Mas isso ainda não é nada. Logo na primeira fase você irá notar o pior dos problemas deste jogo: o funcionamento da câmera. Aliás, o NÃO funcionamento da câmera. O início do game é uma espécie de “shooter”. Você se encontra em companhia do inseparável Hagrid em uma moto voadora com um “sidecar” acoplado e deve matar os inimigos que aparecem voando. O problema é que, quando os inimigos estão à esquerda, fica muito ruim de acertá-los, pois seu próprio corpo e braço tapam grande parte do campo de visão. E quando os inimigos estão à direita? Bom… aí sim piora, e muito. Simplesmente o grandalhão Hagrid atrapalha totalmente o seu campo de visão e você não consegue enxergar grande parte da tela. Não sei se foi proposital, mas realmente fica muito irritante você não conseguir acertar os inimigos por sua própria culpa.  E isso se repete durante todo o game. É simplesmente inaceitável o que ocorre ao longo das fases, que em grande parte são em terceira pessoa, onde você tem problemas durante todo o tempo para conseguir desviar a câmera de seu próprio cabeção. Ao se esconder atrás de caixas ou de montes de feno, por exemplo, estes objetos também complicam bastante na hora de conseguir acertar algum inimigo, a não ser com muito custo e muita luta contra a câmera.

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Nas vezes em que o jogo fica em primeira pessoa, esse problema é corrigido. Mas, adivinhem? Surge um que, se não é pior, é tão ruim quanto. A movimentação. Um tipo de movimentação de câmera que eu não consigo gostar de jeito nenhum (ainda mais quando é mal feito), é aquele no qual você tem que apontar o Wii remote para o canto da tela, até o lado para o qual seu personagem deve se virar. E em Harry Potter, além de ser assim, a movimentação é ridiculamente lenta. Muitas e muitas vezes você irá morrer quando for atacado pelos lados, simplesmente por não conseguir se virar a tempo de encontrar o inimigo.

Já os gráficos não são lá uma maravilha, mas também não chegam a comprometer.  Cenários e personagens bem simples, mas que ficam muito bacanas em conjunto. Só não se arrisque a deixar muitos inimigos vivos ao mesmo tempo na tela. O jogo começa a travar, pedaços de polígonos começam a faltar e aí a confusão está feita. As “cutscenes” entre as fases também são realmente muito bonitas e bem feitas. Com uma textura um tanto diferente do que estamos acostumados a ver, chamam bastante a atenção. Sei que isso não vai fazer nenhuma diferença na hora de jogar, ainda mais depois de todo esse caminhão de pontos fracos, mas não podemos deixar de ressaltar quando algo é bem feito, não é mesmo?

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“Expulso”, “Expulso”, “Expulso”. Ok… já entendemos.


O som é outro caso à parte no jogo. A única coisa legal é que foram os próprios atores do filme que dublaram os personagens do jogo, mas esqueça praticamente qualquer tipo de música ou efeitos sonoros interessantes. Em grande parte da aventura você irá ouvir somente Harry e Hermione gritando incansavelmente “Stupefy” e “Expulso”, o nome das duas únicas magias que são realmente necessárias no jogo. Eles repetem o nome da magia praticamente cada vez em que ela é utilizada. Levando em conta que para matar alguns inimigos você deve utilizar a mesma magia mais de cinco vezes, faça as contas e pense no resultado. As outras magias são praticamente acessórios, pois são inúteis na maior parte do tempo. Exceto a “Expecto Patronum” que deve ser acionada com o botão “C”, para destruir os Dementadores. As poções que você encontra pelo caminho são igualmente desnecessárias. Somente as que servem para recuperar energia são realmente úteis.
Eu gosto de Harry Potter. De verdade. Li os livros e vi alguns filmes. Mas este jogo infelizmente não condiz em nada com a qualidade do que já foi feito sobre o mundo de Harry Potter. Sendo fã ou não, pode passar batido por este game tranquilamente que você não irá se arrepender.

Harry Potter and the Deathly Hallows– Nintendo Wii – Nota Final: 4,0
Gráficos: 6,5 | Som: 3,5 | Jogabilidade: 3,0 | Diversão: 4,0

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. vc tá bem bonzinho heim?(dando 4) esse é o pior jogo que eu joguei em 2010

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  2. A jogabilidade é horrivel, péssima, desconfortável.

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  3. Tanto o do Wii quanto o DS são ruins. Uma pena.

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  4. Uma pena que o Wii ainda seja um desastre em alguns aspectos. Mas o 3DS com certeza mudará isto :)

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  5. Todas as versoes desse jogo sao ruins, até nos consoles HD

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  6. "“nascidos trouxas” (bruxos que nasceram sem a habilidade de fazer magias)"
    É o contrário! São humanos que nasceram com o poderes mágicos(bruxos)!

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  7. O jogo é decepcionante, fora que não utiliza os recursos de movimentos que o wii tem como nos dois jogos anteriores. Já joguei em outro console e é a mesma coisa. "Trouxas" são simplesmente os humanos, sem poderes.

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  8. Nota: quando ele diz "nascidos trouxas", ele esta se referindo aos bruxos cujos os pais são trouxas (humanos comuns). O jogo é um droga mesmo, não faz juz a série.

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  9. Nada contra...mas me impressiona alguém parando para analisar esse jogo...

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  10. Fala Galera!

    Nicolau:
    Quis dizer que são bruxos que, por serem filhos de trouxas desenvolvem as capacidades mais tarde!

    Júlio:
    Ossos do ofício, cara hehe. Analisar só jogos nota 10 daria a falsa impressão de que não são lançadas algumas bombas como essa para o Wii! =D

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  11. hahahaha :)

    É Redator também sofre Julio! :P Mas bem que o Trapp merecia sofrer um pouquinho... XD

    Vai jogar Ju-on se quiser ver jogo ruim mesmo :P hahaha

    E ainda me impressiona como em quase sua totalidade, os jogos baseados em filmes são ruins. Os decentes são raridades... isso sim são caça-níqueis!

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  12. alice in wonderland DS é legal,e foi,mais ou menos,baseado no filme...acho que esses jogos ficam ruins por qe limitam a criatividade,por ja ter um roteiro a seguir e talz

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