Torne-se um pintor, músico, animador ou dedetizador
Veja a seguir os diferentes modos presentes em Mario Paint:
Tela do Título
Pode parecer estranho eu incluir a tela de título como um dos “modos” de jogo, mas acontece que ele era uma espécie de minigame secreto. Na tela, vemos simplesmente um fundo branco, o Mario (com sua aparência de Super Mario World) correndo de um lado para o outro e as letras formando o título “MARIO PAINT” de uma forma não particularmente dramática. Para iniciar o jogo, deve-se clicar no Mario, mas se uma das letras do título é clicada, algum efeito diferente acontece. Veja só:
- M – Encolhe o Mario e o faz voltar para o tamanho normal se clicado novamente.
- A – A letra cai e depois volta para seu lugar. Se por acaso o Mario estiver passando por baixo quando a letra está caindo, ele também é derrubado, mas volta em seguida.
- R – Um olho aparece no meio da letra e ela se arrasta pra fora e depois volta, fazendo barulho de bebê. Bizarro...
- I – Inverte as cores pretas e brancas e distorce a música.
- O – A letra vira uma bomba e explode. O que vem em seguida é um interessante segredo do mundo dos games da Nintendo: a música secreta de Kazumi Totaka. Totaka é um compositor de músicas para os jogos da Nintendo que já participou de outros títulos importantes, como Luigi’s Mansion, Super Smash Bros. Brawl e a série Animal Crossing. O curioso, entretanto, é que, na maioria dos jogos em que o compositor trabalhou, a sua música secreta está escondida em algum lugar, sendo que Mario Paint provavelmente é o jogo onde a música é mais facilmente encontrada. Para mais informações sobre este assunto, veja este muito interessante e completo artigo do site NinDB.
- P – Faz grama, carros, animais e muitos outros objetos aparecerem na tela, sendo que muitos deles emitem algum som quando clicados. A música também muda.
- A – Faz o Yoshi correr pela tela e a música de fundo passa a ser acompanhada pela batida tradicional de quando o personagem está presente.
- I – O texto fica tremendo e a música fica distorcida.
- N – Mostra os créditos do jogo.
- T – Deixa o jogador desenhar na tela com uma textura de arco-íris.
Art Mode
Stamp Mode
Além de usar os carimbos que o jogo disponibiliza, é possível criar até 15 carimbos próprios, que consistem em imagens de 16x16 pixels. O tamanho pode parecer pequeno, mas combinando vários carimbos é possível criar uma imagem maior.
Music Mode
Animation Mode
Neste modo, é possível fazer uma animação de quatro, seis ou nove quadros (uau!), criando os desenhos para cada quadro. É também possível adicionar uma música criada no compositor.
Gnat Attack
Mouse do SNES?
É claro que dar uma de artista usando o controle do SNES seria algo extremamente desconfortável. Por isso, o jogo utiliza o periférico SNES Mouse. Você se lembra dele? Se você nunca jogou Mario Paint, não é de surpreender se não se lembra ou até mesmo se nunca ouviu falar nele, já que este com certeza foi o jogo mais famoso a utilizar o acessório. Os demais, além de serem poucos, não se fizeram muito famosos (dentre os outros mais conhecidos, podemos citar Lemmings 2, Doom e Wolfenstein 3D). Sim, o SNES Mouse sofreu o terrível destino que acompanha a maioria dos periféricos de consoles: ser pouco utilizado e cair no esquecimento.
Lembranças e continuações
Como você que está lendo já pode ter percebido, Mario Paint marcou bastante a minha infância. Outra coisa que foi muito marcante foi o guia do jogo da Nintendo Power, que eu tive a felicidade de possuir. O guia era extremamente completo, com idéias de desenhos, “partituras” de músicas e carimbos de diferentes jogos, para copiar (até de jogos não desenvolvidos pela Nintendo, como Street Fighter e The Simpsons). Além disso, havia dicas de como usar um gravador de vídeo para gravar as criações em fita... afinal, lembre-se que estamos falando de uma época em que o máximo que se podia salvar de um jogo era o que a bateria do cartucho permitia, que era extremamente pouco. Eu tenho este guia até hoje e, apesar de bastante gasto, está inteiro e perfeitamente legível.
Mario Paint nunca recebeu continuações propriamente ditas, pelo menos não fora do mundo oriental. Um par de versões do jogo foram lançados apenas no Japão para o obscuro Satellaview (um acessório para o Super Famicom que funcionava como um modem via satélite) e uma série de jogos com o nome Mario Artist foram criados para o fracassado 64DD (veja mais detalhes aqui), mas a coisa parou por aí. Contudo, muitas heranças de Mario Paint podem ser encontradas até hoje. Os editores de fotos do DSi e do Wii tem ferramentas que mostram grandes semelhanças às de Mario Paint (com destaque para as ferramentas de “limpar a tela” como o foguetinho que sobe, apagando tudo no seu caminho). A semelhança é maior ainda, entretanto, no recente WarioWare D.I.Y. para o DS, onde até a interface de edição é extremamente parecida, contando até com muitos dos mesmos ícones. Falando em WarioWare, não podemos deixar de citar os minigames que aparecem tanto em WarioWare, Inc.: Mega Microgame$! (Game Boy Advance) e em WarioWare D.I.Y (DS) inspirados no Gnat Attack.
Não há muitos motivos para jogar Mario Paint hoje em dia, a não ser pelo valor nostálgico, já que ferramentas para desenho e animação muito mais poderosas e com mais recu