Blast from Japan

Blast from Japan: Tales of Hearts (DS)

Fãs que acompanham a série Tales sabem que esta já enfrentou seus altos - como Tales of Symphonia , considerado um dos melhores RPGs para G... (por Paula Travancas em 02/03/2011, via Nintendo Blast)

Fãs que acompanham a série Tales sabem que esta já enfrentou seus altos - como Tales of Symphonia, considerado um dos melhores RPGs para GameCube - e baixos – como Tales of Vesperia, cujas vendas fracas no ocidente justificariam o fato de os títulos posteriores da franquia não ganharem, até agora, versões fora do Japão. Assim, acabamos nos livrando de alguns jogos passáveis, mas perdemos outros que mereciam a chance de ser apreciados pelo resto do mundo. Esse é o caso de Tales of Hearts, lançado em 2007, terceiro título da franquia a figurar no DS, após os nada memoráveis Tales of the Tempest e Tales of Innocence.

Corações estilhaçados, mas não por amor


Monstros comedores de sonhos conhecidos como Zerom estão se alimentando dos corações – chamados de Spiria – das pessoas, assim roubando-lhes as emoções. O herói, Shing Meteoryte, encontra a heroína, Kohak Hearts, e seu irmão Hisui em situação precária e decide ajudá-los. A moça aparentemente foi atacada pelos Zerom e está inconsciente. A única maneira de entrar no Spir Maze (algo como um labirinto dentro do coração) das pessoas e livrá-las dos monstros é através da habilidade de utilizar um tipo especial de arma chamada de Soma. Shing possui esse talento e entra no coração de Kohak, apenas para vê-lo se despedaçar e se espalhar pelos quatro cantos do mundo, cada parte do Spiria (uma Spirune) da jovem representando um tipo de emoção. O rapaz toma como pessoal a tarefa de salvá-la desse destino e, com a ajuda do irmão dela, coletar as Spirunes perdidas.

Pode parecer uma história fraca e clichê, mas esse é apenas o ponto de partida. No melhor estilo Tales, o destino de mais de um mundo está em jogo e nada é exatamente o que parece. Alianças são formadas e desfeitas, guerras eclodem, reviravoltas acontecem e, quando tudo parece estar se resolvendo, o verdadeiro Mal mostra seu rosto, elevando a trama a complicações de proporções verdadeiramente épicas. Mas o que realmente cativa são os personagens e a evolução de seus relacionamentos. E não só os personagens principais, como alguns NPCs que a princípio parecem não ter importância, têm uma história anterior bem desenvolvida, ajudando a construir a solidez da trama.

Jogabilidade


O estilo visual de Hearts dá um passo em direção aos games mais antigos (e cultuados) da série. Os sprites e animações dos personagens são bidimensionais enquanto o cenário é 3D. Além disso, a batalha também volta a ser travada apenas em duas dimensões, mas o jogador tem total liberdade de movimentação, em tempo real, do personagem que está controlando (e que pode ser mudado a qualquer hora durante a luta). O sistema incentiva o encadeamento de longos e variados combos e também os ataques coordenados entre dois ou mais integrantes do time. No entanto, não é só porque é fácil fazer combos que o jogo seja moleza; assim como você pode apelar para uma sequência de ataques que deixe seus inimigos atordoados enquanto você a realiza, espere receber deles o troco na mesma moeda.

A customização dos personagens acontece através do Soma Build (“Construção de Soma”). Vários tipos de materiais são coletados ao longo da aventura e o jogador tem a possibilidade de adicioná-los às armas (Soma), cada material resultando em novas e diferentes habilidades. Durante o jogo, várias vezes o jogador se depara com algumas escolhas em relação ao tipo de crescimento e evolução que quer para seu Soma, o que torna o sistema bastante flexível e personalizável.

Outro elemento do jogo que vale a pena ser mencionado é a falta de um mapa do mundo, pelo menos até as primeiras 12 horas de jogo. Até lá, é preciso atravessar mini dungeons para ir de cidade em cidade. Depois que o mapa é liberado, é possível voltar às cidades anteriormente visitadas apenas escolhendo a localização, sem ter que passar por esses caminhos. Não é que o sistema em si seja ruim, mas esses labirintos parecem todos iguais, o que os torna chatos rapidamente. Em compensação, as cidades e dungeons principais são vastos e interessantes de se explorar.

Dúvida cruel: CG ou Anime?


Em Tales of Hearts, a resposta da Namco é: você decide. O jogo ganhou duas versões, uma com as cenas principais no tradicional estilo anime da série Tales e outra com belas animações em computação gráfica, remetendo ao estilo realista presente em jogos como os da Square Enix.

A proposta é interessante e ambos os conjuntos de animações se constituem num belo produto final. No entanto, a versão CG parece bastante deslocada em relação ao resto dos gráficos do jogo, já que, fora as cutscenes, as duas versões são exatamente iguais. O estilo visual in-game tem uma proximidade bem maior com a versão anime, deixando os CGs, belíssimos para um jogo de DS, em franca desvantagem. Nem precisa perguntar qual das duas versões vendeu mais...

Se essa foi uma experiência para testar a aceitação das animações em CG por parte dos fãs da franquia, a Namco falhou seriamente. Para que as cenas mais realistas em computação gráfica funcionem, é preciso que o resto do jogo acompanhe visualmente esse ritmo, o que não seria muito fácil de realizar em um portátil.

Lançar duas versões do mesmo jogo é obviamente um empreendimento ousado, mas no caso parece que a tentativa foi ousar moderadamente, já que os CGs parecem mais um adendo do que propriamente uma versão. E é por isso que provavelmente não veremos uma nova inclusão de CGs na série Tales tão cedo. Isso se virmos qualquer Tales que seja aqui pelas bandas ocidentais...

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. Tales of Vesperia não é uma ponto "fraco" conforme mencionado apenas o pessoal aqui do ocidente infelizmente não o apreciou da forma certa. Tales of Symphonia eu ainda tenho guardado e adoro, mas na minha opinião os dois são excelentes, tirando o fato do Yuri do Vesperia estar anos-luz além dos personagens do Symphonia.
    Os "Tales" do DS são ótimos, especialmente o Tales of Innocence

    ResponderExcluir
  2. Taí um jogo que eu gostaria de conecer de perto... parabéns pelas informações que nos trouxe do jogo ;D

    ResponderExcluir
  3. Já foi confirmado Tales of Graces aqui no ocidente.

    ResponderExcluir
  4. Eu gostei do Tales of Innocence.. ¬¬

    ResponderExcluir
  5. tales of phantasia do snes e o melhor ja finalizei varias vezes. E quem nao se lembra da cena do banho no vilarejo ou da arche ficando doida no navio

    ResponderExcluir
  6. ja finalizei tales of phatasia em portugues no snes

    ResponderExcluir
  7. Esse jogo é ótimo. Uma pena ter ficado apenas no DS, ele merecia uma plataforma de mesa.

    ResponderExcluir

Disqus
Facebook
Google