Análise: Shinobi (3DS)

Quando se fala em jogos de ninja, um dos nomes que vêm mais naturalmente à mente dos gamers, certamente, é Shinobi . Desde os arcades, em 19... (por Alberto Canen em 28/07/2012, via Nintendo Blast)

Quando se fala em jogos de ninja, um dos nomes que vêm mais naturalmente à mente dos gamers, certamente, é Shinobi. Desde os arcades, em 1987, nós temos nos deparado com o clã Oboro, de Joe Musashi, primeiro protagonista da série e da maioria de suas sequências. A Griptonite Games foi a desenvolvedora escolhida para essa árdua tarefa, já que toda série de sucesso conta com uma larga quantidade de fãs que não se contenta com qualquer coisa (às vezes nem com muita). Depois de tantos anos sem aparecer como um destaque no mundo dos videogames, novamente os jogadores podem conferir como é se sentir um verdadeiro ninja.

Tal filho, tal pai

Nos demais jogos da franquia estivemos no controle de Joe Musashi. Dessa vez, o protagonista é o pai do nosso herói, Jiro Musashi. O game se passa no Japão Feudal, quando a vila de Jiro é atacada, mas logo ele é enviado ao futuro através de um vórtice temporal. A ideia é meio manjada e tosca, mas justifica a mistura de cenários e inimigos, desde ninjas até um exército futurista. Seja como for, nenhum desses adversários ou ambientes diferentes são páreo para as milenares habilidades ninja de nosso novo herói.

Essa mistura de cenários foi bem arquitetada. O efeito 3D é bem utilizado e, apesar de não ser fundamental, transmite uma boa sensação de profundidade, principalmente nas fases ao ar livre, que são as mais bonitas e bem trabalhadas do jogo. As fases a portas fechadas não são tão atrativas, mas também não atrapalham e diversificam o visual.

Do clássico ao moderno

O objetivo principal dos desenvolvedores foi preservar os elementos-chave que fizeram os antigos games da franquia tão bons e reconhecidos pelos fãs. Eles pegaram a arte dos jogos da franquia da época do Mega Drive e acrescentaram uma personalidade mais moderna e única, que a deixasse mais compatível com o gosto dos jogadores da atualidade. Podemos perceber essa fórmula não só no design do jogo e personagens, como também nas cutscenes que contam o enredo.

Ainda com essa ideia de misturar os jogos clássicos com um ar mais moderno, o pessoal da Griptonite criou um ótimo sistema de combate, que trouxe todos os golpes de Shinobi que os fãs já estavam acostumados e acrescentaram outros, como a possibilidade de agarrar os adversários com uma corrente, que também serve para alcançar locais mais altos e acertar os inimigos que aparecem acima de Jiro. Além disso, desde o início do game, o jogador já tem à sua disposição o arsenal completo de golpes, sem a necessidade de ir desbloqueando outras habilidades durante a jogatina. A ideia é justamente passar aquele sentimento de "super ninja" logo de cara.

Lutando como um ninja

O jogo é uma mistura de ação e plataforma com progressão lateral. Por um lado, existe o combate com katanas, kunais e shurikens, que não pode faltar em um jogo de ninja (muito menos em um jogo Shinobi), e, por outro, é necessário aplicar saltos precisos e vencer os ambientes apresentados, que vão exigir bastante habilidade por parte do jogador. Outro adendo ao combate é a possibilidade de usar magia. São quatro opções para serem carregadas (fogo, terra, relâmpago e água) que, por facilitar muito nas lutas, diminuem a pontuação. Entretanto, elas acrescentam um certo valor de estratégia, pois determinadas magias funcionam melhor do que outras nas lutas contra chefes de fase.

Um movimento fundamental no jogo é o de defender-se com a espada (botão R). No modo mais fácil pode até não ser tão necessário, uma vez que os continues são infinitos e o jogo pode ser salvo a qualquer momento, mas se o jogador resolver se aventurar nos modos mais difíceis, certamente vai precisar dominar essa habilidade, que precisa estar bem sincronizada, pois serve para defender de quase tudo, desde shurikens até lança-foguetes.

Os muitos inimigos são bem familiares à franquia e trazem boas recordações. Apesar de genéricos, eles cumprem bem o seu papel. O problema está apenas na repetição, que nos níveis mais avançados do jogo deixam a jogatina um pouco enfadonha. O mesmo não acontece nas lutas contra os chefes, que são muito divertidas, pois eles são únicos e têm um ponto fraco diferente.

Trailer mostrando o gameplay do jogo

A jogatina conta com alternâncias entre a clássica progressão lateral e fases com uma visão mais por trás, nas quais basicamente deve-se derrotar os inimigos ao mesmo tempo que se desvia da munição atirada. Jiro anda a cavalo, em cima de veículos e até surfa numa prancha. Esses momentos servem para variar um pouco a jogabilidade, mas não chegam a ser muito divertidos, apesar de o efeito tridimensional ser bem aproveitado. Durante o surfe, por exemplo, ainda é necessário usar os controles pela tela de toque, o que dificulta um pouco as coisas.

Mapas da morte

O novo Shinobi é cheio de material extra desbloqueável. Entre eles estão artes conceituais, músicas, novas armas , trajes e, principalmente, novos mapas de desafio. Muitos extras são adquiridos apenas no modo mais difícil, o que é um bom motivo para se aventurar nele. Além disso, os 13 novos mapas acrescentam uma maior longevidade ao game e se todos forem adquiridos, é possível jogar com Joe Musashi. Cada mapa pode ser conseguido via StreetPass ou com 20 moedas (Play Coins). Agora, não se engane, a dificuldade desses novos desafios é bem intensa, e qualquer golpe levado significa a morte.

Uma fórmula que funciona

Shinobi é uma das mais famosas franquias estilo Hack 'n' slash dos videogames. O desafio de trazer o jogo para os dias atuais não foi dos mais fáceis, mas foi bem cumprido pelo pessoal da Griptonite. A fórmula de agradar aos fãs com diversos elementos clássicos e atrair novos jogadores com diversas novidades foi bem executada. Além disso, os muitos e difíceis extras desbloqueáveis permitem que o jogo seja aproveitado por muito mais tempo por aqueles jogadores que realmente se dedicarem.