É fato que, a cada dia que passa, podemos notar o quanto os
jogos estão ficando parecidos com a vida real. Mas também percebemos como a própria
vida real tem ficado parecida com os jogos. Na verdade, a vida tem ficado mais
parecida com os games desde que foi criado o primeiro jogo do mundo. Ou seria o
contrário? Talvez o jogo esteja ficando parecido com a vida, e a vida esteja
ficando parecida com um jogo? Confuso? Eu, redator, por exemplo, percebo que
minha vida, a cada dia que passa está ficando cada vez mais parecida com a do
Mario, e às vezes sou obrigado a entrar no cano para encontrar novos caminhos.
E também penso até mesmo em rezar para a deusa Hylia em busca de ajuda em
alguns pepinos. Estranho? Não, lúdico!
A vida é um jogo!
O que é a vida? Você já parou para se perguntar isso? Novamente,
eu, redator, acredito que a vida não passa de um caminho a ser trilhado,
repleto de desafios causados por incontáveis fatores e obstáculos que tentam me
impedir de chegar a um grande objetivo (pessoal, no meu caso). E, por mais que
eu esteja fadado a desaparecer deste mundo algum dia, nada pode me impedir de
buscar o que quero enquanto estou vivo.

Agora experimente pegar este modelo de vida, e aplicar o
máximo de fantasias e coisas inimagináveis nele.
Dependendo da forma com que você imaginou, provavelmente
chegou a algo parecido com Zelda ou Mario Bros, ou até mesmo a algo que
nunca ninguém jamais pensou. Quer dizer então que a lenda de Zelda ou a
história de Mario são baseadas na própria vida real? Exatamente!
Nintendo – há mais de 100 anos
ludificando a vida
O simples fato de jogar pode ser definido como lúdico. Isso porque,
segundo os autores do livro
Regras do Jogo
(Rules of Play, no original
), de Katie Salen e Eric Ximmerman, os
jogos podem ser definidos basicamente como “um
subconjunto
da interação lúdica”, ou seja, neles
são reunidos inúmeros fatores lúdicos, como a fantasia, o cenário imaginado e
também a forma com que o jogador interage com ele, por meio da jogabilidade.

Na clássica história do encanador bigodudo, Mario (ainda
chamado de
Jumpman, na época)
tinha que
salvar a princesa enfrentando obstáculos causados pelo seu futuro parceiro de
corridas, o macaco louco Donkey Kong.
Futuramente,
Mario passaria a vida limpando esgotos de monstruosidades e depois se tornaria
até mesmo um grande esportista. Essa é a vida de Mario, lúdica principalmente porque
pertence a um universo fictício, mas ao mesmo tempo real, pois apresenta
elementos da vida humana, como um próprio personagem principal humano tentando
cumprir objetivos. É o universo de uma vida, acrescentada de fatores lúdicos
interativos. Resumindo, é um retrato da nossa vida – a vida do homem – com
fatores criativos fantasiosos.
Pokémon – ser um
mestre é o que todos querem

A Nintendo, veterana de guerra na criação de jogos
eletrônicos, sempre apresentou um forte senso lúdico criativo em seus jogos,
como nas séries Mario e Zelda. Isso porque ambos os exemplos possuem universos
próprios de interação, com cenários, sons, cores e personagens próprios, todos
ligados à realidade de formas únicas. Agora, é impossível abordar este assunto
tão místico e não se lembrar da fantástica criação de Satoshi Tajiri: Pokémon.

Se já jogou e gostou da série, ou até mesmo assistiu ao
anime, algum dia deve ter imaginado como seria viver treinando monstros e
buscando ser o melhor em comparação aos outros.
Treinar a si mesmo estudando, lutando jiu jitsu ou jogando
Mario Kart é parecido com a história de um treinador Pokémon, não acha? A
diferença é que cada um pode interpretar a forma de ser um mestre do jeito que
quiser.
E cada um pode dar início a uma meta da forma que quiser
também. Não foi o próprio Satoshi que disse ter se inspirado para criar Pokémon
com base na época em que capturava e colecionava insetos?
Repito: a vida é um
jogo!
Por isso afirmo que existe vida nos jogos eletrônicos.
Afirmo que a Nintendo é um poço de vida, e que seus universos são todos reais e
de valores reais, só que apresentados de forma lúdica.
E sim, por mais clichê que possa parecer essa afirmação,
digo que a vida é de fato um jogo, repleto de desafios, personagens, cenários e
plataformas possíveis e impossíveis de serem alcançadas apenas com um salto. Muitas
vezes são necessários dois saltos. E, muitas vezes, é necessário filosofar, para entender como
alcançar essas plataformas. Ao menos a coragem de Link ou a vontade de Mario podem
incentivar e colaborar bastante nisso. Podemos agradecer a Nintendo agora?