Lá e de volta outra vez
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Uma grande história é legal em qualquer formato. |
Com isso surgiram bonecos, artigos de colecionador, reedições dos livros e, obviamente, videogames baseados no universo de Tolkien. Como a EA havia adquirido os direitos para lançar com exclusividade jogos baseados nos filmes de O Senhor dos Anéis, outras empresas que quisessem uma fatia desse mercado precisaram ser criativas. Foi assim que a hoje extinta Sierra Entertainment, que já havia trazido ao mundo grandes jogos de fantasia épica como a série King's Quest para PCs, acabou investindo todas as suas fichas numa adaptação do livro O Hobbit, e voltando à sua tradição de lançar jogos com ricas narrativas.
Uma jornada inesperada
Caso você não tenha lido o livro, visto o filme ou jogado o jogo, O Hobbit conta a história... bem, de um hobbit, o que mais você esperava? Mais especificamente a história de Bilbo Bolseiro, um pequeno ser que nunca havia vivido grandes aventuras, até que o mago Gandalf bate em sua porta e o apresenta à uma companhia de anões que pretende embarcar numa jornada para retomar o tesouro do temível dragão Smaug. E, assim, Bilbo sai do Condado pela primeira vez na vida, e dá início ao nosso jogo.![]() |
O minúsculo Bilbo sai do pequeno Condado para viver a maior das aventuras. |
"Longe da névoa densa e fria das montanhas até as profundas masmorras..."
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Link encontra um baú e... Ah, espera! |
Bilbo começa a aventura apenas com um saco de pedras para atirar nos inimigos e um cajado para se defender, mas conforme a história se desenrola aparecem novas armas e habilidades, como a espada Ferroada e, é claro, o Um Anel, com o qual é possível ficar invisível por um certo período de tempo e brincar de Solid Snake com os orcs e demais oponentes. Na verdade, ficar invisível é menos espionagem e mais aquele velho esquema de memorizar padrões de movimentos dos inimigos e investir na "tentativa e erro".
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Uma das inúmeras sequências de plataforma do jogo. |
São doze capítulos ao todo, a maior parte deles baseada diretamente em passagens e títulos do livro. O jogo faz um bom trabalho ao criar cenários bem distintos, de modo que é um prazer explorar locais icônicos como Bag End, Mikrwood e Lake-Town, além, é claro, da caverna misteriosa em que encontramos Gollum e jogamos adivinhas no escuro. Enfim, do lindo e verde Condado até as montanhas perigosas e cheias de neve, The Hobbit frequentemente deslumbra com seu belo visual.
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Os modelos de personagens são bonitos e carismáticos. |
Pelo lado negativo, o jogo é razoavelmente desafiador graças a sua câmera um pouco teimosa. Além disso, algumas missões podem acabar se revelando um tanto monótonas e acabar entediando o jogador. Por fim, a trilha sonora fica muito longe de poder rivalizar com as belíssimas composições que Howard Shore escreveu para os filmes de Peter Jackson.
Estão levando os Hobbits para Isengard!
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Prato cheio para os fãs de fantasia. E só para eles. |
O Hobbit já foi levado para os livros, para o cinema, para os videogames, e até mesmo para Isengard. Então talvez agora seja o momento certo para darmos atenção a outras obras de Tolkien? Afinal, se The Hobbit virou jogo muitos anos antes de virar filme, não seria nada mal se alguma empresa seguisse o exemplo da Sierra e resolvesse adaptar o Silmarillion para os videogames antes dele também virar filme, não é mesmo? Eu pelo menos nunca dispensaria uma nova jornada pela Terra Média.
Revisão: Luigi Santana