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Análise: Darksiders 2 (Wii U)

A franquia Darksiders ainda é bastante recente. O primeiro título, lançado em 2010 para PlayStation 3 e Xbox 360 não deu as caras no Wii... (por Unknown em 26/01/2013, via Nintendo Blast)


A franquia Darksiders ainda é bastante recente. O primeiro título, lançado em 2010 para PlayStation 3 e Xbox 360 não deu as caras no Wii graças ao problema que estamos cansados de saber quanto ao hardware do console. No entanto, sua sequência, lançada em 2012, pôde finalmente adentrar em territórios nintendistas graças ao novíssimo Wii U. Ironicamente, o título, em que o jogador assume o controle da morte, chega praticamente no momento em que sua publisher, a gigante THQ, está fechando suas portas. Descubra agora o valor do primeiro e último jogo da empresa para o novo console da Nintendo.


Justiça com as próprias mãos


Darksiders 2 segue a história iniciada por seu predecessor. Para quem não jogou o primeiro título, o jogador assumia o controle de War, um dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse que fora enviado à Terra para manter a ordem. No entanto, após enfrentar um demônio, o cavaleiro é enviado ao inferno, onde é salvo pelo Charred Council, entidade responsável por manter a ordem entre os Reinos dos Homens, do Céu e do Inferno. Contudo, o conselho acusa War de ter desencadeado a guerra do Apocalipse e se aliado ao Reino do Inferno. Aí, entra o novo jogo: no papel do irmão de War, Death, você deverá buscar provas que oinocentem e, de quebra, exterminar uma horda de demônios espalhados pelo universo. Épico o bastante?

O game tem proporções épicas!


O jogo é uma mistura de diversos estilos de jogos que deram certo nos videogames, desde o conceito de dungeons e puzzles diretamente extraídos de The Legend of Zelda até a incessante e divertidíssima pancadaria da franquia God of War e alguns elementos de RPGs ocidentais. O resultado de toda essa salada é uma aventura competente, divertida e muito, muito longa. Aliás, o primeiro pré-requisito para curtir Darksiders é gostar de jogos longos e cheio de pequenos quests que, ao se unirem, resultam na enorme jornada. Então, se você não gosta muito de ficar indo de um lugar a outro coletando itens, esse definitivamente não é seu jogo.

Design megalomaníaco


Os que jogaram o primeiro título da franquia sabem que o jogo eram imenso, seja pelo tamanho do mundo de jogo ou mesmo pelas horas gastas durante a aventura. Na segunda entrada da franquia, a Vigil Games tentou expandir ainda mais o universo do jogo, o que, infelizmente, acabou resultando em um dos principais defeitos do título: o excesso. O problema é que o jogo é tão grande que acaba ficando repetitivo em vários momentos. Ele nunca deixa de ser divertido, já que os combates são excelentes e os cenários cada vez mais ricos e interessantes. Contudo, na essência, o jogador fica limitado a explorar cenários em busca de itens e exterminar alguns inimigos no meio do caminho. Isso funciona muito bem com títulos que duram cerca de quinze horas, mas Darksiders dura aproximadamente o dobro, e as coisas começam a ficar cansativas rapidamente.



Apesar desse problema, a jornada continua sendo bastante recompensadora, principalmente graças à incrível ambientação criada pela Vigil Games, que faz com que nos sintamos dentro daquele mundo assolado pelo caos. Além disso, o protagonista, Death, é possuídor de um carisma ímpar, de forma que, mesmo que com muito esforço, o jogador desejará vê-lo completando sua missão.

Link encontra Kratos


Inicialmente pode parecer estranho, mas a junção de estilos conceitualmente tão diferentes acabou dando certo. Durante sua jornada, Death encontrará diversas dungeons com puzzles para serem resolvidos (no caso, muito mais simples que os encontrados por Link, em The Legend of Zelda) e hordas de inimigos para serem derrotados. Ao avançar no game, o protagonista ganhará novas habilidades que lhe darão acesso a lugares antes inacessíveis, o que dá um maior senso de progressão à aventura. Os combates, ao contrário dos contos de fadas estrelados por Link, são brutais e remetem diretamente aos games de ação que dificilmente dão as caras nos consoles da Nintendo. Os controles nesses momentos são muito precisos, o que os tornam um dos pontos altos da aventura.

Os combates remetem muito à franquia God of War


Ainda fazendo comparações, os chefes enfrentados durante a aventura são a melhor parte do pacote, algo que nos remete muito à Zelda, que possui algumas das batalhas contra chefes mais inovadoras e divertidas da história dos videogames. Espere por chefes gigantescos com formas muito específicas para serem derrotados. Como se pode ver, o jogo não traz grandes inovações a nenhum dos gêneros que remete, mas os executa de forma competente, mesmo que imperfeita...

Bugs... bugs everywhere!


A Vigil foi muito ambiciosa em sua empreitada e, como já disse, talvez esse não tenha sido o melhor caminho. Além de uma aventura deveras longa, as trinta horas de jogo ainda possuem diversos bugs. Desde coisas simples como Death atravessando os cenários, até sérios problemas com a câmera do jogo, você encontrará muitos problemas no decorrer da jornada. Nada disso torna o título impossível de ser jogado, mas certas coisas atrapalham bastante em alguns momentos. Outro problema do jogo é quanto à sua parte gráfica. O título é muito inconsistente, apresentando alguns momentos lindos e outros piores do que estamos acostumados a ver no Wii. A Vigil parece ter pagado um preço um pouco alto pela sua ambição.



Nem tudo está perdido!


Mesmo com todos os problemas listados acima, Darksiders 2 cumpre seu papel e é um jogo muito divertido e, certamente, o mais longo desta primeira leva de títulos para o Wii U. Além da já extensa aventura, a versão lançada para o console da Big N conta com todos os DLCs lançados digitalmente para outras plataformas, aumentando ainda mais a longevidade do game. A Vigil também adicionou a possibilidade de se jogar a aventura integralmente no GamePad, que exibe os mapas e inventários do jogo quando a jornada é jogada na TV. Para os que curtem grandes aventuras com ambientações apocalípticas, Darksiders 2 é uma excelente escolha. É uma pena, no entanto, que talvez nunca cheguemos a ver uma sequência.


Prós

  • Ambientação fenomenal;
  • Personagens carismáticos;
  • Enredo simples, mas profundo;
  • Combates divertidos;
  • Bom sistema de upgrades.

Contras

  • Demasiadamente longo;
  • Bugs atrapalham a jogatina;
  • Muito repetitivo.


Darksiders 2 – Wii U – Nota 8.0

Revisão: Bruno Nominato 

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. Sério, a Nintendo devia comprar essa franquia da THQ, isso seria um grande trunfo e seria mais um argumento contra as falácias de uma legião de haters que dizem que a Nintendo só faz games infantis.

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