As diferentes versões e modelos do GameCube: Um quê de beleza ou agregado de valores?

O  GameCube  nasceu em um período chave da indústria do entretenimento eletrônico. Época em que PlayStation 2 já havia sido lançado, a Mi... (por Jaime Ninice em 15/04/2013, via Nintendo Blast)


GameCube nasceu em um período chave da indústria do entretenimento eletrônico. Época em que PlayStation 2 já havia sido lançado, a Microsoft estava entrando no mercado com o Xbox e o Dreamcast da Sega caminhava para a sua descontinuação. Assim se formava a sexta geração de videogames. No que se refere à Nintendo e seu 128-bit, o GameCube, também foram lançadas “caixas” personalizadas, muitas contendo itens exclusivos e uma variedade de opções para alavancar as vendas e atrair mais jogadores. Vamos conhecer cada uma das versões especiais produzidas para o golfinho azul em forma de Cubo da Nintendo?

A trajetória da caixinha azul da Nintendo

A Nintendo lançou o GameCube em diferentes datas ao redor do mundo: 14 de setembro de 2001 no Japão; 18 de novembro do mesmo ano nos EUA; porém, só foi lançado oficialmente no Brasil no dia 23 de agosto de 2002 – contando com a parceira Gradiente. Contudo, a versão nacional acompanhava manual e BIOS do sistema em português, garantia extendida, entre outras adições, como uma edição da Revista oficial nacional, a Nintendo World, indicações para utilização do serviço de dicas, a “Power Line”, entre outros.

Uma das primeiras chamadas de marketing para o novo console da Nintendo, o GameCube!
Colorido e inovador, o console conta com um controle que une as máximas qualidades dos consoles antigos, além de ser muito confortável. Possui o ótimo processador Gekko de 485 MHz, uma extensão da arquitetura PowerPC 750 que utilizava a nova tecnologia de fios de Cobre. Quanto aos gráficos, o console é abastecido pelo processador gráfico Flipper da ATI/ArtX, que inclui a tecnologia de compressão de texturas S3TC, capaz de comprimi-las em uma escala 6:1. Já quanto ao aspecto sonoro, o console estava bem “nutrido” pelo Software MusyX, da empresa Factor 5, contido no Macronix DSPm (uma verão modificada do processador de som DSP), contando com 64 canais de áudio de capacidades simultâneas. Todas estas qualidades técnicas resultaram em ótimos games, que usavam e abusavam dos recursos para criar títulos de referência, tanto em gráficos como em agilidade e imersão.

O console chegou com sua line up contendo os seguintes títulos aqui no Brasil: Luigi’s Mansion, Super Smash Bros. Melee, Pikmin, Eternal Darkness, Wave Race: Blue Storm e NBA Courtside 2002.  Uma das propagandas de lançamento do produto era o slogan “Born to Play”, com chamadas épicas biográficas de grandes personalidades como “Alexandre, o Grande”, o imperador da Macedônia, e da heroína francesa “Joanna D’Arc”. Propaganda esta que também vinha na caixa da versão nacional, e trazia uma frase de cunho do próprio Shigeru Miyamoto:
“Born to Play
E se tudo o que você vê é mais do que aquilo que você vê - a pessoa a seu lado é um guerreiro e o espaço que parece vazio é uma porta secreta para outro mundo? E se de repente aparecer algo que não deveria estar ali? Ou você ignora o fato ou aceita que existem mais coisas no mundo do que você imagina. Talvez exista mesmo uma porta, e se você escolher passar por ela, encontrará muitas coisas surpreendentes. - Shigeru Miyamoto”
O 128-bit da Nintendo, logo após, também sofrera cortes de preço que alavancaram suas vendas e o tornaram um pouco mais popular, mas ainda estava distante dos seus concorrentes no mundo dos games. Teve momentos que ganhava apenas do Xbox no Japão, aliás, um dos grandes prejuízos da Microsoft ao lançar seu novo console em terras nipônicas.


Com o tempo, estratégias de marketing foram sendo usadas para conquistar novos consumidores, com pacotes que vinham com títulos favoritos do grande público e permitiam resgatar um fator nostalgia aos que pretendessem adquiri-los por um preço bem camarada, na maioria das vezes.

Tem para todos os gostos

Irresistivelmente elegante!
Pode falar, pacotes promocionais, ainda mais aqueles com brindes inclusos e acessórios extras, são de encher os olhos, literalmente, não é? Quantas vezes não nos emocionamos ao ver um produto novo na vitrine, cheio dos artifícios, ou ao abrir um pacote especial por conter dentro dele um mundo de diversões com o console que irá lhe proporcionar entretenimento por longos anos... Mesmo o pacote básico já trazia alguns benefícios, tais como manuais, folders, arte inovadora e brindes, em alguns casos.

Inicialmente lançado nos modelos Indigo (padrão) e Jet Black, logo foi ganhando outras, como a Orange, Platinum, Silver, White (EU) e Gold (JP). Algumas das versões também foram comercializadas com o acessório Game Boy Player, que permitia jogar jogos de GBA através do GameCube na tela da TV. Muitas edições especiais foram lançadas, como de praxe. Afinal, o que agradou os compradores e por quê? Seria a alegria de poder abrir um pacote e ter seus desejos realizados, ou poder se utilizar de um aparelho novinho e com muitos itens inclusos, o que garantiria a diversão por muito tempo? Seja o que for, nós seres humanos, somos atraídos por novidades, então nada mais sensato do que receber ou comprar uma versão de luxo, especial, para ficarmos enfeitiçados com a magia da diversão.

Diferentes versões: Pacotes especiais para gregos e troianos

Abaixo você irá conferir as mais diversas versões que o cubo mágico da Nintendo ganhou ao longo de sua vida. Boa viagem e boas compras (caso você se interesse por uma dessas, agora, relíquias):

Edição Especial: Donkey Konga: The Ultimate Bongo Bundle (EU)
Esta versão tropical do GameCube trazia o game “orquestral de palmas” Donkey Konga, com um par de bongôs e o console no modelo Jet Black.

Edição Especial: Gundam (JP)


Acompanha um GameCube na cor vermelha com o logotipo e o jogo Mobile Suit Gundam: The Ace Pilot, um Game Boy Player vermelho e uma action figure do personagem MS-06C Zaku II.

Edição Limitada: Hanshin Tigers (JP)



Esta versão vinha com o uniforme do time de baseball japonês Hanshin Tigers, incluindo o logotipo da Nintendo. Um GameCube “uniformizado” e com o logo, controle personalizado, além de um Game Boy Player.

Edição Limitada: Mario Kart: Double Dash!! (EU)


Console no modelo Jet Black ou Platinum com o jogo de corrida do Mario, mais o disco The Legend of Zelda: Collector’s Edition. Ainda havia uma versão que incluia o game Winnie the Pooh's Rumbly Tumbly Adventure (GC) no pacote.

Edição Especial: Mario Soccer (Super Mario Strikers)


Acompanha o GameCube modelo White, mais o jogo Super Mario Strikers.

Edição Especial: Metal Gear Solid: The Twin Snakes (JP)


Uma edição de fazer chorar. Além de trazer o console e a logo do Metal Gear Solid, este pacote também continha um livreto com 44 páginas da série, o jogo lançado para GC e um disco bônus contendo o Metal Gear (NES).

Edição Especial: Metroid Prime


Uma versão para atrair compradores que ainda não tinham o GameCube, e que bela inspiração! Um console e controle do modelo Platinum, além do clássico Metroid Prime e um disco bônus, trazendo uma prévia do que poderíamos esperar da continuação deste título, que viria a ser chamado: Echoes.  Também foi lançada uma Edição Especial: Metroid Prime PAK, com a logo do título em um console do modelo Jet Black.

Edição Promocional: MTV Airbrush


Apenas uma versão dada em um concurso da MTV. Foram distribuídas cinco unidades ao todo.

Edição Especial: Pokémon Colosseum Mega Pak



Este pacote acompanhava o GameCube modelo Jet Black, o jogo Pokémon Colosseum, Disco Pokémon Box, Memory Card e um cabo GBA-GC.

Edição Limitada: Pokémon XD (EU)


Acompanha o GC com logo e o jogo Pokémon XD : Gale of Darkness.

Edição Limitada: Resident Evil 4 (EU)


Além do jogo e do console modelo Platinum incluindo a logo do título, o pacote trazia também um disco bônus com imagens e vídeos de outros jogos da série, além de uma demo de Metroid Prime 2: Echoes.

Edição Especial: Super Mario Sunshine

Acompanhava um console modelo Indigo mais o jogo Super Mario Sunshine. Era uma excelente escolha para os fãs do Mario.

Edição Especial: Super Smash Bros. Melee


Acompanha o GameCube modelo Platinum, junto ao jogo Super Smash Bros. Melee.

Edição Especial: Tales of Symphonia (JP e EU)


Este pacote trazia um GameCube em um tom claro de verde, junto com a logo na parte externa da entrada do disco, além do game Tales of Symphonia, que era a parte principal do pacote.  No Japão este box acompanhava um Game Boy Player e também um Memory Card.

Edição de Colecionador: The Legend Of Zelda


Incluía o console nos modelos Indigo, Jet Black ou Platinum, o jogo The Legend of Zelda: The Wind Waker e o The Legend of Zelda: Collector’s Edition, um disco que muitos queriam na época por se tratar de uma edição de colecionador que continha os dois Zeldas de N64 mais as duas versões de Nintendinho. Como meu amigo e redator Thomas Schulze diz: “a vida não fica muito melhor que isso”.

Edição Limitada: The Legend of Zelda: Wind Waker (EU)


Um console do modelo Platinum, mais um disco contendo as duas versões de Ocarina of Time, a original mais o Master Quest. Nem é preciso dizer que esta foi uma das versões que mais rapidamente se esgotou.


Os diferenciados, com um “Q” de funções a mais

Panasonic Q – Muitos reclamavam que o Cube não possuiu leitor de DVD, para poder assistir aquele filmão na sala com o uso do aparelho de games, assim como acontecia nos consoles concorrentes. Mas a Panasonic (Matsushita no Japão) lançou um modelo que rodava os tão queridos filmes digitais, além de CDs. Um modelo lindo, que vinha com controle remoto, controles cinza e ainda acendia umas luzes azuis extremamente psicodélicas. Coisa de luxo!

E com vocês o Panasonic Q, uma peça e tanto para pôr na sala de estar!

NR-Reader – Este videogame contem uma chavinha para ler discos de versões tanto americanas quanto japonesas, capaz de rodar discos específicos: os DVD-R de 8 cm, conhecidos pelo nome DOT-003. Tais discos eram versões protótipos dos jogos (versões BETA) e constituíam a chamada versão EPROM, distribuída tanto para desenvolvedores quanto para testadores. Este modelo era distribuído às poucas empresas que precisavam testar os games antes das respectivas datas de lançamentos, muito útil para unidades do ramo jornalístico que mantinham parceria com a Nintendo, como a Revista Nintendo World, aqui no Brasil.  Uma revolução ter este modelo, pois antes, as versões que rodavam EPROMs eram trazidas por um membro da Nintendo que ia pessoalmente a cada um destes lugares no mundo todo, e esperava até o final do dia para que os games fossem testados (Fonte: Revista Nintendo World #73).

Estiloso, pode falar!
NPDP – Bem diferente, não? O NPDP trata-se de uma versão anterior ao NR, muito utilizado por desenvolvedores. Por utilizar cartuchos (NPDP-Cartridge), a velocidade de leitura para testes e programação era maior e o tamanho interno dos jogos também foi diferenciado, podendo conter até quatro jogos de GC. Lógico que se tratava de um cartucho com muito mais tecnologia e de alto custo por utilizar HDs dentro deles. O aspecto visual já mostrava que se tratava de um pacote super sigiloso, com cartuchos ao estilo NES e ganchos no formato de “rabo-de-golfinho”.

Arquivo confidencial.
SN-TDEV – Uma versão mais potente do console que também era utilizada em algumas universidades de desenvolvimento que estivessem em parceria com o projeto TDEV. Por se tratar de uma alternativa ao NPDP, ainda com custo menor aos desenvolvedores, ele possuía o dobro de memória RAM do NR-Reader, conexão USB 2.0, além da chave para rodar EPROMs.
Foram lançadas outras versões específicas para desenvolvedores, muitas ainda não contendo o design final do aparelho, e que por isso, mereceriam outra matéria para serem abordadas.

Curiosidades que merecem ser citadas

Versões tunadas, edições de colecionador, acessórios mil e outros apetrechos foram feitos por fãs e pela indústria do comércio. Havia de tudo, desde porta objetos utilizando a carcaça do videogame até pacotes de doces que lembravam o visual do aparelho.

Caixas brilhantes de GC, e com doces dentro! É, os japoneses têm lá suas vantagens.
Um projeto interessante, intitulado GameCube, mostra um sistema de distribuição gravitacional que pode controlar games (!). Com ele você poderia pular, rotacionar, e retornar à posição inicial.

O GameCube... Bom, sem comentários.
Diversos acessórios foram lançados para o console azul da Nintendo, e muitos também eram formas de presentes especiais, com logotipos, cores e muitas outras modificações, mas isto já é assunto para outra matéria.

E você leitor, possuiu ou teve vontade de conseguir uma dessas relíquias em sua coleção? Não deixe de nos contar nos comentários abaixo!

Revisão: Lucas Oliveira
Capa: Daniel Machado

Jaime Ninice é cravista, formado pela UFRJ, e mestre em música na mesma instituição. Sua paixão por games, eventos e revistas o levou a escrever e revisar artigos desde 2010 no @Blast. Hoje é redator das publicações impressas sobre retrogames WarpZone.me
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. Pra e agredito que pra muitos este foi o último grande console da BIG N.

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  2. amei a materia show, gosto tanto do game cube q tenho logo dois ,
    :)

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  3. amei a materia show, gosto tanto do game cube q tenho logo dois ,
    :)

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  4. Gosto tanto do fogãozinho que mesmo comprando um wii não tive coragem de vende-lo

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