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Análise: Lego encontra GTA em Lego City Undercover!

Os jogos da franquia Lego são muito conhecidos por pegarem histórias e personagens famosos – sejam eles do cinema, dos desenhos animad... (por Unknown em 05/05/2013, via Nintendo Blast)



Os jogos da franquia Lego são muito conhecidos por pegarem histórias e personagens famosos – sejam eles do cinema, dos desenhos animados ou até mesmo dos quadrinhos – e transformá-los em paródias hilárias e ainda assim fiéis às suas origens. Lego City Undercover, um dos títulos mais esperados desta primeira safra do Wii U vai por um caminho um pouco diferente. Sendo o primeiro jogo da franquia desenvolvido pela Traveller's Tales que não é diretamente baseado em nenhuma obra de ficção e que possui uma história original, a desenvolvedora se deparou com o desafio de conseguir trazer brilho à sua franquia sem precisar se apoiar em histórias já consagradas, e o resultado foi um jogo divertidíssimo, mas que ainda peca pela simplicidade do seu gameplay.

Caos em Lego City

Undercover conta a história de Chase McCain, um lendário policial que foi capaz de deter o mais cruel e perigoso criminoso que Lego City já teve em toda sua história: Rex Fury. Algum tempo depois da captura do bandido, ele conseguiu escapar de alguma forma, e McCain, que já não se encontrava mais na cidade, foi chamado para, mais uma vez, deter o vilão. Ao chegar na cidade, o policial nota que, apesar de seu clima solar, o caos está voltando a imperar no lugar, já que Fury comanda uma grande máfia que começa a roubar e destruir toda a cidade. Assim, portando apenas um tablet, que muito lembra o GamePad do Wii U, e sua coragem, McCain parte em busca da captura de Rex Fury.

Chase McCain e um de seus carrões
Apesar de não ser baseado diretamente em nenhuma obra consagrada, Undercover se aproveita muito de diversas fontes de inspiração para tornar a aventura mais divertida. Quem conhece um pouco de cultura pop se deliciará com todas as referências a diversos filmes que podem ser encontrada durante a jornada. E não pense que elas são simples e sem graça: algumas delas são capazes de arrancar risadas de qualquer um que as reconheça (espere até encontrar Morgan Freeman em uma prisão, em referência clara a “Um Sonho de Liberdade”). Todas as cenas são belíssimas e, apesar de não chegarem nem perto de tirar todo o proveito do hardware do Wii U, são muito bem dirigidas e engraçadas. Este, por sinal, é o maior estímulo para jogar a aventura até o fim.

"Are you free, man?"

Simplicidade massiva

Lego City Undercover é um jogo imenso. Seja pela exagerada quantidade de colecionáveis ou pela gigantesca e adorável cidade que McCain pode explorar livremente. O senso de progresso neste jogo é muito forte, já que a história é muito bem encadeada e você tem o controle de quantos itens colecionáveis pegou e quantos faltam para completar sua coleção. Além disso, durante a aventura, o policial conquista os mais diversos disfarces, que lhe concedem habilidades exclusivas e acesso a áreas antes inacessíveis. O jogo também possui dezenas de veículos diferentes para serem utilizados pelas andanças por Lego City, que é uma cidade variada e, como previsto, cheia de referências a cidades reais.

A ponte Golden Gate é só um dos lugares recriados para o título
Você nunca ficará sem nada para fazer em Undercover. Contudo, o jogo sofre do mesmo mal que seus antecessores sofriam: seu gameplay extremamente simplificado e sem fatores que tragam algo novo ou significativo à indústria. Basicamente todas as ações realizadas por McCain são executadas com o simples toque de um botão do GamePad. Os inimigos são derrotados com apenas um golpe (impossível de errar), cofres são arrombados automaticamente (deixando de lado uma bela oportunidade de utilizar o GamePad de forma criativa) e o jogo segue sem grandes novidades quanto a isso até o fim. É claro que as novas roupas concedem novas habilidades, que são muitas, mas o problema real está na execução delas. São grandes ideias, mas executadas de forma medíocre.

McCain admira a imensa Lego City
O GamePad é bastante utilizado no jogo: serve como um mapa da cidade, comunicador, para que seja possível obter dicas de seus parceiros sobre como executar a missão, e até mesmo como um scanner para localizar criminosos e colecionáveis pela cidade. Contudo não há alguma função realmente diferente e revolucionária. São elementos que adicionam ao gameplay e são muito divertidos (espere até ver as expressões adoráveis dos personagens no GamePad enquanto eles conversam com McCain), mas que nunca chegam a revolucionar a forma com que jogamos videogames. Nenhum desses problemas torna Lego City um jogo ruim, mas sempre fica aquele gostinho de que certas coisas poderiam ter sido mais bem aproveitadas.

Ninguém mandou ter comandos tão limitados...
O maior problema, no entanto, são as telas de loading. Prepare-se para aguardar muito tempo até poder jogar, pois algumas telas duram até mais de um minuto. Ah! O GamePad também serve para vermos a tela de loading por dois lugares diferentes! Bom trabalho, Traveller’s Tales! Brincadeiras a parte, é extremamente desagradável termos que esperar tanto tempo, ainda mais em um jogo que deveria ser o mais fluido possível para que o fator imersão fosse elevado ao máximo.

A exuberância de Lego City

Logo que você colocar seus pés em Lego City, notará todo o esmero da Traveller’s Tales para sua criação. A cidade é vasta, colorida, extremamente bonita e cheia de detalhes e segredos escondidos por todos os cantos. Os gráficos do jogo são muito belos para um título de mundo aberto que ainda faz parte da primeira leva de lançamentos de um novo hardware. As texturas são muito bem definidas, assim como a modelagem dos personagens e localidades que McCain atravessa durante sua jornada.

As cutscenes são belíssimas!
A trilha sonora é um show a parte. Com músicas que remetem a filmes e seriados policiais das décadas de 80 e 90, a trilha passa a sensação de estarmos participando ativamente de filmes que adorávamos – e ainda adoramos – assistir em tardes ensolaradas de domingo. As dublagens beiram a perfeição, já que contam com interpretações primorosas e cheias de personalidade que passam exatamente as emoções que os adoráveis personagens de Lego estão sentindo naquele momento.

Aventura memorável

Mesmo com alguns problemas, Lego City Undercover é um jogo muito bom e recomendado para todos aqueles que buscam uma aventura longa e divertida para aproveitar seu novo console. A jogabilidade muito simplificada atrapalha um pouco a experiência, mas o problema é facilmente compensado pela história envolvente, carisma dos personagens e pelas referências e humor inteligentes. Com a carência de títulos novos que o Wii U está sofrendo nesta primeira metade do ano, Undercover é um must-buy, e entreterá a todos os donos do console que aguardam ansiosamente pelo lançamento de Pikmin3 e outras pérolas da Nintendo que só chegarão na segunda metade do ano.

"Será que se eu bater naquela estrela eu fico invencível?"

Prós

  • Cidade gigante e belíssima;
  • Muitas coisas para fazer;
  • Centenas de colecionáveis
  • Humor inteligente;
  • História envolvente.

Contras

  • Jogabilidade muito simplificada;
  • Loadings de quase um minuto de duração.

Lego City Undercover – Wii U – Nota: 8.0

Revisão: Samuel Coelho
Capa: Felipe Araújo 

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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