Aqui na Blast from the Trash, nossa humilde postagem semanal feita para alegrar suas noites de quarta-feira com as maiores bizarrices do mundo dos videogames, já vi um pouco de tudo: desde leitores defendendo o abismal sistema de pouso em Top Gun até outros alegando que Captain Planet deixou um grande legado aos jogos de plataforma. Então comecei a me perguntar se seria possível encontrar alguma pauta que fosse universalmente odiada, talvez um jogo tão ruim que fizesse todos os leitores cantarem felizes em volta de uma fogueira comendo marshmallows.
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Essa semana precisei achar algo que fosse considerado universalmente "BAD" |
“Power Glove... It’s so bad!”
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Como produtora de videogames, a Mattel é uma excelente produtora de bonecas |
Muito da má fama da Power Glove se deve não só à sua péssima performance, mas também ao
Como aprendemos pelas vendas de CDs do Justin Bieber, quantidade nem sempre é sinônimo de qualidade, e isso se aplica muito bem à Power Glove, que graças a verdadeira febre que o NES havia se tornado no fim dos anos 1980, conseguiu vender cem mil unidades nos Estados Unidos. “Mas Thomas, cem mil nem é tanta coisa no mundo dos videogames!”. Pode até ser, mas só de imaginar cem mil lares com Power Gloves, já sinto um arrepio em minha coluna! Quantos lares e corações não devem ter sido destroçados quando as crianças ganharam essa luvinha de Natal?
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Por mais que eu odeie a Power Glove, preciso admitir que esse anúncio é a melhor coisa que já apareceu aqui no Trash. |
Um sonar mais tonto que Zubat bêbado
A primeira coisa que você espera de qualquer artigo eletrônico que você compra é que ele funcione, certo? Um aparelho deve fazer tudo aquilo que se propõe a fazer, isso é o básico de qualquer tecnologia. Imagine comprar uma antena que não capta sinal, um ar-condicionado que não refresca ou um microondas que não esquenta comida. Qual a utilidade dessas coisas? É mais ou menos esse o sentimento que a Power Glove causa. Não importa qual jogo você tente controlar com ela, a jogabilidade certamente vai piorar brutalmente, e muitas vezes você nem vai conseguir apontar os controles para o lado desejado!![]() |
Poucos fios numa instalação bem discreta... |
Mas quem dera a bagunçada instalação dos sensores fosse o único trabalho que você precisa ter antes de jogar... Para fazer a Power Glove “funcionar”, é preciso digitar um código na luva para que ela seja “calibrada” “adequadamente” ao game em questão. Nossa, haja aspas, hein? Mas não é pra menos, já que mesmo com o periférico novinho em folha e perfeitamente calibrado, não consegui sequer sair da primeira tela de clássicos como Super Mario Bros., Mega Man 2 ou Metroid.
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Só quem ficou feliz com a Mattel foram os jogadores canhotos, já que a Power Glove só foi comercializada em versão para destros. |
Menos jogos que um PlayStation Vita
Normalmente, quando um acessório de videogames não recebe muitos jogos desenvolvidos especificamente para ele, nós ficamos tristes. A Balance Board do Wii, por exemplo, funciona perfeitamente e tinha muitos recursos legais que acabaram sendo subaproveitados pela ausência de grandes jogos feitos tendo especificamente o periférico em mente. Por outro lado, acho que todos podemos comemorar o fato de a Power Glove ter recebido uma biblioteca de jogos tão vasta quanto a do PlayStation Vita, certo?![]() |
Se você não consegue notar que o jogo merece um selo lixoso só por essa foto, melhor fazer um exame de vista... |
A pífia biblioteca de jogos específicos para a luva ainda poderia ter sido expandida com Glove Pilot, Manipulator: Glove Adventure e Tektown, mas os três jogos anunciados misteriosamente sumiram do mapa, graças a São Miyamoto! E assim, tanto a Power Glove como seus péssimos jogos se tornaram apenas uma página negra, porém importante, na história dos videogames.
Revisão: Bruno Nominato
Capa: Daniel Machado