A franquia Ninja Gaiden nasceu no Nintendinho, mas após um
longo hiato sem lançamentos, retornou apenas para plataformas concorrentes. Com
exceção do excelente Ninja Gaiden: Dragon Sword (DS), os nintendistas foram
privados de aproveitar Ninja Gaiden 1 e 2, jogos que se tornaram grandes
clássicos nos consoles da Microsoft e da Sony. Entretanto, Ninja Gaiden 3,
lançado no inicio do ano passado para PlayStation 3 e Xbox 360, foi uma grande
decepção sendo considerado por muitos um dos piores jogos do ano.
Com o lançamento do Wii U se aproximando, a Tecmo,
desenvolvedora da série, viu no console uma chance de se redimir pelo fracasso
de seu lançamento e anunciou Ninja Gaiden 3: Razor’s Edge, uma versão
totalmente reformulada do terceiro título desta nova fase da franquia. E como
esperado, o resultado foi muito positivo.
A “Grip of Murder”
No que tange o enredo, quase nada mudou em relação a Ninja
Gaiden 3. Ryu Hayabusa parte para Londres para enfrentar terroristas que se auto-denominam
Lords of Alchemy, liderados pelo misterioso Regent of the Mask. Depois de lutar
incansavelmente, o braço direito de Ryu é amaldiçoado com um feitiço chamado
Grip of Murder, que faz com que o herói tenha que matar desenfreadamente para
sobreviver. Muito ferido, Ryu consegue escapar, mas descobre que o grupo
terrorista pretende destruir todo o mundo caso todas as nações não se rendam.
Com este pequeno problema nas mãos, e outro maior ainda em seu braço, o herói
deve salvar o mundo das mãos do grupo e ainda salvar sua própria vida, que está
sob enorme risco.
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Wolverine, é você? |
A única diferença entre Ninja Gaiden 3 e Razor’s Edge é que
o segundo conta com missões extras em que o jogador deve controlar Ayane e
buscar reconstituir o Black Spider Clan. Além de adicionar mais conteúdo ao
jogo, as missões servem como uma segunda aventura que ajudam a dar mais
variedade para o título.
Prepare-se para morrer!
Um dos pontos mais altos da franquia que acabou se perdendo
em Ninja Gaiden 3 foi a impiedosa dificuldade dos títulos. Felizmente, no Wii
U, Ninja Gaiden faz bonito com seu nível de dificuldade insana capaz de fazer o
mais hardcore dos jogadores querer jogar seu controle contra a parede. E a dificuldade não se limita apenas aos
chefes, que podem levar muito tempo para serem batidos, mas também no mais simples
e comum dos inimigos. Portanto, se você não curte jogos com alto nível de
dificuldade, passe longe deste título.
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Os combos são recompensados com Karma Points, que podem ser trocados por novas habilidades |
Apesar da dificuldade, controlar Ryu e Ayane pelos belos
cenários da aventura é um deleite. Com comandos precisos e eficientes, enfrentar
os inimigos é extremamente prazeroso e exige um timing impecável por parte dos
jogadores. Ao contrário dos outros títulos da franquia, em que Ryu está
limitado ao uso de sua Dragon Sword, em Razor’s Blade o personagem pode
utilizar uma boa variedade de equipamentos, todos com movimentos únicos e
adequados para momentos e lutas diferentes.
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Ryu pode utilizar diversas armas diferenes |
Durante a jogatina, a tela do GamePad apresenta a lista de
movimento das armas e também é possível executar habilidades tocando-a
diretamente. Contudo, apesar de ergonômico e leve, o GamePad não é o controle mais adequado para se jogar
Ninja Gaiden. Com o Pro Controller a jogatina se torna mais fluida e prática,
fazendo com que o controle seja o ideal para o jogo, já que ele exige rapidez e
grande familiaridade com os comandos.
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Ayane é uma boa adição para a aventura |
Mesmo com a jogabilidade melhor do que Ninja Gaiden 3,
Razor’s Edge fica devendo em relação a seus antecessores quanto à velocidade da
ação. Isto não chega a ser um defeito, já que o jogo presenteia os jogadores
com uma lindíssima e divertida carnificina, mas ainda assim muitos podem pensar
que a série regrediu neste aspecto.
A linda carnificina
Desde o seu retorno triunfal no Xbox, Ninja Gaiden ficou
famoso pelos seus gráficos incrivelmente belos e detalhados e no Wii U isto não
poderia ser diferente. Ninja Gaiden conta com cenários muito belos e
detalhados, além de personagens extremamente bem modelados. O visual colorido
torna os combates belíssimos de serem assistidos e as animações, seja dos
heróis como dos vilões, é muito fluida e bem coreografada. Para melhorar ainda
mais a situação, o jogo quase nunca apresenta lentidões, o que para jogos do
gênero é um pré-requisito que não vem sendo cumprido por boa parte das
desenvolvedoras.
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Prepare-se para ver muito sangue! |
A trilha sonora do jogo é frenética e embala toda a
carnificina presenciada nas cenas de ação de maneira que o jogador se sente
cada vez mais estimulado a fatiar todos os inimigos que encontrar pelo caminho,
mesmo que em vários momentos ocorra o inverso disso.
O bom filho a casa torna
Depois de muito tempo sem aparecer em consoles de mesa da
Nintendo, Ninja Gaiden faz seu retorno triunfal à empresa com um jogo que
melhora em todos os aspectos a versão lançada para Xbox 360 e PlayStation 3 no
início do ano passado. Com uma jogabilidade precisa e fluida, gráficos
belíssimos e missões completamente novas, Ninja Gaiden 3: Razor’s Edge marca uma
era em que a Nintendo deixa de lado sua implicância com jogos adultos e os
abraça para cativar um público ainda maior.
Prós
- Jogabilidade fluida;
- Gráficos belíssimos;
- O retorno da alta dificuldade;
- Missões com Ayane adicionam variedade ao título.
Contras
- O GamePad não é o controle mais indicado para o jogo;
- Mesmo com as melhorias, Ninja Gaiden 3 ainda não é o melhor da franquia;
- Apesar de excelente, a alta dificuldade pode afastar alguns jogadores.
Ninja Gaiden 3: Razor’s Edge – Wii U – Nota: 8.0
Revisão: Ramon Oliveira de Souza
Capa: Vitor Nascimento