Jogamos

Análise: Sam Fisher está de volta para acabar com terroristas em Splinter Cell: Blacklist (Wii U)

A série Splinter Cell é uma das mais aclamadas do gênero de espionagem stealth no mundo dos games. A franquia da Ubisoft, que está c... (por Alex Sandro de Mattos em 12/09/2013, via Nintendo Blast)


A série Splinter Cell é uma das mais aclamadas do gênero de espionagem stealth no mundo dos games. A franquia da Ubisoft, que está completando 11 anos em 2013, sempre esteve presente nas plataformas da Nintendo e com o Wii U não seria diferente. Splinter Cell: Blacklist, o sexto e novo título da série, mostra, além do forte apoio da Ubisoft à Big N, que é um dos ótimos jogos que precisam estar na sua wishlist de games obrigatórios no Wii U.

Old but... efficient!

Blacklist é sequência direta de Splinter Cell: Conviction (X360). Desta vez, o protagonista Sam Fisher, que já apresenta seus cabelos grisalhos, vai precisar combater um grupo de terroristas conhecidos como The Enginners (Os Engenheiros), que planeja vários ataques mortais em diferentes localidades dos Estados Unidos. O nosso “velho” agente é o escolhido para liderar uma equipe, intitulada Fourth Echelon (já que a Third Echelon foi extinta), e tem novos desafios para lidar além dos terroristas: o lobo solitário precisará trabalhar em grupo e comandar uma equipe.

O enredo, parte fundamental e importante na série, continua envolvente em Blacklist e dificilmente o jogador se verá perdido na história, afinal, o título é totalmente dublado e legendado em português! Isso mesmo, tudo na nossa língua, mostrando a dedicação da Ubisoft com o público brasileiro. Tanto a dublagem quanto as legendas estão competentes e apenas vez ou outra uma legenda não aparece ou de repente você escuta os inimigos conversando em inglês, mas nada que tire o brilho do excelente trabalho da Ubisoft.

"Pô cara, nem pra dormir no banco da praça!?"

Espionagem com estilo

A jogabilidade de Blacklist se mostra totalmente descomplicada. Não há segredos e você irá se acostumar facilmente, mesmo se não tiver experiência com jogos anteriores da série. Esta versão do Wii U apresenta um bom uso do GamePad, mas nada de muito surpreendente, já que o foco está principalmente em agilizar as ações de Fisher. A tela do controle exibe o arsenal do agente e um simples toque no ícone em questão já seleciona a arma ou um item secundário (granadas, bombas de gás e câmeras adesivas) sem parar a ação, que é mais prático do que pressionar o direcional digital e selecionar o item desejado usando o analógico direito.

Outro uso interessante do GamePad é quando arremessamos a Câmera Adesiva. Como o próprio nome diz, Fisher arremessa uma câmera para observar a movimentação inimiga e a imagem é exibida na tela do controle. Inclusive, podemos movimentá-la para os lados usando o giroscópio do mesmo. Também há uma missão em que precisamos atirar nos inimigos usando uma sniper. A mira é controlada com inclinações e exibida no GamePad. Além disso, o título possui suporte ao recurso Off-TV Play, ou seja, pode ser jogado inteiramente através da tela do controle.

O GamePad permite a troca direta de itens, sem pausar a ação
Blacklist oferece inúmeras opções para o jogador realizar suas missões. Há vários caminhos alternativos e objetivos secundários para serem realizados, como por exemplo, encontrar pendrives com informações rivais e capturar um determinado inimigo, que concedem dinheiro extra. Aliás, esse dinheiro é utilizado em uma das adições mais interessantes de Blacklist à série, que é a customização das vestimentas, itens e da base de Sam Fisher. Agora é possível aprimorar suas armas, comprar novas, melhorar o desempenho das roupas do agente, como luvas e botas, deixando-as mais eficientes e menos ruidosas com a movimentação durante as missões. Até mesmo a base de operações do seu time, o avião chamado Paladin, pode ser aprimorada concedendo inúmeras adições.

Certamente um dos destaques do jogo é permitir ao jogador definir o seu próprio estilo durante a jogatina. É possível escolher entre três estilos diferentes: Ghost (Fantasma), Panther (Pantera) ou Assault (Assalto). O primeiro possibilita ao jogador progredir pelas missões silenciosamente, combatendo adversários sem matá-los, apenas atordoando-os, usando e abusando de nocautes furtivos ou armas não letais; o Panther é um meio termo entre os outros estilos, no qual o jogador é silencioso e usa as técnicas stealth, mas mata os rivais; por último, o Assault é o famoso “partir pra ignorância”, avançando e atirando em tudo e em todos.

É possível usar qualquer estilo nas missões a qualquer momento, mas é importante você se adaptar e utilizar apenas um para aprimorar armas e equipamentos específicos para o seu modo de jogo. Mesmo permitindo essa liberdade no estilo de jogo, Blacklist ainda favorece o stealth, marca registrada da série, já que você obtém mais dinheiro sendo silencioso e não matando os adversários.

Três estilos diferentes de jogo. Qual deles é o seu preferido?

Pequenos imprevistos nas missões

A base Paladin serve como um menu de Blacklist. É no avião que interagimos com Anna Grimsdottir, Isaac Briggs e Charlie Cole, os membros da Fourth Echelon. Cada um deles possui uma função e te dá acesso a algum modo de jogo. Falando com Briggs, é possível visualizar uma lista de ações a serem realizadas, praticamente como “conquistas” do jogo, como nocautear certa quantidade de inimigos sem ser visto, matar determinado número de adversários com uma arma específica e outras, que rendem dinheiro para Fisher; ao falar com Charlie, podemos aprimorar os itens do agente, além de acessar missões alternativas que podem ser realizadas sozinho ou com outro jogador cooperando online. Isso mesmo, ou sozinho ou online, já que infelizmente Splinter Cell: Blacklist não traz um modo cooperativo local. Vale lembrar que outros títulos da série traziam multiplayer local e apenas a versão do Wii U não possui tal recurso.

Paladin, a base de Blacklist que funciona como menu interativo do jogo
Ainda que não tenha multiplayer local, o modo online é funcional e muito divertido (ao menos quando se encontra alguém para jogar). A Ubisoft propõe novos desafios diários e semanais, que podem ser acessados da sua base, mas traz também um modo competitivo chamado Spies vs. Mercs (Espiões contra Mercenários). Nesse modo, um grupo de jogadores são espiões e precisam hackear dispositivos na missões, além de se esgueirar pelo escuro para não serem detectadospelos mercenários. Estes por sua vez, estão armados e têm que acabar com os espiões antes que o dispositivo seja hackeado completamente. O interessante é que os mercenários possuem visão em primeira pessoa, como se fosse um FPS, enquanto os espiões são vistos em terceira pessoa, assim como na campanha singleplayer e principal de Blacklist.

No modo online também é possível criar clãs para reunir amigos e há pontos para serem adquiridos, matando adversários e completando missões, para destravar novos modos, cenários e personalizar seu personagem. O título ainda possui suporte aos speakers (alto-falantes) do GamePad, ainda que muitas vezes não funcione corretamente. Uma pena que dificilmente você encontrará uma sala com seis ou oito jogadores para aproveitar o modo Spies vs. Mercs em Blacklist Wii U.

Não tem multiplayer local, mas o online dá conta do recado (caso você encontre gente suficiente para jogar)
Conversar com Anna na base permite ao jogador realizar upgrades no avião. Todas as vezes que você compra alguma melhoria, o jogo apresenta uma tela de loading muito demorada. Aliás, sempre que você iniciar o jogo ou uma missão, dará de cara com demoras no carregamento do jogo. Por mais que enfrentemos isso antes de iniciar uma missão, quando estamos nela o jogo roda lindamente e sem nenhuma tela de loading. O próprio jogo salva seu progresso automaticamente sem parar a ação e caso você morra ou falhe na missão, reiniciará do último checkpoint.

Os visuais in-game e as CGs de Blacklist são lindíssimas, com cenários sempre bem detalhados e efeitos de sombra e luz excelentes. O áudio também não fica atrás, sempre acompanhando de forma precisa o que acontece na tela e ajudando a criar a ambientação nos momentos mais críticos. A inteligência artificial do título surpreende, mas apresenta algumas inconstâncias. Por exemplo, se você nocautear um adversário enquanto estiver agachado na sombra e houver outro inimigo bem próximo, ele dificilmente notará a ação. Em outro caso, você nocauteia um rival em uma área vazia e os outros já ficam em alerta e começam a explorar o ambiente, mesmo sem nem ter visto o corpo. Ainda assim, o desafio se torna maior em níveis de dificuldade mais avançados, que pode ser alterado a qualquer momento antes de iniciar a missão.

"Tô de boa aqui, só esperando essa tela de loading carregar..."

Seja um espião você também!

Splinter Cell: Blacklist é um ótimo título na biblioteca do Wii U. Mais uma vez, a Ubisoft redefine o gênero de espionagem stealth com uma história envolvente, controles eficientes, modos online e sistema de recompensas interessantes, além da adição da customização. Sam Fisher está com cabelos grisalhos, mas ainda mostra que não está velho e que tem muita disposição para acabar com os terroristas. Portanto, coloque Blacklist na sua lista de títulos obrigatórios no Wii U, pegue os seus óculos trifocais e aventure-se em mais uma missão impressionante.

Neste mundo violento de hoje, não se pode nem mais espionar
os outros sem ser recebido com balas

Prós

  • Dublado e legendado em português competentemente;
  • Leaderboard, desafios diários, semanais e modos multiplayer online;
  • Personalização de vestimentas, itens e da base é uma ótima adição à série;
  • Possibilidade de escolher seu estilo de jogo;

Contras

  • Alguns loadings demorados;
  • Ausência de modo multiplayer local. 
Splinter Cell: Blacklist – Wii U – Nota: 9,0
Revisão: Alan Murilo
Capa: Leonardo Correia



Desde que aprendeu a jogar videogames com Yoshi's Island e Donkey Kong Country 2, sempre é visto com um controle ou portátil da Nintendo na mão. Descobriu o amor por The Legend of Zelda com Ocarina of Time e sempre está querendo mais Zeldas. Gosta de escrever notícias, análises e bobagens aqui enquanto não está sonhando com um novo Silent Hill.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


Disqus
Facebook
Google