Compare os primeiros meses de vida do Wii U como as vendas iniciais dos últimos consoles da Nintendo

É óbvio que a situação do Wii U não é uma das mais destacáveis. Lançado em novembro do ano passado, o novo console da Nintendo vendeu 3,9... (por Alex Sandro de Mattos em 31/10/2013, via Nintendo Blast)


É óbvio que a situação do Wii U não é uma das mais destacáveis. Lançado em novembro do ano passado, o novo console da Nintendo vendeu 3,91 milhões de unidades até então e apenas 460 mil consoles foram vendidos nos últimos seis meses. Até o Nintendo Wii, o antecessor, vendeu mais que o atual console da Big N no mesmo período.


Mas e se compararmos as vendas iniciais do Wii U com os primeiros nove meses dos últimos consoles da Nintendo? O desempenho do Wii U diante do início dos consoles anteriores da Nintendo é fraco.

Comparando com os primeiros meses de vida do Nintendo 3DS, o portátil 3D passou pela mesma situação do Wii U: poucos jogos interessantes, baixas vendas e corte de preço. Desde o seu lançamento, no início de 2011, até o fim do mesmo ano (um período de 9 meses), o 3DS tinha vendido 15 milhões de unidades no mundo todo, quase quatro vezes mais do que Wii U vendeu em 10 meses de vida.

O Nintendo DS era um sucesso absoluto e é até injusto fazer comparações. O portátil de duas telas tinha vendido mais de 9 milhões de unidades em seus primeiros nove meses de vida, uma média de um milhão de unidades vendidas por mês! Não é a toa que é a plataforma de videogame mais vendida de todos os tempos.

Mas se olharmos o seu antecessor, as comparações parecem ser mais justas, até porque o Nintendo Wii foi lançado no mesmo período que o Wii U, no final mês de novembro. E entre novembro de 2006 e setembro de 2007, o Wii tinha vendido 7,3 milhões de unidades e no mesmo período em que o Wii U vendeu 460 mil unidades, mais de 1,3 milhões de consoles Wii foram vendidos.

O GameCube foi o console de mesa da Nintendo que menos vendeu, mas até mesmo o querido cubo teve um desempenho inicial superior ao do Wii U. Entre novembro de 2001 e setembro de 2002, o GameCube tinha vendido 6,68 milhões de unidades e do mês de abril a setembro de 2002 mais de 2,8 milhões de cubos foram vendidos, seis vezes mais que o Wii U vendeu entre abril e setembro deste ano.

As comparações com o Nintendo 64 são um pouco inexatas, até porque só há registros durante o ano fiscal de 1998, e o console de 64 bits foi lançado em junho de 1996 no Japão e em setembro do mesmo ano nos Estados Unidos. Mas entre 1º de abril de 1997 e 31 de março de 1998, 9,42 milhões de Nintendo 64 foram vendidos, curiosamente a mesma meta de unidades vendidas que a Big N almeja atingir como Wii U até 31 de março de 2014.

Claro que os tempos são outros, há mudanças de mercado, concorrentes e outros fatores que influenciam nas vendas. Mas não deixa de ser um fato curioso essas comparações e notar que o início do Wii U é o mais fracos das últimas plataformas da Nintendo. Mas a Big N pretende se esforçar para o Wii U ter seu lugar ao sol e, quem sabe, o console de não segue os passos do Nintendo 64 e consegue vender 9 milhões de unidades até o fim do ano fiscal?




Desde que aprendeu a jogar videogames com Yoshi's Island e Donkey Kong Country 2, sempre é visto com um controle ou portátil da Nintendo na mão. Descobriu o amor por The Legend of Zelda com Ocarina of Time e sempre está querendo mais Zeldas. Gosta de escrever notícias, análises e bobagens aqui enquanto não está sonhando com um novo Silent Hill.


  1. (Para quem não leu lá na notícia do Satoru Iwata, vou escrever aqui, pois trata-se quase do mesmo assunto...)

    Bom, vou falar como um consumidor normal da Nintendo (leia-se "casual"):

    O erro de estratégia da Nintendo, pra mim, está claríssimo: é nesse GamePad pra lá de desajeitado. Ao criá-lo, a Nintendo apostou justamente aonde não devia, mas aonde muitos de seus fãs imploravam pra que fizesse: no mercado hardcore.

    Dos "top tiers" do mercado, hoje, a maioria é FPS. A Nintendo quis emular uma "visão atrás da arma" nesse GamePad, enquanto a ação principal rolava na TV ou num telão. Com isso, um grupo de quatro jogadores poderia usar quatro GamePads e fazer uma verdadeira guerra na sala de estar (a Nintendo e seu sonho utópico em transformar jogadores hardcore e onlines em "camaradinhas" jogando juntos num mesmo salão...). Isso ficou claro na apresentação do Wii U na E3 2011, quando o GamePad, em sua essencia e na exemplificação de funcionamento, humilhou e descontextualizou a apresentação do Novo Kinect e sua "arma fantasma" para jogos FPS (o rapaz gritando pro nada e atirando com uma arma invisível na frente de centenas de pessoas foi a maior vergonha alheia que pude sentir para uma pessoa... ÓBVIO que isso não daria certo...). Só que até aí, as pessoas achavam que o GamePad ERA o console. Foi aí que a coisa começou a desandar...

    Empolgada com a ideia e as possibilidades do novo console da Nintendo, a EA foi a primeira a ir atrás da novidade. E se decepcionou profundamente ao saber que o GamePad era... bem, um GamePad! Além disso, viu o fraco potencial do hardware para jogos desse tipo mostrou a EA o quanto deveria de descer o nível para criar versões ao console, e rapidamente detectou fracasso de vendas em detrimento de versões mais poderosas de seus jogos, como a do PC, por exemplo. Todos sabem que o público hoje chamado hardcore é, principalmente, graficista. Só a Nintendo e seus sonhos utópicos parece não saber... Resultado: EA fora do console da Nintendo.

    Outras grandes thirdy-parties, pelas mesmas razões da EA ou mesmo por razões mais antigas (como a velha mão-pesada da Nintendo para definir os rumos que os jogos devem tomar em seus consoles), também abandonaram o console. Ao final, a Nintendo se viu no mercado com o seu "MicoPad" na mão sem nenhuma das thirdy-parties interessadas em usar aquilo que criou para elas.

    Pior: contando com os jogos dessas para atrair mercado enquanto pensava numa forma de adaptar suas clássicas franquias com o uso desse mico, e agora sem elas, viu-se obrigada a acelerar a criação de qualquer coisa que pudesse despertar num Nintendista, aquele que vai sempre comprar as coisas da Nintendo, o que quer que ela faça, e que foi "jogado pra escanteio" em detrimento dos chamados "hardcore", a vontade de comprar o console. Nem preciso dizer que, como jogador casual que sou hoje, posso dizer, "pela minha classe", que não vi NENHUMA necessidade em trocar meu Wii pelo WiiU. Acho que isso ficou implícito em todo o texto.

    Hoje a Nintendo colhe, com amargor, aquilo que plantou. É desprezada e até humilhada por esses mesmos jogadores que ela tanto correu atrás nessa geração. É claro que, futuramente, as vendas vão melhorar um pouco, com a chegada das franquias consagradas a partir do ano que vem, mas a sensação de fracasso que fica até nos próprios nintendistas se dá pela previsão, mesmo que inconsciente, dos Frankensteins que aparecerão daqui pra frente usando essa geringonça que a Nintendo chama de "GamePad". As únicas exceções que consigo vislumbrar talvez sejam StarFox, Monster Hunter e, com muito boa vontade, F-Zero. Mas creio que esses jogos, sozinhos, por mais perfeição que possa ser colocado neles, não tem a capacidade de resgatar a Nintendo do atoleiro em que ela se meteu pelos "hardcores".

    É esperar pra ver...

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    1. A culpa não está no gamepad, que por sinal é a melhor coisa do Wii u, mas sim no timing de lançamento. Esses cosole era para ter sido lançado em 2010 quando o Wii começou a vender menos. Outro ponto é a insistência se manter com um hardware muito inferior e diferenciado, o que gera custos altos para as thirdies ao portar o jogo para o console. Enquanto a EA games, quem liga para uma empresa falida que não faz um jogo recente há anos?

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    2. A culpa não está no gamepad, que por sinal é a melhor coisa do Wii u, mas sim no timing de lançamento. Esses cosole era para ter sido lançado em 2010 quando o Wii começou a vender menos. Outro ponto é a insistência se manter com um hardware muito inferior e diferenciado, o que gera custos altos para as thirdies ao portar o jogo para o console. Enquanto a EA games, quem liga para uma empresa falida que não faz um jogo recente há anos?

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  2. Apesar de achar extremista, achei tua visão muito boa, o que eu acho uma pena. Mas eu acredito numa possível recuperação. O lado bom pra mim é que não ligo pra thirds, então comprarei um Wii U com o sem apoio, só pra jogar os jogos da casa do Mario.

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