Blast Test

A demo de Splatoon (Wii U) foi uma ótima prévia do shooter colorido

A versão de demonstração do novo multiplayer da Nintendo foi completamente online e limitada a horários específicos.

Splatoon foi uma das grandes surpresas da Nintendo na última E3. A nova franquia da gigante japonesa para o Wii U é um jogo de tiro em terceira pessoa bem inusitado: ganha o time que pintar maior parte do cenário. A principal característica do título é o multiplayer online para oito jogadores simultâneos, mas ele também contará com um modo solo. Aproveitando a proximidade do lançamento, a Nintendo disponibilizou uma demo do aspecto multiplayer do jogo que pôde ser aproveitada em três horários específicos nesse último fim de semana. Depois de participar desse evento, quais são as conclusões sobre Splatoon?

Batalhando com jogadores do mundo todo

Splatoon Global Testfire é o nome da demo e foi revelada no último Nintendo Direct dedicado ao jogo. O mais curioso é que esta versão de demonstração só pôde ser jogada em horários específicos: foram três sessões de uma hora de duração cada. Segundo a Nintendo, isso foi feito para que o máximo de jogadores do mundo todo pudessem experimentar o modo online simultaneamente — provavelmente foi também um teste preliminar dos servidores do jogo.

Somente o modo Turf War estava disponível na demo, sendo esta a principal modalidade multiplayer de Splatoon. Os jogadores são distribuídos em dois times de quatro Inklings  e o objetivo é pintar o máximo possível do estágio em três minutos — ao final da partida, vence a equipe que tiver mais tinta espalhada pelo lugar. Os estágios disponíveis na demonstração eram Walleye Warehouse e Saltspray Rig e uma arma de cada tipo poderia ser escolhida pelos jogadores.

Multiplayer online impecável

A demo começava com um pequeno tutorial que explicava o conceito básico do jogo e seus controles. Os comandos são simples e tudo funciona bem, o único porém é a ação de mirar: por padrão, a câmera é controlada majoritariamente ao se movimentar o GamePad. Felizmente era possível alterar a sensibilidade da mira e até mesmo desligar o sensor de movimento, controlando a câmera somente pela alavanca analógica direita. Essa opção ficava em um menu e muitos jogadores acabaram não vendo isso.

O próximo passo era escolher uma das armas para o combate: a Splattershot Jr., a Splattershot, o Splat Roller e o Splat Charger. Cada armamento tinha características diferentes e alterava significativamente a jogabilidade. Após selecionada a arma, o jogador era colocado em uma sala e a batalha começava. A parte chata é que para escolher outra arma, era necessário sair da sessão atual e procurar uma nova partida.


Tecnicamente, Splatoon rodou muito bem. Encontrar uma sala para jogar era bem rápido e foram pouquíssimas as vezes que me deparei com erros de conexão — algumas poucas vezes não consegui encontrar salas. Durante as partidas, a ação foi bem fluida: os controles funcionaram sem atrasos, a taxa de quadros se manteve estável e as partidas aconteceram sem problemas — nada de eventos estranhos como personagens se “teletransportando” ou quedas de conexão. Alguns poucos jogadores na internet relataram problemas, mas o consenso é que o online de Splatoon funcionou muito bem.
Um simpático minigame podia ser jogado enquanto as partidas não começavam

Diversão colorida

Mas qual é a real sensação de se jogar Splatoon? Eu responderia que é uma bagunça colorida e frenética. É divertido pintar o cenário, se transformar em lula e explorar as fases e tentar derrotar os oponentes. Cada partida é bem única: em uma delas me concentrei só em jogar tinta e tentar ajudar meu time a ganhar; já em outra eu só quis saber de atrapalhar a equipe inimiga derrotando seus membros. Também perdi as contas de situações que mudaram completamente de maneira drástica — várias vezes meu time foi de ganhador a perdedor em questão de segundos. Foi uma experiência divertida, não importando se meu time saiu vitorioso ou não.

Os cenários, em uma primeira olhada, podem parecer bem similares, mas jogando deu para perceber que são bem únicos. Walleye Warehouse é um galpão repleto de caixas e corredores, perfeito para emboscadas e ataques furtivos. Já Saltspray Rig é um local aberto e oferece pontos altos, ideais para derrotar inimigos à distância. Cada um dos dois estágios ofereceram experiências únicas e distintas. O mais interessante é que ambos cenários têm o tamanho certo para sempre ter algo acontecendo, seja confrontos entre jogadores, seja áreas para pintar e explorar.

Escorregando em alguns problemas

Na demo foi possível notar alguns pequenos problemas em Splatoon. O primeiro deles é o balanceamento: a arma Splat Roller rapidamente se tornou uma das grandes favoritas dos jogadores. O motivo disso é que esse grande rolo de tinta tem ínumeras vantagens como pintar grandes áreas rapidamente, derrotar oponentes com um único golpe e boa velocidade. Em comparação com as outras armas, os jogadores já consideram a Splat Roller “overpower”, ou seja, muito poderosa. E realmente, na maioria das partidas que joguei, a presença desse rolo de tinta era grande e fui derrotado inúmeras vezes por ele — quase ninguém usava a Splat Charger, considerada uma das armas mais difíceis de se jogar.

Os jogadores compilaram suas opiniões em imagens divertidas
A segunda questão tem a ver com a variedade de cenários. No último Nintendo Direct, foi revelado que, inicialmente, só será possível escolher uma entre duas arenas no modo multiplayer — os dois estágios serão alterados a cada quatro horas. Na demo já deu pra sentir que isso pode se tornar repetitivo a médio prazo: você vai jogar nas mesmas arenas várias e várias vezes. Enquanto os dois estágios da demo são bem distintos e interessantes, a ausência de imprevisibilidade neles pode deixar as coisas meio cansativas após algumas partidas. Isso deve ser diferente na versão final, pois estarão disponíveis mais arenas e outro modo multiplayer — mais conteúdo chegará por meio de DLC grátis.

Guerra de tinta promissora

Splatoon Global Testfire foi uma ótima maneira de conferir a nova aposta online da Nintendo. O jogo é bem divertido e está praticamente livre de problemas técnicos como atrasos e erros de conexão. Foi possível também inferir o que esperar da versão final do título em relação ao conteúdo e balanceamento — essas questões devem ser resolvidas na versão final ou em atualizações futuras. É uma pena que somente três curtas sessões de teste foram disponibilizadas, mas ao menos não precisaremos esperar muito pelo jogo — ele será lançado em 29 de maio. E vocês, o que acharam da demo de Splatoon? A experiência online foi satisfatória?

Capa: Farley Santos


é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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