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Análise: Splatoon 2 (Switch) pintou no pedaço com mais cores do que nunca

Splatoon 2 retorna mais contagiante e estratégico que o seu antecessor.





Há alguns anos, a Big N nos apresentou Splatoon, game que foi amado e odiado por muitos. Claro, boa parte provavelmente nem testou o game na época — infelizmente, estou incluso — e julgou como um game feito para crianças. Aliás, era um shooter, sem tiros de “verdade”, nem granadas, sangue e muito menos um visual realista. Porém, Splatoon foi além e se mostrou um game completamente viciante e divertido, vencendo até o The Game Awards em sua categoria naquele ano. Este ano ele está de volta com tudo no Nintendo Switch, e nunca foi tão bom!

Gostinho de lula!

Antes de seu lançamento, fomos agraciados com duas demonstrações pela Big N. Na primeira, tivemos o testfire em dois finais de semanas, e nele jogamos apenas o modo multiplayer Turf War. Neste modo, a missão é cobrir o chão com tinta, e sua equipe vence caso sua cor prevaleça na arena.

Já a segunda demonstração foi na verdade a primeira Splatfest, festival no qual o game lhe dá duas opções de escolha — desta vez, sobremesas separando as equipes pela sua escolha. O time que fizer mais pontos é o vencedor, sendo categorizada entre os modos solo battles e team battle — na solo battle, como o nome diz, você participa sozinho, entrando em uma sala com pessoas aleatórias, enquanto no team battle você precisa de quatro amigos para formar um time para poder participar. A equipe do bolo se saiu melhor no team battle, enquanto a vitória no solo ficou com a equipe que escolheu o sorvete. O festival rolou das 19:00 às 23:00, tudo isso uma semana antes de seu lançamento.

A conta de Splatoon no Twitter confirmou que, durante as Splatfests, haverá um estágio nomeado Twilight Zone, que aparecerá periodicamente durante o festival. Acredita-se que seja inspirado no programa de TV com o mesmo nome, já que foi incluída uma arte em preto e branco no tweet.


Pintando todos os gostos

No game completo, temos um modo campanha, que se trata basicamente de um tutorial para aqueles que nunca encostaram um dedo no primeiro game. Durante esse modo, você deve derrotar os inimigos e coletar itens escondidos em cada uma das fases. Um desses itens são os Sunken Scrolls, que lhe permitirão entender a trama do game. Sem ele, você ficará bem confuso com os eventos narrativos do jogo. 
A campanha é separada por setores, e cada um possui um boss que só é liberado depois que você finaliza as fases daquele setor. Nada muito empolgante, mas tem um bom level design e uma trilha sonora divertida, principalmente contra os chefes. Ainda assim, é possível passar um bom tempo ali quando você estiver em algum lugar sem Wi-Fi por perto.


A novidade maior fica com o novo modo chamado Salmon Run, no qual você precisa estar online e contará com a ajuda de pessoas aleatórias caso não tenha mais três amigos para fazer parte de sua equipe. Hordas de inimigos atacarão você e sua equipe, que precisam sobreviver a três ondas de ataque, coletando os Power eggs e Golden eggs deixados pelos Salmonids. Claro, há um sistema de recompensa aqui também: a cada mês um equipamento diferente, Ability Chunks, tickets que podem ser trocados no Crusty Sean por comidas que dão bônus na experiência ou dinheiro e sucos que aumentam a chance de vir a habilidade do ticket adquirido, entre outros.

Ainda temos os principais modos, ranked e o multiplayer, que não sofreram muitas mudanças. É no multiplayer que você receberá experiência para subir níveis e desbloquear novas armas para o seu arsenal. Já no ranked as coisas começam a ganhar uma seriedade maior: para começar você precisa estar no nível dez ou superior, e é nela que temos os modos Tower Control, que consiste em defender uma “torre”, pintar a arena conquistando mais territórios que a equipe adversária em Splat Zones e, por fim, Rainmaker. Este último modo requer mais atenção e organização da equipe, pois nela as equipes disputam uma arma que deve ser levada até o território da equipe adversária.











Uma obra de arte

Como disse anteriormente, aqui não temos um visual realista, e muito menos a obrigação de ser. Ainda assim, o game é um show de beleza, seja no visual dos estilosos Inklings ou graficamente falando. As cores estão mais vivas e os serrilhados, que havia aos montes em Splatoon (Wii U), deixaram de existir na nova Inkopolis, além do fato do game rodar em 60 fps fixos — no HUB, em 30 fps. A tinta tem efeitos mais bonitos, como relevo, brilho e sombra mais agradáveis, e a trilha sonora segue a do seu antecessor, nada muito expressivo ou de cair o queixo.


Ainda é possível encomendar equipamentos e armas das pessoas que você encontra online que aparecem na sua square, ou pelo aplicativo Nintendo Switch Online — liberado apenas em outros países —, onde também é possível ver as suas pontuações e equipamentos utilizados nas últimas 50 batalhas. Não deixe de conferir, pois aparecem bons equipamentos aleatoriamente, mas que podem ser do seu agrado e utilidade.

Em seu último Direct, a Nintendo nos informou que teremos um ano de atualizações e dois anos de Splatfest, então prepare-se por diversos festivais e escolhas por um bom tempo.

Outras formas para ajudar a colorir

Outras formas para ajudar em sua jornada são os amiibo e o aplicativo oficial da Nintendo, o Switch Online.

Os amiibo seguem parecidos com no primeiro game, já que liberam alguns equipamentos exclusivos com duas estrelas e trilha sonora — no primeiro game também desbloqueavam desafios no single player e uma arma especial. Se você tem os amiibo do primeiro título, fique feliz, pois eles funcionam aqui. Já os novos não possuem nenhuma novidade, e irão funcionar da mesma forma que os anteriores.


O aplicativo Switch Online dividiu opiniões, mas primeiro vamos aos pontos positivos, já que são maiores. Com este aplicativo, você poderá reservar equipamentos que ficam duas horas no app, e buscá-lo em sua Square durante este tempo, perto do lobby com o amigo Murch (aquele com um black power estiloso). Mas cuidado, alguns equipamentos podem ser bem caros. Outra funcionalidade é poder ver os equipamentos dos adversários e companheiros das últimas 50 batalhas em que participaram, como também poder denunciá-los, caso alguém entrou para estragar a brincadeira.










Além disso, você verá a quantidade de tinta que utilizou em suas partidas (isso mesmo, e de uma forma bem divertida). Um bom exemplo: eu já pintei o suficiente para deixar toda a pirâmide de Giza e a sede da Nintendo no Japão cobertas de tinta. Há também prêmios como wallpapers e todas essas informações estão no aplicativo de forma bem clara e no melhor estilo Splatoon.

O ponto fraco é o chat de voz, que é bem instável e, para melhorar sua qualidade, precisaríamos de um fone criado pela Hori — ou caso tenha um adaptador que trabalhe da forma —, que você terá que utilizar com uma “gambiarra” onde haverá fios por toda parte — fio em seu celular, no fone e no equipamento que liga ambos. Para ficar ainda mais complicado, o som do game continuará saindo pelo Switch enquanto a voz de seus companheiros pelo fone, então já viu a confusão, né?



Falta inovação?

Por mais que o game seja divertido e tenha adicionado alguns modos, mapas e novas armas que levam a novas estratégias e mais dinamismo ao sistema do game, ainda sinto falta de mais modos para o multiplayer, e talvez, mais uma categoria de equipamentos. Entretanto, não é algo que tire todo o prestígio que o game merece. 

Porém, existem alguns percalços que devem ser comentados aqui. Enquanto você espera por uma partida, não temos a opção de mudar de armas ou equipamentos, nem mesmo a chance de sair do lobby, ou seja, ou você sai assim que a partida terminar para fazer as trocas e/ou compras, ou você permanece como está.



Você quer participar com seus amigos em uma mesma equipe? Precisará de três amigos, cada um com seu Switch e game, ou nada feito. Quer conversar com os amigos? Ou todos têm o aplicativo com o chat ou corra atrás de um aplicativo de terceiros de bate-papo. Apesar de serem coisas simples que vemos nas outras plataformas de forma natural, aqui é algo trabalhoso e frustrante.

Ainda assim, Splatoon 2 é um game digno de reconhecimento, que irá lhe proporcionar horas e mais horas de jogatina. Seus pontos negativos são completamente escondidos pela diversão. Se você gostou do primeiro game, vai gostar ainda mais desta sequência. Se assim como eu você nunca jogou uma Turf War antes, dê uma chance e se prepare para se apaixonar por mais uma franquia da Nintendo. Splatoon 2 vale cada centavo investido, seja sozinho ou em equipe.

Prós

  • Um ótimo game para demonstrar o potencial multiplayer do Switch;
  • Modo campanha bacana e novo modo Salmon Run;
  • Visual belo e cativante;
  • Boa quantidade de colecionáveis;
  • Chefes e puzzles bem criativos;
  • Trilha sonora divertida, apesar de repetitiva;
  • Novas armas e equipamentos;
  • Replay alto;

Contras

  • Chat de voz complicado e sem disponibilidade de app para o Brasil;
  • Falta de um sistema atualizado entre partidas;
  • Salmon Run não está sempre disponível.
  • Splatoon 2 — Switch — Nota: 9.5
Revisão: Arthur Maia
Capa: Leandro Alves

Leandro Alves é especialista em designer estratégico pós-graduado pela Unicarioca. Diretor Geral e também diretor editorial e diretor de artes das revistas GameBlast e Nintendo Blast, iniciou a sua paixão em The Legend of Zelda A Link to the past, fã da Nintendo, porém não esconde a sua satisfação pelo PlayStation e as séries Kingdom Hearts, Pokémon, Splatoon, The Last of Us, Uncharted e Naruto Storm. Está no Facebook, Twitter e Instagram.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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