Jogamos

Análise: Lichtspeer: Double Speer Edition (Switch) é desafio e precisão ao arremessar lanças

Com visual minimalista e muito desafio, jogo foca no lançamento de lanças, mas fica preso na repetitividade e ausência diferentes modos.


“Você está prestes a experimentar um antigo jogo germânico do futuro e possivelmente uma dimensão perpendicular para si mesmo. Há grande probabilidade de que nada que você verá fará algum sentido. Por favor, não fique assustado, isso é esperado.”


É com essa mensagem que somos apresentados a Lichtspeer: Double Speer Edition. O Deus germânico está cansado e, para se entreter um pouco, invoca um humano para lutar e morrer para sua diversão. Mas ele não irá batalhar de mãos vazias, Deus lhe concede a arma mais poderosa da galáxia: uma lança de luz.

Lança a lança

Lichtspeer: Double Speer Edition é um jogo de arremessar lanças, literalmente. Sua mecânica é extremamente simples, basta pressionar o ZR ou A e soltar o botão para lançá-la. Quanto mais tempo mantê-lo pressionado, maior será o alcance da lança, e seu objetivo é apenas sobreviver. Hordas de diferentes inimigos avançam em sua direção e um único ataque deles significa a morte, já que o protagonista sempre fica parado. Pense em Angry Birds, só que com um estilo único e mais difícil.

Os inimigos possuem variedade e movimentação própria. Há zumbis, morsas skatistas, hipsters gigantes de gelo, pinguins vikings, uma espécie canina alada… Realmente, nada faz sentido. No total, são 13 fases, divididas em cinco seções, cada uma introduzindo inimigos específicos. Enquanto os zumbis seguem avançando lentamente em sua direção, os cães alados voam na diagonal e os “mordomos Frankenstein” são os mais ágeis, exigindo atenção. A trilha sonora eletrônica empolga no começo, mas sua repetição nos estágios a torna descartável com o tempo.


A maioria das criaturas morrem ao serem atingidas uma vez, exceto o hipster gigante de gelo, mas Lichtspeer também beneficia a precisão do jogador. Um headshot é capaz de eliminar qualquer inimigo rapidamente. Realizar vários consecutivamente cria um multiplicador de pontos, assim como eliminar muitos de uma vez. A sua pontuação é transformada em LSD (não a droga, mas sim de Licht Standard Denomination) para ser trocada no Licht Shop por melhorias.

O sistema de upgrades é bastante interessante. Divididos em ataque, uber (especial) e defesa, o protagonista desbloqueia novos poderes para auxiliar na batalha. Ativados ao pressionar B, Y e X, respectivamente, eles podem ser aprimorados, aumentando sua efetividade, duração e diminuindo o tempo para carregar e usá-los novamente. Há poderes que triplicam a lança ou a transformam em um martelo, disparam um raio de energia e criam uma aura que protege o personagem temporariamente.

Que a paciência esteja com você

Lichtspeer é um game que possui uma dificuldade crescente e desafio não falta. Conforme você avança pelas fases, os inimigos ficam mais numerosos e rápidos, ou seja, espere morrer várias vezes, mas superar as fases traz aquela sensação de vitória. E digo isso principalmente com relação aos chefes. Eles exigem uma precisão absurda, pois possuem apenas um ponto fraco. Entender o padrão de movimentação e acertá-los vai exigir tempo e muita paciência.

A principal adição na versão para Switch é o modo multiplayer cooperativo. Ao pressionar o botão + e compartilhar o Joy-Con, um amigo pode entrar na partida (como um cachorro com uma lança de luz azul!) e ajudar a combater os rivais, afinal mais valem duas lanças voando do que uma na mão, certo? Isso diminui a dificuldade, torna os chefes menos frustrantes e ainda contribui para completar os objetivos de cada fase, que variam entre obter determinada quantidade de headshots, não morrer por inimigos específicos ou matar chefes sem morrer. Mas é claro que também há um desafio adicional: certos inimigos aparecem com escudos rosas ou azuis, sendo necessário que o jogador com a lança da respectiva cor acerte-o primeiro para deixá-lo vulnerável.


Entretanto, Lichtspeer peca por não ter uma justificativa para manter o jogador entretido após finalizar a campanha principal, que dura aproximadamente cinco horas. O modo Rage Quit, no qual a morte no estágio significa recomeçar sempre na primeira seção, é pouco interessante. Poderia ter um modo multiplayer competitivo ou até mesmo um focado em pontuação para compará-los em rankings online.

Com um visual minimalista, mas colorido e agradável, Lichtspeer: Double Speer Edition é bastante desafiador. É um bom jogo dentro de sua proposta de tentativas e sentimento de recompensa, principalmente quando jogado cooperativamente com um amigo. Por outro lado, a ausência de modos extras encurta sua vida útil. Ainda assim, é a prova de que as coisas são mais divertidas quando não fazem sentido algum.

Prós

  • Visual minimalista e carismático;
  • Sistema de melhorias de poderes interessante;
  • Modo cooperativo é uma excelente adição.

Contras

  • Trilha sonora repetitiva;
  • Mecânica de jogo pouco evolui;
  • Ausência de modos diferentes para estender a vida útil do jogo;
  • Dificuldade elevada dos chefes pode frustrar alguns jogadores.
Lichtspeer: Double Speer Edition — Switch, PS4, XBO, PC e PS Vita — Nota: 6.5
Versão utilizada para análise: Nintendo Switch
Revisão: Vitor Tibério


Desde que aprendeu a jogar videogames com Yoshi's Island e Donkey Kong Country 2, sempre é visto com um controle ou portátil da Nintendo na mão. Descobriu o amor por The Legend of Zelda com Ocarina of Time e sempre está querendo mais Zeldas. Gosta de escrever notícias, análises e bobagens aqui enquanto não está sonhando com um novo Silent Hill.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


Disqus
Facebook
Google