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Análise: The Elder Scrolls V: Skyrim (Switch) é uma fantasia que nunca acaba

A vastidão de Skyrim agora pode ser contemplada na palma de suas mãos.


Além de um port incrível de Doom (Multi) e da aguardada versão portátil de Wolfenstein 2: The New Colossus (Multi), a Bethesda tem se mostrado muito interessada no potencial do Nintendo Switch com o lançamento de The Elder Scrolls V: Skyrim, título muito popular e bem-avaliado da geração passada. Vamos mergulhar de cabeça nessa fantasia que conquistou muitos prêmios de jogo do ano em 2011, mas que ainda pode ser apreciada em 2017.

Um RPG memorável

Agora contando com versões para PS VR e Switch, o mundo aberto da província de Skyrim já foi retratada em muitas plataformas — isso sem falar nos inúmeros mods oficialmente e paralelamente lançados. Além disso, os três DLCs anteriormente lançados — inclusos nas versões mais recentes do jogo — expandem ainda mais o entendimento do lore com missões inesquecíveis.

São muitas as possibilidades de classes e personalização do seu personagem, bem como de sua jornada como um todo. Mesmo com side quests com abordagem mais simplista que seu antecessor The Elder Scrolls IV: Oblivion (Multi), o conteúdo reunido no título surpreende, em geral, tanto pela quantidade quanto pela qualidade. Não é por acaso que Skyrim recebeu tantas versões em apenas seis anos: o jogo se tornou um dos mais populares do gênero RPG, mesmo não contando com recursos online para prolongar sua vida útil.

Revivendo a jornada de um herói

Foi interessante relembrar esse universo de fantasia medieval alguns anos após ter jogado no PS3. Minha impressão foi a melhor de todas, mesmo que tenha sido a opinião de um jogador casual e não de um (aspirante a) crítico. Mas, certamente, há muito que se comentar sobre a quinta entrada da franquia The Elder Scrolls — seja com elogios ou com críticas negativas.


A jogabilidade continua a mesma — seja isso algo bom ou ruim —, com possibilidade de alternar entre a visão em primeira e terceira pessoa. O diferencial desta versão é o combate opcional utilizando controles por movimento, fazendo uso abrangente dos Joy-Cons e de suas diversas funcionalidades. É possível controlar o ataque ao empunhar uma espada, carregar e disparar um arco com flechas e levantar o escudo equipado para se defender, garantindo uma imersão ainda maior para os jogadores que sonham em derrotar dragões e conspirar contra facções inimigas. Além disso, o HD Rumble é acionado durante tentativas de abrir travas ou fechaduras por controles de movimento, auxiliando com excelência o jogador no momento certo de girar o lockpick para evitar quebrá-lo.

Ainda se tratando dos Joy-Cons, a função de ler amiibo chega ao jogo como uma magia — uma bela escolha da equipe, diga-se de passagem (de qual outra maneira poderíamos conjurar baús de tesouros à nossa frente?). Os amiibo da série The Legend of Zelda são compatíveis e desbloqueiam comida, ingredientes, itens e até armas, com possibilidades maiores de presentear o jogador com conteúdo exclusivo da versão de Switch: a Master Sword, o Hylian Shield e a Champion’s Tunic, diretamente de The Legend of Zelda: Breath of the Wild (Wii U/Switch).


Comparativamente, a versão de Switch cabe muito bem entre o lançamento original e seu relançamento de 2016, The Elder Scrolls V: Skyrim Special Edition (PC/PS4/XBO). As texturas parecem mais vivas que a versão original e não perdem em qualidade estética para a Special Edition, ficando para trás apenas no quesito de processamento de cenários — as montanhas e construções ao fundo não parecem tão nítidas e nem são carregadas com tanta rapidez.

Além dos estáveis 30 fps — mais agradável que sua versão original, porém mais limitado que a Special Edition —, Skyrim roda com desempenho gráfico de 720p no modo portátil e 1080p no dock. Para um console tecnicamente portátil, isso é um grande feito. Os tempos de carregamento entre cenários são praticamente equivalentes, já que sofreram uma melhoria significativa desde o relançamento do jogo em 2016.

Ao julgar pelos escombros e ruínas urbanas da série Fallout ou pelos magníficos castelos e campos presentes no universo de Tamriel, nota-se que a Bethesda sempre se preocupou com a abundância de elementos visuais e a maneira como são retratados detalhadamente em seus jogos de mundo aberto. Entretanto, o modelo gráfico dos NPCs — em especial, os rostos humanos e as expressões faciais — nunca surpreenderam. Pelo contrário, parece que, quanto mais o tempo passa e mais versões são lançadas, maior o incômodo causado pela infidelidade ao real. Os glitches e bugs, recorrentes no título em todas as plataformas, não abandonaram a versão para portátil, embora muitos tenham sido corrigidos graças às atualizações das versões mais recentes.

Por que jogar Skyrim em 2017?

Apesar de seus ambientes escuros (na maior parte das vezes, característica intrínseca do título), parece razoável o suficiente para ser jogado em qualquer ambiente com o Switch e sua função ajustável de brilho da tela. Falando da tela, por se tratar de um jogo originalmente desenvolvido para ser usufruído em televisões e monitores, as legendas do jogo e opções de menu podem parecer pequenas na tela do portátil, mas isso não atrapalha a experiência de modo significativo. Jogar em qualquer lugar uma versão estável e esteticamente agradável fala muito mais alto em um momento desses.

É provável que os jogadores que desfrutaram da imensidão deste universo durante seu lançamento não despenderam tempo o bastante para completar todas as missões oferecidas pelo jogo, bem como para encontrar todos os colecionáveis. Se esse é o seu caso, assim como foi o meu, não tema: Skyrim ainda vale à pena. Você deve estar mais que acostumado com os problemas apontados acima, que podem ser negligenciados com um pouco de nostalgia e boa vontade.


Se você não teve a oportunidade de se aventurar por aqui, esta é a hora — desde que esteja ciente que está em uma jornada de (pelo menos) seis anos de idade. A versão de Switch é incrível e versátil — graças ao caráter híbrido do console. Dentro dos limites de um port — não se trata de um remake —, pode-se dizer que a Bethesda e a Nintendo saíram no lucro. Não somente a desenvolvedora verá rios de dinheiro a sua frente com esse mais novo relançamento de um clássico moderno: a fabricante agora possui um console que roda um dos RPGs mais influentes da modernidade em uma versão boa o suficiente para ser entitulada “definitiva”.

Prós

  • Controles de movimento utilizados de formas variadas;
  • Resolução e desempenho gráfico ótimos para uma versão portátil;
  • Compatibilidade com amiibo para desbloqueio de conteúdo exclusivo;
  • DLCs inclusos conferem ainda mais diversidade de conteúdo.

Contras

  • Ainda apresenta falhas significativas que foram trazidas de versões anteriores;
  • Dungeons e ambientes muito escuros no jogo não parecem tão visualmente agradáveis no modo portátil.
The Elder Scrolls V: Skyrim — Multi — Nota: 8.5
Versão utilizada para análise: Switch

Revisão: Vitor Tibério

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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