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Análise: Holy Potatoes! A Weapon Shop?! (Switch): Tão simples e tão complexo quanto uma batata

O jogo de simulação da Daylight Studios é fácil de se jogar, mas possui algumas camadas.


O seu avô, o lendário ferreiro conhecido apenas como Batata (sim, esse realmente é o nome dele), passa dessa para a melhor e cabe a você, uma jovem e inexperiente batata (que você escolhe o nome, no meu caso era Fred Batatoso) a missão de tocar pra frente a loja de armas que pertencia a ele. Com essa premissa divertida, o jogo de simulação estilo tycoon desenvolvido pela Daylight Studios é o primeiro título da série Holy Potatoes! a chegar ao Nintendo Switch.

A melhor loja de armas que uma batata já gerenciou

O não-tão-confiável ex-sócio do seu avô logo lhe dá as boas-vindas com um sorriso no rosto, e indica que você tem que fazer todo o trabalho enquanto ele coleta uma porcentagem dos seu lucro total do mês. Não parece muito justo, mas o ingênuo protagonista, empolgado em aprender mais sobre o ofício do seu avô, aceita o trato sem grandes problemas. De início, você recebe três hábeis ferreiros como funcionários –– todos "versões-batata" de alguma figura da cultura pop como Lara Croft ou Hulk Hogan –– e já começa a desenvolver armas com o intuito de gerar algum capital para o seu negócio.

O objetivo é transformar a sua loja na maior de todas do reino. O foco está na confecção de armas e na administração de como melhor vendê-las. Heróis de classes diferentes (como ladrão, guerreiro ou arqueiro) possuem mais afinidade com armas e atributos distintos, como um arco com mais accuracy para um arqueiro, por exemplo. Na hora de fazer essa venda, você envia um dos seus ferreiros (qualquer ação no jogo você precisa de pelo menos um disponível) e após um curto tempo recebe as ofertas dos heróis interessados e escolhe para quem você quer entregar a sua preciosa adaga chamada "Daguinha" (Sim, você também pode nomear todas as suas armas).



Outro ponto importante são as peças necessárias para a criação destas armas. Isso pode ser resolvido simplesmente mandando algum dos seus funcionários comprar o que for necessário. Eventualmente, você também pode mandar um ferreiro explorar alguma das áreas disponíveis por um tempo, e ele sempre irá retornar com uma quantidade considerável de itens para a sua loja. Os ferreiros sobem de nível em todas as atividades que eles exercem, então é sempre bom rotacionar os afazeres de cada um. Eles também assumem uma determinada especialidade dependendo da posição de cada um dentro da loja, mas mas você pode trocá-los de lugar quando quiser e, assim, ainda descobrir diferentes "classes" que surgem da combinação de uma ou mais especialidades.



Você também pode mandar os seus ferreiros pesquisarem novas armas, através de itens descobertos na exploração; ou resolverem quests específicas, mais longas e com tempo determinado, que pode gerar uma boa quantidade de dinheiro –– afinal, todo mês, os seus funcionários também recebem salário, além de precisarem tirar férias de tempos em tempos.

O segredo de uma loja de sucesso é o equilíbrio constante dos vários recursos disponíveis. Pequenos achievements, ou conquistas, também estão presentes e dão um senso de direção à "história" do jogo –– pedindo para você construir determinada arma ou utilizar certo recurso pela primeira vez –– e eventos pop up (janelas que aparecem com pequenos textos figurativos) tentam chacoalhar um pouco a situação, no entanto, tendem a ser pouco relevantes para a experiência como um todo.


Mais para purê do que batata frita

Para os amantes do gênero de simulação esse pode sim ser um título bastante divertido, mas ele possui vários problemas. Começando pela aparência geral, dos menus ao gameplay em si, o título parece pertencer ao mundo dos jogos mobile, e não necessariamente dos mais bem-feitos. A falta de polidez do título é perceptível em geral, os controles também não parecem os mais adequados e algumas tarefas são repetitivas e desnecessárias, embora você, tecnicamente, posso jogar o jogo inteiro só com a função touch screen do Switch, sem controles. Mandar os seus ferreiros realizarem determinadas funções, e então trazê-los de volta, acaba sendo extremamente cansativo quando, a cada 5 minutos, você precisa escolher novamente a posição do ferreiro dentro da loja. Dar nome às armas também, no começo, é bastante divertido, no entanto, você cria armas constantemente e, se você escolher não colocar nenhum nome, ela só mantém o nome padrão, sempre. Por que não um gerador de nomes automático, por exemplo? Combina muito com o humor e personalidade do jogo. 

Holy Potatoes! A Weapon Shop?! infelizmente deixa aquele gostinho de "poderia ser muito mais". O título da Daylight é um jogo da categoria tycoon, divertido e cheio de recursos, com um estilo de arte bacana e um humor genial, entretanto, parece que ele só foi portado para o Switch de qualquer jeito. Se você quiser um jogo só para matar um tempo mesmo (quando você entra neste vórtex, as horas simplesmente vão embora) ou for muito fã do gênero, a experiência até que vale a pena, senão, talvez seja melhor esperar por um promoção ou pelo próximo título da desenvolvedora.

Prós

  • Senso de humor incrível;
  • Divertido para os já iniciados no gênero.

Contras

  • Pouco otimizado para o Switch;
  • Aspectos básicos do gameplay se tornam repetitivos.
Holy Potatoes! A Weapon Shop?! - Nintendo Switch - Nota: 6.0  
Revisão: Arthur Maia
Análise produzida com cópia digital cedida pela Daylight Studios

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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