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Análise: Red’s Kingdom (Switch) é um acessível e charmoso puzzle-adventure

Deite e role pelos cenários coletando nozes e solucionando quebra-cabeças nesta aventura simples e divertida.


Originalmente lançado para iOS, Android e Steam no ano passado, Red’s Kingdom é um jogo de exploração em que a missão é rolar o esquilo do título pelos cenários, coletando nozes e solucionando puzzles. Mas se o seu primeiro instinto é ignorá-lo por conta de sua origem provinda dos smartphones, pense duas vezes. O game da produtora Cobra Mobile é uma aventura acessível e relaxante, que merece seu lugar na ensolarada eShop do Nintendo Switch.

Um colorido reino de música e esquilos falantes

Red é um esquilo vermelho e dentuço que vivia tranquilamente em sua cabana até que o terrível vilão Mad King Mac invade seu território, sequestrando seu pai e roubando sua preciosa noz dourada. Agora o nosso pequeno herói precisa explorar sua ilha, juntando colecionáveis e power-ups, até descobrir como entrar no castelo de seu arqui-inimigo para derrotá-lo e restaurar a paz. Sem esquecer de resgatar seu pai e sua noz dourada, é claro!


Fora a história despretensiosa, a primeira coisa que chama a atenção em Red’s Kingdom é sua apresentação encantadora. O visual do game é sem frescuras, mas cumpre seu papel com maestria numa aventura recheada de cores, com uma direção de arte despojada e charmosa. Soma-se a isso um elenco de personagens bonitinhos, com diálogos divertidos, e temos um simpático desenho animado em forma de jogo. Outro destaque é a trilha sonora, que conta com músicas folk muito agradáveis, deixando a jornada ainda mais prazerosa.

Quebrando cabeças

Red’s Kingdom conta com uma visão de jogo isométrica e gameplay descomplicado: Red pode rolar para quatro direções — frente, trás, direita e esquerda — e apenas dois botões são usados, um para ações (atacar e ativar alavancas) e outro para consumir itens de cura. Com tanta simplicidade, nota-se claramente que o título foi concebido para ser acessível a qualquer pessoa, do gamer mais hardcore até o “jogador de celular” mais casual.


Mecanicamente o game é muito simples: quando o jogador aciona o direcional do controle, o esquilo vermelho rola para aquela direção até encontrar um obstáculo. Desta forma, para coletar todos os itens importantes (ou colecionáveis) e atingir seu objetivo — que normalmente é a saída do outro lado — o protagonista precisa usar o cenário a seu favor, rolando para lá e pra cá até alinhar-se com a próxima passagem e seguir adiante.

Para deixar as coisas um pouco mais interessantes, diversas fases apresentam armadilhas e puzzles para serem solucionados — como plataformas e rampas que precisam ser ajustadas ativando alavancas espalhadas pelo cenário. Alguns inimigos também aparecem pelo caminho, porém o combate é limitado: basta esbarrar nos roedores rivais até que suas energias acabem. Se conseguir apertar o botão de ataque no momento certo, Red nem sente o choque.

Rolando pelo mapa

Um dos aspectos mais interessantes do título da Cobra Mobile é a sua estrutura de fases. Diferentemente da maioria dos jogos do gênero — nos quais cada nível é uma experiência isolada —, em Red’s Kingdom a exploração se dá em um grande mapa com dezenas de estágios interligados.

Fica clara a influência de características vistas em clássicos como Metroid e The Legend of Zelda, por exemplo, visto que é necessário desbravar cada canto da ilha para coletar determinados itens e habilidades que serão exigidas para desbloquear outros locais antes inacessíveis.


Esta é uma maneira eficaz de adicionar um elemento de aventura ao título. Mas ao contrário dos games citados, em Red’s Kingdom a movimentação é limitada e o mapa é um bocado confuso de navegar. Por diversas vezes entrei por engano em caminhos já visitados e caí na armadilha de ter que resolver quebra-cabeças já solucionados, o que pode ser bem frustrante.

Não há absolutamente nenhuma mudança no gameplay durante a jornada, e os desafios são pouco variados. Portanto, quando obstáculos desagradáveis como o mapa confuso e a necessidade voltar e repetir tarefas aparecem, a jogatina acaba se tornando um tanto enjoativa. Por outro lado, se repetição não é problema e você gosta de completar 100% de seus jogos, prepare-se para muito backtracking, pois a quantidade de colecionáveis é enorme.

Um passatempo despretensioso

A edição que chega ao Nintendo Switch contém todas as expansões lançadas nas outras plataformas, o que adiciona novas ilhas com dezenas e mais dezenas de telas e puzzles para serem explorados. É um pacote bem recheado, excelente para ser aproveitado em sessões breves e em qualquer lugar no console híbrido da Nintendo.

Red’s Kingdom não reinventa a roda e está longe de ser perfeito, mas a apresentação colorida e simpática, somada a uma jogabilidade simples e que remete aos games descomplicados de antigamente, faz deste um passatempo divertido e relaxante no Nintendo Switch.

Prós

  • Visual colorido e cheio de vida, embalado por músicas relaxantes e agradáveis;
  • Jogabilidade descomplicada, fácil de pegar e jogar por alguns minutos;
  • Bastante conteúdo na campanha principal e nas expansões que acompanham o pacote.

Contras

  • Gameplay pouco variado, o que deixa o jogo repetitivo após um tempo;
  • O mapa é confuso, com poucos pontos de viagem rápida e salvamento;
  • Errar um caminho pode fazer o jogador ter de repetir puzzles já completados.
Red’s Kingdom — Switch/Mobile/PC — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: Switch
Revisão: Vitor Tibério
Análise produzida com cópia digital cedida pela Rising Star Games

Comunicador e colecionador. Já foi Sega kid e Nintendo kid, agora é retro "kid". Está no Twitter em @carloscirne e faz vídeos no YouTube no canal CirneStuff.
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