Entrevista

GameXP 2018: Just Dance, Starlink e mais — Entrevistamos o diretor da Ubisoft América Latina

Just Dance continua sendo uma das maiores apostas da empresa que está sempre procurando por algo novo.


Durante a primeira edição solo da Game XP, tivemos a oportunidade de bater um papo com Bertrand Chaverot, diretor da Ubisoft para a América Latina. O executivo comentou sobre Starlink: Battle for Atlas (Multi) no Nintendo Switch, artistas brasileiros que gostaria ver em futuras edições de Just Dance e muito mais. Confira logo abaixo:


Nintendo Blast — Sempre fui um fã da Ubisoft há muito tempo, especialmente de Assassin's Creed. Esse novo jogo vai se passar na Grécia Antiga, que tem uma mitologia muito bem documentada e muito forte. Como surgiu a ideia de trazer a série para a Grécia Antiga e por que escolheram esse momento pra fazer isso?

Bertrand Chaverot — O objetivo da Ubisoft com Assassin's Creed sempre é viajar por momentos bem icônicos da humanidade. É recriar um mundo cheio de personagens, de eventos, de arquitetura, de economia, para que seja uma aventura realmente rica para o jovem (ou o menos jovem) jogador. Fazia muito sentido depois do Egito ir para a Grécia. Afinal, é a base da cultura ocidental. Então o jogador pode esperar se aventurar e econtrar muitas coisas que ecoam na mente de todas as pessoas que estudaram essa época. Acho que foi uma boa escolha.

NB — Falando em boas escolhas, tem sido um ano bastante sólido pra Ubisoft. Far Cry 5 (Multi) e The Crew 2 (Multi) fizeram um sucesso imenso aqui no Brasil, mas nem chegamos a receber a expansão Donkey Kong Adventures para Mario+Rabbids. Podemos esperar que mais jogos da parceria com a Nintendo cheguem ao Brasil?

Chaverot — Mario + Rabbids é um jogo incrível, mas ainda não tive tempo de jogar a expansão. No Brasil o problema é que não tem Nintendo Switch, mesmo sendo um sucesso mundial incrível. A expansão reforçou mais a relação muito estreita entre a Ubisoft e a Nintendo. Temos muitos projetos com eles pela frente, mas dificulta trazer sem o Switch aqui.



NintendoBlast — Um bom exemplo dessa parceria é o Starlink: Batlle for Atlas (Multi). Vocês o anunciaram nessa última E3 e, mesmo lançando para todas as plataformas, vai ter um foco maior no Nintendo Switch com a presença de Star Fox. Como surgiu a ideia de adicionar Star Fox a essa nova IP?

Chaverot — Foi muito graças a relação que temos com a Nintendo. Franquias como Just Dance e Rabbids são um sucesso no console. Fizemos essa proposta pra eles. Quiseram ver o jogo, claro. Eles adoraram, acharam super legal, e para nós não tem melhor selo que o selo do Miyamoto, criador do Star Fox.

NB — Selo de garantia!

Charevot — Né? Selo de qualidade. É muito difícil fazer uma nova franquia, ainda mais num gênero de nave espacial, que funcione bem. Mas com Star Fox presente no Switch, é sucesso com certeza.

NB — E que outra franquia da Nintendo você acha que encaixaria bem com os times da Ubisoft?

Chaverot — Qualquer uma deles? Difícil escolher. F-Zero é uma que eu nunca entendi bem. Sempre tentei jogar, mas nunca achei tão genial. Mas o objetivo [da Ubisoft] é pegar oportunidades quando elas aparecem, mas é difícil. Vamos ver o que o futuro aguarda. Primeiro vamos ver no que vai dar o Starlink. Estou muito curioso para ver.


NB — Outro grande sucesso da Ubisoft nos últimos consoles da Nintendo é o Just Dance, que tem trazido músicas nacionais em diversos lançamentos. Ano passado não tivemos nenhuma, mas este ano me surpreendi com Bum Bum Tan Tan. Como anda a curadoria das músicas e que artistas estão no seu radar?

Chaverot — A gente procura trazer sempre artistas locais. O time [que desenvolve o jogo] é quem decide. Nós nem tínhamos separado essa música [para eles]. A gente chegou a sugerir a Gloria Groove. Ela é super engraçada. Acho muito legal de colocar ela no jogo. É um fenômeno, junto com Pabllo Vittar. Tenho que reconhecer que estão fazendo boa coisa representando o Brasil, não? Vamos ver.

NB — Fugindo um pouco do assunto Nintendo, um projeto bem inovador da Ubisoft que vai lançar mês que vem é o Transference (Multi). O jogo é todo pensado para aproveitar a tecnologia VR e tem como produtor executivo Elijah Wood (o Frodo, de Senhor dos Anéis). Como foi essa parceria? Ele que trouxe a ideia ou vocês convidaram ele?

Chaverot — Ele que fez a proposta, mas é claro que a Ubisoft está vistoriando tudo para garantir que esteja no mesmo nível de qualidade que você pode ver em outros jogos nossos. A Ubisoft gosta de coisas diferentes assim, é uma nova plataforma... E ele veio do cinema agora pro videogame. Se você olhar bem pro futuro e pro passado, a Ubisoft está sempre trazendo coisas novas. Nos últimos dez anos, trouxemos Watch Dogs, For Honor, The Division, Rainbow Six, Rabbids... Estamos sempre procurando trazer novidades e não só ficar dependendo de antigas franquias. Também gostamos bastante da história [do Transference] e do gênero no VR.

NB — Você mencionou Rainbow Six Siege, jogo que está muito presente aqui no evento em forma de campeonatos oficiais. A Ubisoft tem interesse em continuar a investir nos eSports? 

Chaverot — É muito importante para nós levar nossas franquias para todos eventos, torneios e campeonatos que pudermos por todo Brasil. Just Dance é um ótimo exemplo e o mais acessível, pois tem lançando em várias plataformas. Sábado teremos aqui a final regional do Just Dance Tour. A final do Brasileirão de Raibow Six Siege vai passar ao vivo no SporTV2 e isso mostra força de nossos eSports. A parceria com a Globo que trouxe a GameXP só ajudou a trazer mais visibilidade.

E você, caro leitor, o que está achando da parceria da Ubisoft com a Nintendo? Tem algum título da gigante francesa que você gostaria muito de ver no Switch? Não deixe de colocar suas opiniões nos comentários.

Gabriel Mattos estuda Ciência da Computação e procura sempre estar em equilíbrio com a Força. Pode ser encontrado por aí especulando sobre os próximos lançamentos da Nintendo e da Playstation na GameBlast e no Twitter.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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