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Análise: Chiki-Chiki Boxy Racers (Switch) chega queimando asfalto com suas rodas cúbicas

Um game de corrida com gráficos e propostas minimalistas, com grande foco na diversão e na experiência multiplayer.


Se existe algo em que o Nintendo Switch é bastante competente, é na sua capacidade de transformar a forma como podemos experimentar os jogos. Deixando um pouco de lado os grandes lançamentos, sua portabilidade e recursos únicos nos proporcionam carregá-lo facilmente por aí — talvez não tanto no Brasil — e surpreender amigos com jogatinas rápidas, casuais e divertidas. Talvez esse seja um dos motivos que faz com que o híbrido receba cada vez mais jogos independentes, e também que a comunidade continue apoiando esses games.



Entretanto, a grande procura e oferta tem também seu lado negativo. Em um mar de jogos tentando conquistar seu espaço, é difícil conseguir pescar alguns que realmente possuam qualidade. Enquanto alguns lançamentos apenas tentam se aproveitar do grande número de vendas de indies na eShop, trazendo seus jogos incompletos e cheios de problemas técnicos, Chiki-Chiki Boxy Racers apresenta uma proposta simples e casual, mas consegue entregar um jogo divertido e bem acabado.

O título une os gêneros de corrida e party, com pistas e mecânicas bem simples, e visão isométrica. Como um jogo de corrida “festivo”, é de se esperar que em alguns pontos o game não se leve muito a sério, por isso podemos encontrar todo o tipo de veículos de quatro rodas à disposição: dos mais clássicos à esportivos, passando por uma limusine, um ônibus e até um trator. Há várias opções de cores pré-definidas para serem usadas e cada um deles possui suas próprias características, baseadas nos quesitos: velocidade, aceleração, controle e derrapagem.

No início são poucas opções à disposição, mas todas podem ser liberadas à medida que vamos vencendo as etapas. Infelizmente, se quiser trocar de veículo entre uma corrida e outra, é necessário retornar algumas telas até menu de seleção, pois não há uma opção mais rápida. Outro ponto negativo é que apesar de o game ter uma boa quantidade de veículos à disposição, são apenas doze pistas, divididas em três ambientes: cidade, selva e praia.


É necessário conseguir uma boa colocação para liberar a próxima corrida, mas o desafio é bem tranquilo e não é difícil conquistar a primeira posição na maioria delas, se não na primeira, em poucas tentativas. Após passar as quatro pistas de cada área, há um GP (Grande Prêmio) em que repetiremos elas na sequência, desta vez, somando pontos para alcançar a vitória.

O visual do jogo é bastante minimalista, com todos os elementos formados por cubos 3D. Mas as rodas “quadradas” não decepcionam, já que tudo — menus, veículos, ambiente ao redor do asfalto — é muito bem colorido e cheio de detalhes. Algumas pistas possuem áreas de salto ou elevações, e é fácil diferenciá-las também pelos elementos de cenário. Já a animação é quase inexistente, sendo o mais notável as luzes cintilantes e quadradinhos laranja para simular fogo, em momentos em que os veículos ganham mais velocidade. A trilha sonora conta com poucas músicas, que além de muito parecidas, não chamam muita atenção.


Surpreendentemente, é possível controlar o carro apenas com o analógico esquerdo, e é difícil descrever o quanto isso funciona bem, bastando jogar o analógico para a direção desejada para acelerar e direcionar o veículo ao mesmo tempo. Para os mais classicistas, controles padrão com um botão de aceleração também estão disponíveis. Os demais elementos da corrida contam com áreas de impulso, e itens que carregam o boost mais rapidamente, além de precisar tomar cuidado para não derrapar nas manchas de óleo. Nada no jogo é muito aprofundado, podendo ser aproveitado por qualquer tipo de jogador, inclusive as crianças mais novinhas.

Além do modo de corrida, há também o chamado de Battle, que pode ser jogado solo, mas só é aproveitado em seu verdadeiro potencial com pelo menos um jogador extra. Esse modo tem suas próprias arenas, de acordo com cada tema. As quatro opções são:
  • Coins: vence quem fizer a maior pontuação coletando moedas;
  • Smash: é necessário jogar caixas e adversários para fora da plataforma para ganhar pontos;
  • Paint: vence quem pintar a maior área da arena no tempo determinado;
  • Goal: no melhor estilo Rocket League (Multi), faça gols com seu carro em um campo de futebol para vencer.

Como já dá pra imaginar nesse momento, é um jogo focado na jogatina com a galera, e por isso ele suporta todos os modos multiplayer que o Switch disponibiliza, incluindo local e online com até oito jogadores. Para jogá-lo pela internet, é necessário ter uma assinatura ativa do Nintendo Switch Online. Todos os modos de controle também funcionam, bastando um par de Joy-Con para começar a se divertir com um amigo.

O game rodou muito bem em todas as situações testadas — não foi possível testar o multiplayer online ou com dois consoles —, e mesmo com pouco conteúdo, deve trazer alguns momentos divertidos a quem se interessar por ele. E é isso, Chiki-Chiki é um game simples, bem feito e divertido, que será melhor aproveitado se você estiver com um maior número de pessoas, seja digladiando nas arenas de batalha ou disputando espaço em cada curva das belas pistas formadas por cubos coloridos.


Prós:

  • Gráficos bonitos e cenários bem detalhados;
  • Boa quantidade de veículos à disposição;
  • Controles responsivos e funcionais;
  • Diversas opções para multiplayer.

Contras:

  • Pouco conteúdo, diminuindo o custo-benefício;
  • Trilha sonora fraca.
Chiki-Chiki Boxy Racers — Switch — Nota: 7.0
Revisão: Vinícius Rutes
Análise produzida com cópia digital cedida pela UNTIES

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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