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Análise: RollerCoaster Tycoon Adventures (Switch) é um loop pouco insano em um port com problemas

Com uma carência alarmante de desafios, RollerCoaster Tycoon Adventures entrega diversão por um tempo limitado.


Quem imaginaria que um simulador sobre a construção e a manutenção de um parque temático seria um clássico para PC. O sucesso das primeiras versões desse simulador foi icônico, incentivando construções épicas e modernas para a época, além de um sistema de gameplay extremamente bem feito. Contudo, RollerCoaster Tycoon Adventures, uma versão mais atualizada da série, possui diversos problemas, incluindo uma má optimização na versão para Switch.

Um parque de diversões não se constrói sozinho


RollerCoaster Tycoon Adventures é uma melhoria da versão portátil RollerCoaster Tycoon Touch que, infelizmente, possui problemas sérios por questões de desempenho e de restrições técnicas que deveriam ter sido eliminadas no processo de portabilidade. Para começar, a qualidade no modo portátil é bem duvidosa, sem contar os travamentos constantes quando há muitas atrações e visitantes no parque.

Além disso, a função touch screen do game é falha e imprecisa. É muito difícil direcionar com os dedos para onde você quer, visto que o sistema tem uma sensibilidade muito alta e claramente mal elaborada da versão mobile base. Felizmente, o sistema de moedas baseado em microtransações da versão para celulares foi completamente removido, então não há necessidade de se preocupar em gastar além do preço do game ofertado.

Logo de cara, você tem acesso a quatro modos no gerenciamento de parques temáticos, sendo eles os modos “Tutorial”, “Adventure”, “Scenario” e “Sandbox”. Porém, o que realmente interessa é o modo Adventure, já que é nele onde você pode desfrutar da criação de um super parque temático. É interessante como o game possui uma customização invejável, visto que, além das diversas peças decorativas e estabelecimentos disponíveis, é possível ajustar o comprimento e as alturas das montanhas russas com alguns toques no display do Switch ou com os analógicos do Joy-Con para construir caminhos como você desejar.

Além da versão criativa do modo Sandbox — que libera tudo desde o início para que você possa começar a construir com dinheiro infinito e acesso a todos os passeios —, esse modo aventura te oferece um espaço relativamente grande, uma boa quantia de dinheiro inicial e muitas opções de diversão. Porém, é preciso gastar dinheiro pesquisando novas opções e aumentando sua classificação no parque o suficiente para ganhar novas permissões.

O sistema de níveis liberam com o tempo novas pesquisas e mais áreas para expansão do parque, o que é um ponto positivo para quem gosta de presenciar a sensação de progresso — mesmo que isso não ocorra com muita frequência aqui. É possível girar a câmera para ver o parque temático que está se expandindo gradualmente e aumentar o zoom para ver seus passeios e seus visitantes de perto e de maneira pessoal, mesmo que às vezes o game “engasgue” ou demore muito para responder aos comandos quando há mudanças muito drásticas.


Um dos pontos mais interessantes é que você pode ajustar os preços de entrada para o seu parque e o custo da entrada para cada brinquedo, restaurante ou serviço, dando aquela maravilhosa sensação capitalista de acumulação rápida, mas com um porém: se você aumentar muito os preços os clientes começarão a sair em desgosto. Assim, como nos jogos antigos, é fundamental que o jogador cuide da higiene e da qualidade dos brinquedos, com serviços de mecânicos e de zeladores para consertar os brinquedos quebrados e para limpar o vômito pós-montanha-russa, respectivamente.

Aventuras em um parque com defeitos

O problema é que a transição do celular para o Switch não ajustou adequadamente a quantidade de automação que a Adventures implementa em seu jogo principal. Um dos pontos que mais incomodam qualquer jogador que gosta de compartilhar suas criações é a ausência de suporte ao screenshot do Switch, ferramenta presente em quase todos os jogos da plataforma, dificultando, e muito, a divulgação de parques criados.

Suas únicas preocupações são pesquisar novos brinquedos, mantendo os clientes satisfeitos, e o design geral do seu parque. No mais, não há muito o que fazer, já que RollerCoaster Tycoon Adventures não oferece muitas opções de atividade variadas que incentivem a volta do jogador. Além do mais, com a capacidade de acelerar o tempo no jogo, o dinheiro vem relativamente rápido e em grande quantidade, desencanando qualquer sensação de desafio que o jogador poderia sentir. Esse desequilíbrio não existe em outros simuladores, como em The Sims, já que toda a progressão gradual até o sucesso é um dos pontos mais importantes para os jogos do gênero.

Em síntese, RollerCoaster Tycoon Adventures é incrivelmente agradável caso seu objetivo seja projetar designs interessantes em um parque de diversões ou para quem já é fã de carteirinha da franquia. Porém, se você procura um simulador que traga desafios e um bom desempenho no híbrido da Big N, talvez esse não seja o jogo ideal. Mesmo com possibilidades quase infinitas de customização, o game falha em muitos aspectos, incluindo na estruturação da dificuldade e na qualidade do port para o Switch, que já provou aguentar jogos muito mais exigentes, que apresenta muitos travamentos e falhas graves que, talvez, não justifiquem o preço completo dessa aventura ainda incompleta.

Prós

  • Variedade de customizações e atrações para montar o parque;
  • Laboratório de pesquisas incentiva a descoberta de novas possibilidades;
  • Game intuitivo e fácil de entender.

Contras

  • Função screenshot do Switch desabilitada;
  • Travamentos e problemas de desempenho constantes;
  • Ausência de desafios que estimulem o retorno do jogador;
  • Função touch screen no modo portátil imprecisa.
RollerCoaster Tycoon Adventures - Switch - Nota: 6.0
Análise produzida com cópia digital cedida pela Atari



É estudante e apaixonado por games desde seu primeiro contato com Duck Hunt e Ice Climbers do nintendinho em 2002. Fanático por Pokémon e admirador de diversas franquias, reúne seu tempo livre para escrever e tentar colocar as matérias da faculdade em dia.
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