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Análise: Son of a Witch (Switch) é sangue e combate em salas randômicas

Com clássicos elementos medievais, Son of a Witch dispõe diversas classes e itens para o jogador desvendar.


Masmorra ou roguelike é um curioso subgênero de jogos RPG caracterizado pela geração de nível aleatória durante cada jogatina e com a morte permanente, caso o jogador perca toda a sua stamina, além de normalmente possuir uma narrativa fantástica. Esse é o caso de Son of a Witch, um game que visita essas mecânicas em uma temática medieval, mas que também apresenta falhas que podem comprometer a popularidade e o prestígio da criação.


É possível encontrar uma clara inspiração em games como The Binding of Isaac (Multi) e Castle Crashers (Multi). Com uma história sem muita importância, o jogador é brevemente submetido ao contexto de guerreiros, arqueiros e criaturas fantásticas prontas para te matar. É importante alertar que o jogo possui recomendação para maiores de 16 anos, visto que, apesar dos personagens caricatos e amigáveis, há uma clara exibição violenta e repleta de sangue por todos os lados, dependendo do modo de jogo.

Um modo clássico sem muitas regalias

Começando pelo modo clássico, o estilo já conhecido de geração randômica do mapa não é muito bem elaborado. Primeiramente, as rotas “aleatórias” se repetem com muita frequência, visto que não há muita variedade como aparenta a princípio. Por outro lado, também não há muita variedade de inimigos, deixando aquela sensação de que o capricho do game foi deixado para outros modos.

É preciso completar o modo regular antes de começar outros modos, como o Hard Mode, então há um claro incentivo a essa categoria de aventura — mesmo que não seja perfeita. O game oferece magic scrolls, que fornecem habilidades mágicas variadas, dependendo de cada partida e de cada poção que o jogador encontra. É interessante essa abordagem de “descobrimento”, uma vez que é necessário experimentar todas para evitar contratempos futuros, como evitar a inconveniente poção que ativa dano por fome.
Além das poções espalhadas pelo mapa, as armas são outro destaque. Há uma enorme variedade das mesmas para todos os gostos possíveis, apesar de que algumas requerem classes específicas para desbloqueá-las primeiro, usando como exemplo o arco e a flecha. No mais, são chaves, baús dourados e (muitos) monstros espalhados pelas pequenas arenas das masmorras. O game também oferece pets que estão disponíveis para compra algumas vezes, colaborando com o jogador de maneiras bem peculiares.

De certa forma é um uso um pouco desnecessário de sangue e violência, visto que o game tem muitas personagens caricatas e que seriam facilmente aproveitadas por jogadores mais novos, coisa que não ocorre — pelo menos legalmente — pela classificação indicativa de 16 anos. Os monstros são simples e não requerem muita habilidade do jogador, exigindo apenas cuidado com a stamina e a prevenção de danos fortes para não zerar com a vida do guerreiro.
As classes são variadas, mas difíceis de desbloquear. A classe mágica, por exemplo, é uma das primeiras a surgirem, com ataques à longa distância que facilitam bastante a vida dos jogadores. Também não há muita customização de personagens, o que pode desagradar alguns jogadores. Por mais que tudo isso tente fazer com que Son of a Witch se torne um jogo rentável, a sensação de repetição permanece e pode desinteressar facilmente jogadores que não são fanáticos por jogos do gênero.

(quase) Perfeito para o multiplayer

O grande destaque de Son of a Witch fica para os modos multijogadores — mas com alguns poréns. A princípio, o que mais me incomodou foi a ausência do suporte para apenas um Joy-Con por pessoa, visto que o game não possui muitos controles, o que não seria nenhum problema para o utilizar assim, pois, convenhamos, se até em Super Smash Bros. Ultimate (Switch) isso é possível, por que em Son of a Witch não? Os preços que encontramos no Brasil para controles adicionais são altíssimos, então não são todos os jogadores que têm a possibilidade de usufruir de configurações assim, o que é um ponto extremamente negativo.
No mais, os modos multiplayer disponíveis são extremamente divertidos, principalmente o PVP (player versus player), que oferece uma boa dosagem de caos e diversão com os amigos. O modo Casual/Party Mode também possui seus pontos positivos, além de tornar o game mais prazeroso de completar pela ajuda de até mais 3 companheiros lutando contra os goblins e os soldados.

Em síntese, Son of a Witch é uma aventura simples com tudo para cativar os fãs do gênero, mas pouco propensa a desenvolver uma paixão de não-adeptos ao estilo roguelike. Com uma variedade enorme de itens, incluindo um arsenal de armas gigantesco, o game tem tudo para oferecer uma experiência divertida e envolvente, mas que foi, infelizmente, ofuscada por poucas configurações customizáveis, incluindo o uso de mais opções de controles, e pela sensação de repetição constante no decorrer da jogatina.

Prós

  • Variedade de classes disponíveis;
  • Destaque para os modos multiplayer;
  • Grande variedade de itens e armas disponíveis;
  • Incentivo à descoberta de novas funções, como as poções, e melhorias, como os pets.

Contras

  • Multiplayer prejudicado pela ausência de suporte para um Joy-Con;
  • Modo clássico se torna repetitivo e enjoativo com o tempo;
  • Ausência de mais customizações de personagens;
  • Falta de mais configurações para os modos de jogo;
  • Pouco incentivo ao fator replay.
Son of a Witch - PC / Switch - Nota: 6.5

Versão utilizada para análise: Switch
Análise produzida com cópia digital cedida pela Bigosaur



É estudante e apaixonado por games desde seu primeiro contato com Duck Hunt e Ice Climbers do nintendinho em 2002. Fanático por Pokémon e admirador de diversas franquias, reúne seu tempo livre para escrever e tentar colocar as matérias da faculdade em dia.
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